segunda-feira, 8 de julho de 2013

ALAGADOS

Recentemente assisti ao longa metragem, Somos Tão Jovens, narrava a partir da vida de Renato Russo, da Legião Urbana, a ascensão das chamadas Bandas de Brasilia ou do intitulado Rock Brasiliense. Muitas bandas nasceram da Capital do País, principalmente do meio ao fim da ditadura Militar. O Rock como base para atitude, ritmo e esperança de sucesso, foi a escolha da maioria daqueles grupos.

Daí surgiram do Punk Rock, Aborto Elétrico, Plebe Rude e mais Tarde o Legião. Do Pop Rock, o Capital Inicial foi o mais emblemático da turma toda. Mas quem na verdade vai alçar voo, não se formou no lago Paranoá, e nem optou pelo Punk, Pop ou Rock Clássico. Os Paralamas do Sucesso, se criaram no Rio de Janeiro. Lá os Brasilienses Herbet Viana e Bi Ribeiro, juntaram-se ao baterista João Barone, entre os anos de 1970 e 1980.

O Ska foi o ritmo escolhido pelos caras, que inicialmente tocavam Rock e Reggae. O ultimo sempre foi a paixão dos Paralamas. A banda tinha uma cozinha básica, formada pelo baixo do Bi, a Guitarra do Herbet e a bataria do Barone. Mas o Ska vai entrar definitivamente na vida da Banda, a partir do terceiro disco, Selvagem de 1986, o qual considero um dos melhores do Rock BR, e o melhor dos caras. O ritmo vem da Jamaica, e é uma mistura de Calipso com Jazz e Blues. Ska é o precursor do Reggae. A partir daí, os Paralamas do Sucesso, incorporam em seus arranjos, metais e sopros, intensificando os ritmos latinos.

A apresentação no Rock In Rio em 1985, foi a consolidação da banda no cenário Nacional. Embora já conhecida, e frequentadora assídua, dos Shows do Circo Voador e com alguns sucessos nas rádios como óculos e Meu Erro, ainda não faziam História. O Rock In Rio, vai mostrar a versatilidade musical deste Power trio, que vai influenciar muitas bandas de garagem, tão em moda nos anos 70, que e esquecida nos 80. Quando vi a apresentação dos caras, abrindo o dia do Festival, que teria nada menos que Rod Stwart e Ozzy Osbourne, segurando ás 17h com sol ainda, 180mil pessoas, não tive mais dúvidas, os Paralamas iam arrebentar no cenário de nossa música.

Selvagem, vai marcar a carreira dos Paralamas do Sucesso, não só pelos Ritmos Caribenhos e Latinos, mas pelas letras ao mesmo tempo bem humoradas, entre elas Melo do Marinheiro, como as engajadas A Novidade parceria do Herbet com Gilberto Gil e Alagados.

A letra de Herbet com a música dos três Paralamas, faz um paralelo, da grande favela de Trenchtown na Jamaica com o complexo de Favelas da Maré no Rio de Janeiro e Alagados em Salvador. O que há de comum, entre estas duas comunidades: Ambas ficam localizadas nas Baias oceânicas, fincadas em verdadeiros Mangues e cobertas de miséria e pobreza. Os Paralamas do Sucesso já falavam, da exclusão social e do abandono das populações pobres á sorte do crime e do descaso político, antes das Policias Pacificadoras do Rio.

Alagados tocou enormemente nas rádios e tem um clipe original muito significativo. Veja e curta aqui: http://migre.me/fnbRi .

Alagados

Compositor: Hebert Viana / Bi Ribeiro / João Barrone
Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados da vida real
Lhes nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê


Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados da vida real
Lhes nega oportunidades
Mostra a face dura do mal


Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê


Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê


Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé


Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Mas a arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé







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