Meu pai tinha um bar no
inicio dos anos 70. Lá frequentava um garoto de uns 14 anos, negro, pobre, que
morava com a mãe. O pai um desconhecido. Virava e mexia este garoto cujo
apelido era Chouriço, sumia. Quando voltava, vinha todo arrebentado, dizendo que
ficou pendurado no “Pau” de Arara dos Homi. Sua mãe toda vez, que a policia o
levava, o procurava de delegacia em delegacia. Um dia ela nunca mais o
procurou.
Chico nesta canção, adianta
uma situação social da qual convivemos com muita maior intensidade nos dias
atuais. A desigualdade social, agravada pela concentração de renda, cria os
bolsões de miséria, locais propicio para o crime organizado, arregimentar seus
soldados. Em 1981, ainda não tínhamos leis de proteção aos adolescentes, como o
ECA.
Uma letra linda, onde uma
mãe fala de seu filho, de forma que ele se transformou em um cidadão. Mãe é
aquela cujo amor, transcende o caráter, a personalidade da pessoa. Mãe ama e
pronto. Chico Buarque, apresenta um personagem feminino que em sua simplicidade
e pobreza, imagina um mundo ideal ao seu Guri, mesmo que, sua realidade seja o
contrario.
O Guri da música, trata-se
de um garoto morto pelo sanguinário delegado do Dops Sergio Paranhos Fleury. A
partir deste fato, surgiu o esquadrão da morte. Entidade para militar,
clandestina e ilegal, que perseguia e matava, fazendo “justiça”, com as
próprias mãos.
O Meu Guri, esta no LP
Almanaque de 1981.
Link do Vídeo: http://zip.net/bmmRJy .
Nenhum comentário:
Postar um comentário