quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

AMO AS MULHERES QUE CANTAM- VII


A PRECOCE MUSA DA MPB

Para mim falar de Nara Leão é uma delicia. Já disse em outros textos que comecei a me interessar por musica e brasileira, após ouvir a Banda na voz, desta mulher, que aos doze anos de idade já convivia com os Deuses da Bossa Nova. Sentada em seu Apartamento no Centro do Rio de Janeiro, ouvia atenta os violões de João Gilberto, Carlos Lyra, Tom Jobim, os versos de Vinicius e outros.


Foi intitulada com isto a musa da BN, por gravar ainda adolescente, verdadeiros clássicos deste movimento. Muito alem do seu tempo, Nara esteve presente em todos os principais movimentos artísticos de nossa musica.


Sem preconceitos, saiu da BN, encontrou com o samba do morro de Zé Kéti e o Sertão Nordestino de João do Valle, no espetáculo revolucionário Opinião em plena ditadura militar. Como Revolucionário foi sua passagem pelo Tropicalismo de Gil e Caetano. Desprovida de preconceitos, foi a primeira a gravar Roberto e Erasmo Carlos, em uma época que a Jovem Guarda era tida como alienada e imperialista.


Neste disco de raridades gravadas entre 1973 a 1988, traz uma das perolas do cancioneiro infantil. A canção de Renato Teixeira, O Dragão Mágico, feita para o espetáculo teatral Puff o Dragão Mágico. Alem deste Standard, a gravação de Grandola, musica dos revolucionários da guerra civil espanhola, alem de lançar Raimundo Fagner com a canção Pé de Sonhos. Precoce iniciou nas artes, precoce Nara deixou este mundo, em 1989.



O DISCO: RARIDADES II

01 - Fez Bobagem Aguas De Marao Samba Da Preguiça


02 - Pe De Sonhos


03 - A Donzela


04 - Grandola, Vila Morena


05 - Maio, Maduro Maio


06 - O Dragao Magico


07 - Folhetim-


08 - Hei De Voltar Pro Sul


09 - Pra MüEde Chatear


10 - Tem Gato Na Tuba


11 - Cineangiocoronariografia


12 - Morena Boca De Ouro

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

AMO AS MULHERES QUE CANTAM- VI


A ENIGMÁTICA NINA

A Assassina, é um filme legal de ação, e só. Diz respeito a uma mulher desajustada e viciada em drogas, que ao ser pega pela policia, tinha um só destino, a cadeira elétrica, em virtude da infinidade de crimes cometidos. Mas aí entra uma organização secreta do Governo, que lhe faz uma proposta outra trabalha para ela ou os choques lhe tiraram a vida. Mas o que mais me chamou a atenção, é que nos momentos de angustia e solidão, a personagem principal, acalmava seus males ouvindo Nina Simone.

Foi assim, que obtive meu primeiro contato com uma das maiores cantoras de Blues/Jazz, do mundo. Nascida na Carolina do Norte, Nina teve desde cedo conviver com o racismo. Suas primeiras apresentações, foram em palcos com uma platéia apenas de Negros, em função da segregação racial.

Pianista, no inicio da carreira, acompanhou vários Standard da musica Americana. Gravou de Betlhes a George Gershwin.

Nina engajou-se durante os anos 60 e 70 do século passado, em varias lutas pelos direitos civis e humanos.

Este disco é de 1995 e é repleto de sucessos como Baltimore, The Family e Forget.

Nina Simone é destas cantoras que a gente escuta e viaja por sua voz e o que ela faz com o canto. A cantora foi responsável, pelo fato de que me interessasse mais pelo Blues e o Jazz. Gosto tanto que indiquei para minha amiga Jornalista e cantora da ContraBanda Blues, Érika Caetano para que ela se prepara-se para entoar o Blues. Ela adorou e já é fã da Negona.




