domingo, 6 de outubro de 2013

FAROFÁ – FÁ

Já comentei nesta serie, minha predileção por TV e Rádio. Em minha infância e adolescência, meu universo além do Futebol, era os dois veículos eletrônicos de comunicação. A TV com seus programas populares, reproduzia cantores que tocavam nas Rádios. O Radio era sem dúvida, o referencial para qualquer artista vender discos, aparecer na TV e fazer shows. Eram os também programas populares, aqueles das manhãs que entretinham as donas de casa, os operários que ligavam os aparelhos no trabalho. Barros de Alencar era o meu favorito, na Radio Tupy de São Paulo.

Um desfile de musicas de cantores e cantoras, do chamado Brega. A MPB tradicional, opositora ao regime militar não tocava nas rádios, inclusive nas populares. O que se ouvia, era Odair José, Agnaldo Timóteo, Vanusa, Wanderlei Cardoso, Wando, e claro o Rei Roberto Carlos. Mas eram as rádios também que lançavam artista desconhecidos, que estouravam nas paradas de sucessos com canções de fácil assimilação de massa. Muitos foram a fama com um sucesso só. Posso citar aqui, alguns: Gilson de Souza (Poxa), João da Praia (Onde a Vaca Vai), e muitos outros.

É o caso do Paulista de São José do Rio Pardo, Mauro Celso. Ouvi o cara pela primeira vez, na Radio. Sua música é daquelas que cola feito chiclete que mesmo que você não queira, se pega andando e cantando, nem se for trechos da canção. Farofa – Fá, seu maior sucesso é um exemplo disto. O Chiclé era cantado em todo lugar. Na escola, nas ruas, na igreja. Uma letra fácil e que ao mesmo tempo, trazia identificação, com quem a ouvia. Este era o segredo de canções ditas populares, é disseminar o ritmo, mas trazer a identidade com a vida das pessoas.

O cantor e compositor, contou que Farofa – Fá, foi feita após uma viagem que ele fez ao Interior de Minas Gerais. Lá teve contato, claro com a culinária mineira. A Farofa, feita com ingredientes do porco, foram o tema do Melo. Grudou mesmo. Tempos depois que a musica já fazia parte da paisagem dos Brasileiros, já não aguentava mais, as pessoas repetirem o refrão. Mesmo assim fui traído varias vezes, cantando a Farofa.

Mauro Celso, apresentou sua mais importante obra, no Festival Abertura da Rede Globo em 1975. O Festival era uma tentativa da Globo, de reeditar os velhos Festivais de Música, de enorme sucesso nos Anos 60 e inicio dos 70. Ele tinha um formato diferente dos anteriores. As canções tinham que ser interpretadas, pelos próprios autores. O certame foi vencido por Carlinhos Vergueiro, com a canção “Como um Ladrão” e revelou, Djavan, Leci Brandão, Alceu Valença e outros.

Mauro não chegou a final, mas ganhou o público e claro a animosidade da critica especializada em Festivais que insistia em dizer que Música de Festival, era a de protesto. O Compositor infelizmente morreu em um estupido acidente de carro em 1989. Mas nos deixou este legado da canção popular: http://zip.net/bwk6gH .

Farofa-fa
Comprei um quilo de farinha
Pra fazer farofa
Pra fazer farofa
Pra fazer farofa fa
Comprei um pé de porco (faró fa fa)
E orelha de porco (faró fa fa)
Pus tudo isto no fogo (faró fa fa)
E remexi direito (faró fa fa)
Com a fome de um lobo (faró fa fa)
Eu calcei o meu peito (faró fa fa)
Fa
Faró Faró Faró
Faró Faró Faró
Faró Faró Faró Fa Fa
Farinha de mandioca (faró fa fa)
E pimenta malagueta (faró fa fa)
Eu gosto de farofa (faró fa fa)
Comi, não faço careta (faró fa fa)
Mas sou forte como um touro (faró fa fa)
Da cabeça inteligente (faró fa fa)
Só não mastigo tijolo (faró fa fa)
Porque me estraga os dentes (faró fa fa)
Fa
Faró Faró Faró
Faró Faró Faró
Faró Faró Faró Fa Fa


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