Esta canção ouvia muito nas rádios
AM inclusive por volta de 1976. Elis Regina já fazia parte de meu imaginário,
pré adolescente. Já a conhecia, pela Revista Intervalo, descoberta na casa de
minha avó. Não sabia que a música que fazia sucesso, era de um compositor
Cearense, lançado por Elis no disco Falso Brilhante. A cantora desde seu
primeiro trabalho, tinha a grata mania de lançar novos compositores. Só para
citar alguns: Edu Lobo, Ivan Lins, João Bosco e Aldir Blan, Claudio Nucci e
muitos outros.
Belchior já tinha lançado um
disco, com relativa repercussão, mais em Fortaleza de que no Sul/Sudeste
Maravilha. Figura o bigodão como parceiro de Fagner, em canções como Mucuripe,
A Palo Seco. Frequentador de Festivais daqueles anos 70, venceu com Na Hora do
Almoço no IV Festival Universitário da Canção no Rio de Janeiro.
Mas é Elis Regina quem vai
coroar Belchior como um dos mais importantes nomes da música naqueles anos
setentistas. O Show Falso Brilhante de temporada recorde em um só local (Dois
anos e meio no Teatro Bandeirantes), é que revelaria para o mundo sua obra.
Tanto no disco, como no Show, há duas canções de Belchior, esta e Velha Roupa Colorida.
As duas serão gravadas no LP Alucinação, o segundo do cantor e compositor
Cearense.
Como Nossos Pais, é uma
leitura daqueles tempos difíceis de Ditadura Militar e de perspectivas para a
Juventude. Belchior é o compositor que mais traduz o cotidiano e o sentimento
do Latino Americano. O refrão muito forte, delineia o que frequentemente
ouvimos na fase adulta, muita gente dizer “Eu quando Jovem também queria mudar
o mundo”. Se dar bem, cuidar da vida, sendo atraído pelo vil metal, pressupõe uma
dicotomia de abandonar os sonhos as utopias.
A letra é uma critica a
cooptação de antigos ídolos que se renderam ao sistema. Uma critica ao
comodismo e ao fechar de olhos para as angustias do mundo coletivo. Belchior
passeia por uma analise de consciência de sua própria geração, esmagada pelas
botas dos Generais. É uma critica ao conformismo. Muito atual, a música um
Blues Rock no arranjo do Cesar Camargo Mariano para a Elis, é uma Balada Blues
na voz do compositor, nos faz refletir sobre o conformismo de muitos em relação
ao mundo do século XXI.
Tanto o Disco Falso
Brilhante da Elis Regina, como o Alucinação de Belchior, são de 1976. Eu
cheguei a ter os dois em vinil, são imperdíveis. A mais recente regravação da
canção, esta no ótimo disco da filha da Elis, Maria Rita, o CD “Redescobrir”,
com faixas de músicas cantadas e consagradas pela maior cantora do Brasil.
Aqui deixo o link para o vídeo
da música http://migre.me/eCobS e a letra abaixo.
Como Nossos Pais
Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...
Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...
Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...
Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...
Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...
Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...
Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...
Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo,
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...
Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...
Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...
Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...
Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...
Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...
Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...
Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...
Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo,
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...
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