A casa do Sociólogo Sergio
Buarque de Holanda, autor do clássico Raízes do Brasil, tanto no Rio de
Janeiro, como em São Paulo, fervilhava conhecimento e arte. Manoel Bandeira,
Caio Prado Júnior e toda a intelectualidade daqueles anos 50, frequentavam a
casa dos Buarque de Holanda. Entre eles o poeta e na época diplomata do
Itamarati Vinicius de Moraes.
O quarto filho, da família o
Francisco, acompanhava de perto, o papo daqueles homens de ciência, com muita
atenção. Mas foi com Vinicius que o garoto, nutriu uma amizade duradoura, até a
morte do poetinha em 1980. Com Vinicius Chico, viu o surgimento da Bossa Nova,
da poesia romântica e ouviu dele sua predileção pelo concretismo.
Antes desta Valsa, Chico
tinha feito com Vinicius de Moraes, a letra para a melodia de Gente Humilde do
violonista Garoto. Uma letra engajada socialmente. Mas foi com esta canção que
mais uma vez o Universo Feminino aflorava em Chico Buarque.
Foi de Vinicius a melodia.
Restava a Chico a Letra. Era 1970, Chico ainda na Itália e Vinicius viajando
pela América do Sul. Troca de correspondências entre os dois poetas, tratava de
concluir a letra. Vinicius trabalha a concepção de um casal e clima Hippie.
Chico contesta e diz que trata-se de um Bancário que surpreendentemente chega
em casa, sem irritação e todo pronto para receber e dar ternura.
A Mulher esta sempre pronta
a viver aquele amor com afeto e claro tesão, toma a iniciativa, o envolve tanto
em sua magia de amante, que os dois saem a bailar pela praça e não hesitam a se
beijar, se abraçar e a se amar, feitos loucos, entre gritos e roucos
(sussurros), na frente de todos.
Estávamos nos tempos mais
duros da Ditadura. O final da bela valsa não podia ser diferente. O desfecho é
de finalmente a Paz, tinha chegado ao casal, uma metáfora, de que povo livre,
faz Revolução. Valsinha vai ser gravada por Chico no LP Construção de 1971.
Link do Vídeo: http://zip.net/bwmGgX .
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