O Paulista Dias Gomes, não é
a toa que nasceu em um ano mágico para as artes e a politica no Brasil.
Primeiro, pois foi em 1922, que aconteceu a Semana de Arte Moderna, que viria
mudar radicalmente, o que se fazia de cultura até então no País. O caráter erudito
e elitista, dá lugar ao engajamento social e a ousadia no fazer arte. Os
Modernistas irão ser uma das influências de Dias. É neste ano de 22, que uma
outra referencia será importante na vida, na obra e na carreira do escritor. A
fundação do PCB, o Partido Comunista Brasileiro, no qual na fase adulta Dias
Gomes era militar e buscar fontes para seu trabalho.
Dias, se notabilizou
primeiro no Rádio, escrevendo as famosas radio novelas, pre História das
Telenovelas. Foi no dial radiofônico que Dias Gomes, adaptou mais de 50 peças
suas para teatro. Entre elas a internacionalmente conhecida O Pagador de
Promessas. Será com este texto adaptado e dirigido por Anselmo Duarte, que irá
em 1961, a ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes. Mas a
Ditadura Militar se implanta no Brasil. Com ela Dias Gomes será um dos autores
mais cassados e censurados pelos Militares.
O Berço do Herói escrita em
1965, foi proibida no dia de sua estreia. A peça tinha um roteiro, que contava
a História de Jorge, soldado da FEB, na segunda Guerra Mundial, que após uma
batalha na Itália, desaparece, e nunca mais é encontrado. De repente, o
protagonista, se transforma em Herói ao supostamente morrer. Sua cidade Natal,
o elege a Santo, provocando romarias imensas a procura de milagres, do tal
soldado. Dias Gomes faz uma critica aos falsos mitos, de situações e
personagens reais. No caso em voga a Ditadura Militar, que justificava o golpe
na ameaça Comunista.
Vai ser o Berço do Herói, a
base para o autor, escrever Roque Santeiro, em 1975. Tudo foi montado para a estreia
da Novela. As vésperas de entrar no ar, a produção, foi censurada na integra.
30 capítulos tinham sido já gravados. A justificativa da Censura dos Militares,
teria sido um grampo no telefone do autor, onde o mesmo teria dito, que Roque
Santeiro, era na verdade o Berço do Herói, com algumas adaptações, para
ludibriar a censura. Este fato, causou enormes transtornos a rede Globo, que teve
que colocar Selva de Pedra, um remake até a produção de Pecado Capital de
Janete Clair, mulher de Dias Gomes.
Dez anos depois já na
Redemocratização, Roque Santeiro, foi liberada e Aguinaldo Silva, readaptou o
texto de 75. Vários personagens, foram mantidos com atores do original. Mas foi
Regina Duarte, na pele da Viúva de Roque, Porcina e seu caso com o Coronel
Sinhozinho Malta que rouba a cena da Novela. Sucesso absoluto.
Dona de Sá e Guarabira, em
uma trilha Sonora de primeira, será uma dos maiores sucessos. Tema de Porcina,
a canção teve várias interpretações. Ouça aqui com a maior delas, Roupa Nova: http://zip.net/btl4p0 .
Dona
Dona
Desses traiçoeiros
Sonhos
Sempre verdadeiros
Oh, Dona
Desses animais
Dona
Dos teus ideais
Desses traiçoeiros
Sonhos
Sempre verdadeiros
Oh, Dona
Desses animais
Dona
Dos teus ideais
Pelas ruas onde andas, onde
mandas todos nós
Somos sempre mensageiros esperando a tua voz
Teu desejo uma ordem, nada é nunca, nunca é não
Por que tens dessa certeza dentro do teu coração
Somos sempre mensageiros esperando a tua voz
Teu desejo uma ordem, nada é nunca, nunca é não
Por que tens dessa certeza dentro do teu coração
Tam, tam, tam, batem na porta,
não precisa ver quem é
Pra sentir a impaciência do teu pulso de mulher
Um olhar me atira à cama, um beijo me faz amar
Não levanto, não me escondo porque sei que és minha dona
Pra sentir a impaciência do teu pulso de mulher
Um olhar me atira à cama, um beijo me faz amar
Não levanto, não me escondo porque sei que és minha dona
Dona
Desses traiçoeiros
Sonhos
Sempre verdadeiros
Oh, Dona
Desses animais
Dona
Dos teus ideais
Desses traiçoeiros
Sonhos
Sempre verdadeiros
Oh, Dona
Desses animais
Dona
Dos teus ideais
Não há pedra em teu caminho, não
há onda no teu mar
Não há vento ou tempestade que te impeçam de voar
Entre a cobra e o passarinho, entre a pomba e o gavião
Ou teu ódio ou teu carinho nos carregam pela mão
Não há vento ou tempestade que te impeçam de voar
Entre a cobra e o passarinho, entre a pomba e o gavião
Ou teu ódio ou teu carinho nos carregam pela mão
É a moça da cantiga, a mulher da
criação
Umas vezes nossa amiga, outras nossa perdição
O poder que nos levanta, a força que nos faz cair
Qual de nós ainda não sabe que isso tudo te faz dona...
Umas vezes nossa amiga, outras nossa perdição
O poder que nos levanta, a força que nos faz cair
Qual de nós ainda não sabe que isso tudo te faz dona...
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