Em 1991, o amor da minha
vida Nadir de Souza Gonçalves teve um bebê, uma linda menina, minha filha, meu
orgulho, Ruani. O nascimento dela me encheu de vida. É um sentimento inexplicável,
este de ser Pai, é dadiva divina, não tem explicação. A gravidez, é o ápice do
nascer, para a mulher então, em minhas pesquisas com minhas duas, percebi ser a
glória, é o amor se transformando em vida. Uma gravidez transforma a todos,
para que surge uma nova Mulher, um novo Homem, com o crescimento do embrião.
Foi neste ano que Marina
Lima, lançou o décimo disco da carreira, intitulado simplesmente “Marina Lima”.
É a primeira vez que a cantora e compositora assina um trabalho, utilizando seu
nome completo. Também é a primeira vez, que trabalha mais seu lado compositora,
assinando sozinha varias faixas do disco. Foi também o primeiro trabalho dela
com o produtor Liminha, um craque na produção de discos da MPB.
A carioca, que gravou pela
primeira vez, em 1978 com o LP simples fogo, compunha desde lá com seu irmão Antônio
Cicero. Suas influências são idênticas a da maioria dos artistas Brasileiros,
Dolores Duran, João Gilberto, depois os Festivais de Música, Beatles e o Suingue
do pop e da soul music Americana. Vivendo na adolescência nos Estados Unidos
teve contato, com feras da música negra e do eletrônico pop. Será decisivo
estas misturas musicais em seu trabalho. A poesia do irmão e os arranjos leves
e soltos, combinaram com sua voz grave até meio roca, a transformando em uma
das melhores cantoras do Brasil. Veja tão fácil do disco de estreia: http://migre.me/fBFOO .
A Cantora emplacou vários sucessos
desde então, Fullgás, Me Chama, Francesa e varias outras. Mas este disco de
1991, parece que significava a transformação, bem ao gosto da dialética.
Acontecimentos, Não sei Dançar e Grávida foram os Hits deste Álbum. A capa já demonstra
sinais desta mudança. Fundo preto com Marina de blusa amarela e calças pretas e
com os braços abertos, pronta para a acolhida, para a recepção, com Amor e
carinho. Grávida em sua letra, fala em metáforas, desta transformação, como o
feto se transforma no útero da mulher. Um arranjo pop, dançante mesmo, nos faz
pensar nesta mudança em que todos nós estamos sujeitos a sofrer, seja para o bem,
seja para o mal. Grávida é uma parceria brilhante de Marina com Arnaldo
Antunes.
Grávida é uma das minhas
favoritas. Ao se desfazer dos Vinil, este eu não doei a ninguém. Veja e ouça e
se transforme: http://migre.me/fBG2E .
Grávida
Marina Lima
Eu tô grávida
Grávida de um beija-flor
Grávida de terra
De um liquidificador
E vou parir
Um terremoto, uma bomba, uma cor
Uma locomotiva a vapor
Um corredor
Grávida de um beija-flor
Grávida de terra
De um liquidificador
E vou parir
Um terremoto, uma bomba, uma cor
Uma locomotiva a vapor
Um corredor
Eu tô grávida
Esperando um avião
Cada vez mais grávida
Estou grávida de chão
E vou parir
Sobre a cidade
Quando a noite contrair
E quando o sol dilatar
Dar à luz
Esperando um avião
Cada vez mais grávida
Estou grávida de chão
E vou parir
Sobre a cidade
Quando a noite contrair
E quando o sol dilatar
Dar à luz
Eu tô grávida
De uma nota musical
De um automóvel
De uma árvore de Natal
E vou parir
Uma montanha, um cordão umbilical, um anticoncepcional
Um cartão postal
De uma nota musical
De um automóvel
De uma árvore de Natal
E vou parir
Uma montanha, um cordão umbilical, um anticoncepcional
Um cartão postal
Eu tô grávida
Esperando um furacão, um fio de cabelo, uma bolha de sabão
E vou parir
Sobre a cidade
Quando a noite contrair
E quando o sol dilatar
Vou dar a luz
Esperando um furacão, um fio de cabelo, uma bolha de sabão
E vou parir
Sobre a cidade
Quando a noite contrair
E quando o sol dilatar
Vou dar a luz
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