quinta-feira, 25 de julho de 2013

TREM AZUL


No livro Os Sonhos não envelhecem, seu autor Márcio Borges, faz um relato biografo de sua própria História e de seus amigos, músicos e poetas. Uma viagem que começa no inicio dos anos 60 do século passado e que ainda prossegue. Tudo começa, com a amizade dos irmãos Borges, Márcio o mais velho, Marilton o do meio, Lô o caçula na época com nove anos com um neguinho de Três pontas, que vem para Belo Horizonte atrás do sonho de ser cantor. Milton e os Borges, terão como cenários desta amizade, o bairro de Santa Teresa onde moravam os irmãos, mais especificamente as esquinas do local.

A eles mais uma porção de mineirinhos, como Wagner Tiso, Fernando Brant, mais tarde Beto Guedes, Toninho Horta, Nelson Ângelo e outros. Todos tinham muito em comum. O Jazz, a tradição mineira e seu folclore e claro os Beatles. Aqueles anos mágicos, fazia as esquinas de Santa Teresa, povoar-se dos sonhos daquele grupo, se não música o assunto, era Futebol, debate interminável entre Atleticanos e Cruzeirenses. Mas o que interessava era ouvir de tudo o que rolava e tocava nas rádios. Milton e Tiso, foram tocar na noite, formaram entre muitos o grupo Ws’ Boys e o Evolusamba. Os dois tocavam Bossa e Jazz, mistura natural naquele primeira metade da década.

Lô Borges acompanhava aquela efervescência, em sua casa e rua. Aprendeu a tocar violão com Milton e a escrever com seu irmão Márcio. A turma, vai se separando fisicamente, ganhando carreiras solos ou com outros parceiros, mas a produção musical era grande entre eles. Milton vai ter a sua Canção do Sal gravada por Elis Regina e isto abre as portas para o cara de três pontas nos grandes centros da Música. Clic aqui para ouvir Canção do Sal: http://migre.me/fB948 .

Mesmo com os voos solos a mineirada das esquinas de Belo, se conectavam (não tinha Internet, hein), e muita música boa saia. Foi assim nas parcerias de Milton Nascimento com Fernando Brant, que rendeu a eles o segundo lugar no Festival Internacional da Canção de 1967, com Travessia. Mas vai ser em 1972, que a amizade e a cumplicidade musical vai se revelar para o mundo com o lançamento do Álbum Duplo o Clube da Esquina 1. Embora a obra vai ser considerada como solo de Milton, era reuni toda a turma, uns cantando, outros na composição. Tem muito sucesso neste disco, mas vou destacar uma do Lô Borges em parceria com Fernando Brant, que mais tarde Beto Guedes imortalizou, mas no Clube foi Lô quem interpretou. Paisagem na Janela: http://migre.me/fB9gg .

Trem Azul esta neste disco. Foi inspirada em uma viagem de Lô em um Trem na Europa. Ficou esquecida por quase dez anos. Elis Regina como sempre é quem vai desenterrar esta canção da parceria de Lô Borges e o carioca agregado ao Clube Ronaldo Bastos. È ultimo Show de Elis. Um espetáculo de 1981, gravado em Fita cassete, que só após sua morte a Som Livre, relançou e nos anos 90 reeditou em CD. O Clube da Esquina nome dado por Marcio Borges, por razões obvias aqui já relatadas, fazem realmente os sonhos não envelhecerem. Elis cumpriu a sua parte: http://migre.me/fB9wa .


O Trem Azul

Lô Borges

Coisas que a gente se esquece de dizer
Frases que o vento vem as vezes me lembrar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
Na canção do vento não se cansam de voar
Você pega o trem azul, o Sol na cabeça
O Sol pega o trem azul, você na cabeça
Um sol na cabeça
Coisas que a gente se esquece de dizer
Coisas que o vento vem as vezes me lembrar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
Na canção do vento não se cansam de voar
Você pega o trem azul, o Sol na cabeça
O Sol pega o trem azul, você na cabeça
Um sol na cabeça




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