sexta-feira, 9 de novembro de 2007

GLOSTÓRA “ O PERSONAGEM ”




“ Abaixo um breve relato do personagem do qual fala nossa musica “Negro Poeta”, concorrente ao III FESTAFRO, escrito pelo filho de Glostóra”.


Hélio Aparecido Clemente, o popular “Glostóra” nascido na cidade de Limeira no ano de mi novecentos e trinta e três (1933) Filho de Esméria Clemente e tendo como progenitor Tonico de Moura. Menino criado longe dos pais que eram separados, o pai era boêmio e aventureiro, da Mãe pouco se sabe, embora ele falasse dela com respeito e admiração.


Glostóra menino ou melhor “ Tim ” apelido de garoto, colocado pelos parentes, tinha tudo para não dar certo ( hoje dar certo é ter muito dinheiro e pouco caráter ).Naquele tempo não, naquele tempo dar certo era ser honesto, ser digno de respeito. Viveu parte de sua infância na rua, morando ora na casa de outro ou em pensão que naquele tempo funcionava em ambientes familiares, Católico fervoroso foi coroinha da Igreja Matriz de Nossa senhora de Dores, cantava até em latim. Mas o sincronismo religioso era presente em sua vida. Sem preconceitos de nenhuma espécie, Glostora, freqüentava a religião afro, a Umbanda.


Na sua ainda adolescência, tinha que encarar trabalho braçal pesado, com abrir a base de enxadão e picareta as galerias de esgoto, como trabalhador braçal da prefeitura. Foi abrindo valetas que viu a hipertensão se manifestar. Como a estrutura de seguridade social era justa, manifestada a incapacidade para o trabalho, aposentou-se pelo extinto “IAPI ‘por invalidez aos 18 anos, e aos dezoito anos se casou com Maria de Souza, Mulher de coragem e grande personalidade, desse casamento teve 04 Filhos; Maria da Dores, José Galdino, José Roberto, Sérgio Adriano.


O apelido GLOSTÓRA, vem da marca de um gel, que naquele período era mais conhecido como brilhantina. Na verdade nosso personagem usava o produto, por ser fã do cantor Norte Americano de Jazz e boleros, Nat King Cole.


Foi também com dezoito anos que deu início a realização da Festa 13 de Maio, em comemoração a Lei Áurea .O evento era realizado de forma singular: O primeiro passo era a eleição da Rainha da Festa, sendo escolhida a concorrente que conseguisse vender mais votos. A rainha e o presidente da Festa , no caso ele, eram acompanhados por soldados armados de espadas, “lembrando o soldadinho de chumbo ”.


Fazia parte da programação o plantio de arvores em escolas, praças, plantas doadas pela Dienhberguer – Fazenda Citra , bem como condecorações de pessoas com troféus doados pela relojoaria do Peixinho, chope doados por Antonio do Santos e Chico da Antártica. Almoço com doações do comércio, e vizinhos. Participavam do almoço as crianças do Nosso Lar e Casa da Criança,populares de toda parte da cidade e região,autoridades locais e regionais, como o ex. prefeito de Araras ,Ivan Zurita, os irmãos Aguiar de Barros Camargo “ Irmãos Coca Cola ”. Uma Salva de 21 tiro as cinco da Manhã , em frente a Igreja de São Benedito. Havia também o grande e tradicional baile do 13 de Maio.


Amante do Carnaval, fundou várias escolas de Samba, gostava de uma gafieira , foi fundador do Grêmio Recreativo Limeirense,da Panela de pressão,times de Futebol. Enfim Glostóra era uma personalidade da alegria, um grande pé de valsa.


Glostóra era por personalidade um humanista. gostava muito de auxiliar as pessoas necessitadas por isso era muito procurado, por ele ninguém ficava na rua sua casa acolhia muita gente.Uma das figuras mais populares da cidade, Glostóra era também um grande orador, discursava muitíssimo bem.


Por todas essas qualidades tornou-se um ícone da cultura popular de nossa cidade, bem como um visionário, capaz de colocar em um tempo, onde a marca da escravidão e do preconceito, caracterizavam-se em uma relação Casa&Senzala, o debate do combate ao racismo e do pluralismo das raças, mesmo nossa ilustre liderança popular não tendo consciência disto. Portanto Glostóra, personifica em sua trajetória de vida, aquelas pessoas que desprovidas de interesses próprios e de qualquer forma de preconceito e com isto contribuem para que este mundo possa ser mais justo e igualitário.


Por: Galdino Clemente- Coordenador do IEG- Instituto Educacional GINCGA

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