A Editora Guemanise do Rio
de Janeiro, é especializada em editar e publicar livros de contos, poesias e
crônicas. Conheci o trabalho da editora, pelo portal de poesias Releituras. Vi
que a mesma, organizava vários concursos literários. Comecei a participar deles
em 2006. Nunca consegui uma boa colocação, para como prêmio ter meu trabalho
divulgado.
Em 2007 a Guemanise, criou o
Concurso “Cantigários”. Consistia em contos, crônicas e poemas, versados sobre
o tema MPB. Era a Música Brasileira, que estaria em foco, nos textos. Decidi
escrever alguma coisa sobre este assunto, do qual dedico parte considerável da
minha vida, estudando-o. Pensei em versos poéticos, ou em crônica. Mas percebi
que seria mais um na multidão. Muitos escritores, como constatei posteriori,
usariam este caminho.
Matutei com os botões de
minha blusa e decidi escrever um conto. O tema inicial seria os Festivais de
Música. Mas achei temário batido. Ao passar por uma das avenidas de meu bairro,
ouvi Cadê Você de Odair José, tocando em um bar. Ao mesmo tempo, tinha lido
sobre os Panteras Negras e um gesto feito por eles como saudação e símbolo do
movimento. Braços levantados e punhos cerrados. No livro Enquanto corria a
barca, sobre a Contracultura e as Artes nos anos 70, há uma passagem, que diz
que Erasmo Carlos, usava este gesto, ao se apresentar no palco. Um dia durante
uma apresentação no programa Silvio Santos, terminou de cantar e cerrou os
punhos. Um agente da Censura, lá estava. Erasmo ficou horas se explicando no
DOPS.
Estava fechado a estrutura
do texto. Contaria a História da MPB, tendo como inicio a canção de Odair José
e o símbolo dos Panteras, como fechamento. Falaria da Ditadura é claro. Pensei
em um personagem próximo a mim e os de minha geração. Pobre, musico e sonhador.
O titulo “Cadê Você: ou como escrevi este conto”. A história de um garoto que
resolve se inscrever no programa de calouros de Silvio Santos na década de 70.
Narro o dia da apresentação, o convívio com os amigos, o Amor, enfim como e
porque ele escreveu este conto.
Fui premiado no concurso com
uma menção honrosa e tive meu conto publicado na Coletânea com os demais
textos. Sempre gostei de Odair José. Primeiro pelo fato de ouvi-lo muito em
minha pre e adolescência nas rádios. Segundo, pelo fato de um cara que tem
coragem de abordar temas até então proibidos naqueles tempos, como a pílula, ou
a prostituição, não pode ser considerado um artista menor. Caetano Veloso é o
primeiro a reconhecer isto, quando em um Show da antiga gravadora Philips, não
só cantou Odair José como cantou com ele.
Cadê você o conto quem
quiser, pode deixar o pedido aqui nos comentários ou no Facebook. Cadê Você
esta canção Romântica, que esta no LP de 1973, o quarto na carreira do cantor, você
ouve aqui: http://zip.net/bpl4h4 .
Cadê você?
O tempo vai
O tempo vem
A vida passa
E eu sem ninguém
O tempo vem
A vida passa
E eu sem ninguém
Cadê você?
Que nunca mais apareceu aqui
Que não voltou pra me fazer sorrir
Que nem ligou
Que nunca mais apareceu aqui
Que não voltou pra me fazer sorrir
Que nem ligou
Cadê você?
Que nunca mais apareceu aqui
Que não voltou pra me fazer sorrir
Então, cadê você?
Que nunca mais apareceu aqui
Que não voltou pra me fazer sorrir
Então, cadê você?
Mas não faz mal
Pois eu me calo
Tá tudo bem
Eu sempre falo
Pois eu me calo
Tá tudo bem
Eu sempre falo
Cadê você?
Que nunca mais apareceu aqui
Que não voltou pra me fazer sorrir
Que nem ligou
Cadê você?
Que nunca mais apareceu aqui
Que não voltou pra me fazer sorrir
Que nem ligou
Cadê você?
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