terça-feira, 28 de maio de 2013

MARIA, MARIA

Nos inicio dos Anos 80, participei com cantor de uma Banda intitulada GLAVDES. A sigla era o nome de cada integrante do grupo, todos da Pastoral da Juventude da Igreja de Santa Luzia, em Limeira. O G de Geraldo meu segundo nome, LA de Laurita, a mais nova do grupo, V de Vicente, o mais velho e único músico para valer, D de Dario e de Donizete, o primeiro no Triangulo, o segundo no Vocal, E, de Edson e S de Solange. Eram dois violões, um atabaque e um triangulo. Mesmos instrumentos que usávamos para o coral da comunidade. Formamos a Banda para tocar MPB, o ritmo que adorávamos, eu tão a muito tempo.

O GLAVDES até que teve vida longa, uns três anos. Show mesmo uns dois, entre eles na Quermesse da comunidade. Mas o que realmente impactou, foi nossa apresentação em 1981, no evento organizado pela Pastoral da Juventude da Diocese, que a cada dia uma comunidade apresentava um numero cultural. Lotou o ginásio Vô Lucatto, muitos Jovens, amigos, parentes, dançaram e cantaram nosso repertório. Não havia canção comercial ou romântica. Era os tempos de canções com mensagens políticas ou de raízes, como baião. Maria, Maria estava no check List.

Boa parte do repertório, talvez todo ele, fui eu quem escolheu. Esta era uma de minhas favoritas. Cantávamos esta musica nas missas da comunidade, nas festinhas da juventude, no meio fio das calçadas. Identificávamos, sua letra a mãe de Jesus Cristo, mas também, a todas as mulheres pobres deste País. Cantávamos a todo pulmão. A letra é muito forte. Trata-se de uma homenagem do Bituca (apelido de Milton), a sua mãe biológica, que ao sentir que não tinha condições de cria-lo em função da miséria, o deixou com seus patrões (ela era empregada doméstica), do Rio de Janeiro, que o adota-lo.

Maria, Maria, é um hino ás mulheres que na vida são verdadeiras guerreiras heroínas de suas famílias. Lutando contra as adversidades da vida, as Marias de Milton Nascimento, o fazem com raça, garra e graça. Conheci tantas e conheço varias destas mulheres, que para proteger os seus, não se esmorece, enfrenta todas as dificuldades com esperança. São Mulheres anônimas, que não fazem questão alguma de status, brilho ou prêmio. Fazem da luta, sua profissão de fé.

Maria, Maria, foi gravada pela primeira vez no disco Manifesto Clube da Esquina 2, um álbum duplo com a participação da turma de Minas e de convidados, como Elis Regina e Chico Buarque. O LP é de 1978, mas a música foi feita para o Espetáculo do mesmo nome, o primeiro do Grupo Corpo em 1976. As músicas do espetáculo, juntamente com o ultimo trem, foi lançado em CD apenas em 2004.

Maria, Maria, obteve varias regravações inclusive Internacionais, como Mercedes Sosa e Sarah Vaughan. Clic aqui e veja e ouça o autor cantando esta pérola. http://migre.me/eLBz6 .

Maria, Maria
Maria, Maria
É um dom, uma certa magia
Uma força que nos alerta
Uma mulher que merece
Viver e amar
Como outra qualquer
Do planeta…
Maria, Maria
É o som, é a cor, é o suor
É a dose mais forte e lenta
De uma gente que rir
Quando deve chorar
E não vive, apenas aguenta…
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria…
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida….
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria…
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida….
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah!
Hei!!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Hei! Hei! Hei! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!…
Mas é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana sempre
Quem traz no corpo a marca
Maria, Maria
Mistura a dor e a alegria…
Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida….
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah!
Hei!!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê
Hei! Hei! Hei! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!
Lá Lá Lá Lerererê Lerererê!…


  

Nenhum comentário: