segunda-feira, 26 de novembro de 2007

DESTAQUES DO III FESTAFRO LIMEIRA




Márcia Tauil: Cantora de São José do Rio Pardo. Esta no circuito festivaleiro, há muitos anos, vencendo inclusive Festivais de renome, como o de São José do Rio Preto e o ultimo Viola de Todos os Cantos. Dona de uma voz poderosa, brincando o tempo todo com seus agudos, desde o principio do FESTAFRO, não havia duvidas de que seria a melhor interprete do Festival. Mas embora a canção que defendeu Esperança, composição sua com sua parceira eterna Mana Tessari, tenha uma letra interessante, não era em minha opinião para vencer a fase nacional do FESTAFRO. Outras canções estavam mais de acordo com o temário do evento. Mais sem duvida, Márcia foi um Show a parte, alem de ser uma pessoa muito simpática. Taí um Show que gostaria de ver inteiro.

Beto Santos: Já falei deste cantor e compositor, quando o mesmo venceu o II FESTAFRO, de 2006. Na estrada há mais de 30 anos, Beto gravou seu primeiro CD, também no ano passado. Como sempre perfeito no palco, com uma interpretação que enche os olhos de quem vê e admira musica de boa qualidade. Sou fã do Beto. A composição que ele apresentou no Festival, foi Idéias e ideais ou aos nossos líderes, uma ode, uma bela homenagem aos lideres dos direitos civis e do combate ao racismo: Martin Luther King, Steve Biko e Nelson Mandela. Preciso e politicamente correto, Beto contagiou o publico com seu reggae. Idéias ficou em segundo lugar da fase nacional. Era uma das minhas preferidas para o primeiro lugar. Estou devendo ao Beto a organização de um Show inteiro aqui na cidade.

Zero 16: Para mim o principal destaque do Festival. Quando do anuncio das classificadas, soubemos que haveria um Hip Hop, todos e eu também torcemos o nariz, imaginando aquela coisa repetitiva e enjoativa, como geralmente são os Rap. Quebramos a cara. Quando o grupo Zero 16 de São Carlos subiu ao palco, minha aversão ao gênero, deu lugar a um olhar mais observador. Fiquei encantado com os garotos, que vieram com uma musica a Terra do Sem, que ao mesmo tempo, denuncia os que transformaram este País em uma terra de Sem Terras, Sem Casa, Sem emprego, Sem Comida e por aí afora, também propõe saídas, através de ações afirmativas, a política de cotas para os negros. Um arranjo perfeito, embora a canção é muito longa. Mereceu o terceiro lugar do Festival. Detalhe: os meninos estavam vendendo seu CD, no final do Festival, para poder ir embora pra casa. Isto mostra a situação do artista Brasileiro, principalmente o que não aceita estar sobre o controle das majors da industria fonográfica.

Xampu da Bahia: Apesar de utilizar no nome artístico, o estado Baiano, o cantor é do Rio de Janeiro. Uma das melhores letras do Festival, Senzala, mostra o processo de escravidão negra no Brasil. O cotidiano dos escravos nos cafezais e na casa grande. Merecia algum premio, não levou nada. O balanço reggae contagiou a platéia, que cantou junto o refrão. Refrão por sinal incompreendido, pelas mulheres e por alguns homens, que entenderam que aquilo “lava a roupa mulher, enxugue a roupa mulher, que seu varão vem a pé”, fosse uma alusão machista. Porem a frase é parte do contexto da letra. Acho que o júri teve esta compreensão. Uma pena.


Dentinho: Outro que merecia uma melhor sorte. No canta Limeira, deste ano, o cantor de Joinville/SC, também teve a sorte lhe abandonando. Seu violão quebrou, no inicio da apresentação de Folias de Guedes, uma quadrilha, que contava uma festa do interior catarinense, destas tradicionais, com muito folclore. No canta Dentinho, cantou sem acompanhamento e não se classificou para a final. Neste FESTAFRO, Dentinho foi pra final, com a musica, Dos Porões a Alforria. Canção lindíssima que merecia uma premiação. Dentinho tem um grupo folclórico de nome Arueira. È petista militante, confessou a mim, que Lula e Getulio foram os melhores governantes deste País. Dentinho, prometeu vir a Limeira e participar da Folia de Reis, organizada pelo meu parceiro Wilson Cerqueira.

Toc Percussivo: Marcos Lima, o marquinho é um lutador e de um coração super generoso. O seu projeto de trabalhar com crianças pobres em Limeira, as tirando das ruas ensinando a tocar um instrumento de percussão é fantástico. Sem um mínimo de interesse de ganhar dinheiro, marquinho há quatros anos tem mantido o Projeto e o grupo originário dele. Pena que nossas autoridades ainda não se atentaram para este belo trabalho. No FESTAFRO, Marcos Lima inovou, abandonou o estilo Cordel e Olodum e resolveu homenagear Tim Maia e Jorge Bem Jor. Apresentou uma Soul Music, com o toque das Alfaias. A canção dele e do violonista Robson, Rua Sarará, levantou o publico. Achei a letra um pouco sem brilho. Merecia um premio.

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