EM TEMPO: Este Post é dedicado a minha amiga Maria Paula de Vinhedo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

AMO AS MULHERES QUE CANTAM- V


FATIMA GUEDES-A BALADEIRA DO CANCIONEIRO BRASILEIRO


No final dos anos 70, as rádios de freqüência de ondas moduladas, as famosas AMs, vão perdendo força para as FMs. Com um som muito mais nítido e limpo, as fms, preparavam o caminho para a era digital. Alem disto, a programação tinha enormes diferenças das velhas AMs.


Primeiro, tocavam muita musica, consideravam-se emissoras de musica, outros assuntos não eram trabalhados. Segundo, a maior parte das canções era de MPB, com muito pouco espaço para o Internacional e a chamada musica popular ou brega. Fins dos tempos de regime militar, as freqüências moduladas, desfilavam durante todo o dia e noite, consagrados artistas nacionais, como Chico Buarque, Milton, Caetano, Gil, Gal e muitos outros.


Mas abria espaço para os novos da musica Brasileira. Aí é que deram seu ar da graça, Zé Ramalho, Fagner, Oswaldo Montenegro e diversos outros artistas. Foi neste universo de emissoras 24h no ar, inaugurando nas rádios esta jornada, que conheci Fátima Guedes. Carioca, iniciou cantando em Festivais, como a maioria da geração 60 e 70.


Foi Elis Regina que mostrou a moça com jeito de Joan Baez e cantando como Maysa, em seu especial de final de ano na TV, alem de gravar musicas suas. Compositora, teve vários sucessos, entre eles Onze Fitas e canções gravadas por muita gente boa, como a própria Elis, Nana Caymmi, Zizi Possi, Joana e Simone. O Disco Pra Bom Entendedor, foi o segundo da era digital gravado por Fátima. Recheado de Baladas, sambas canções, o CD é datado de 1993.


quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

ANIVERSÁRIO DO TOC PERCUSSIVO II


Conheci o percussionista Marcos Lima, no Segundo FESTAFRO de Limeira, em 2006. Ele e seu grupo o TOC PERCUSSIVO, tinham vencido naquele ano o disputadíssimo CANTA LIMEIRA. Na oportunidade Marcos defendia uma musica dele em parceria com o Dalvo do Grupo Avena.

Pude constatar a versatilidade instrumental de Marquinhos, sua competência e talento com os instrumentos de percussão. A paixão pela musica e pela arte, constatei convivendo com ele neste hum ano de conhecimento.

Marquinho é meu vizinho. Mora a uma quadra de casa. Rapaz pobre como eu, pai de família, tem procurado sobreviver da musica e da arte de fazer instrumentos.

È um dos músicos mais requisitados para acompanhar bandas e artistas do circuito alternativo da cidade, região e do Estado, tamanho é seu talento.

Mas alem da vocação musical, Marquinhos é um humanista, e assim muito generoso. Há quatro anos desenvolve um trabalho, sem recursos públicos ou ajuda de grandes empresas ou grupos econômicos, de ensinar a arte do batuque e da marcação rítmica em uma obra musical, a crianças da periferia da cidade. Sem nenhuma intenção financeira, Marquinhos tem se apresentado em Festivais, Shows e eventos musicais ou não, mostrando para o município que é possível fazer musica, tocada e cantada pelos pobres. Que a musica é capaz de tirar das ruas e da criminalidade, crianças e adolescentes.

Passei a admirar o trabalho deste moço.

Assim o aniversario do TOC não deve ser encarado apenas como um evento musical, mas como a celebração de um projeto solidário, que com uma intenção apenas, a de contribuir para um mundo mais justo e igualitário, deve ser aplaudido por todos nós.

Tomo a liberdade de convidar a todos e a todas para apagar as velinhas com o TOC PERCUSSIVO no próximo domingo.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

FESTA DO TOCO PERCUSSIVO


O grupo Toc Percussivo, do meu amigo Marcos Lima, estará completando no próximo dia 09 de Dezembro, quatro anos de vida e irão comemorar com varios amigos e amigas. Veja o cartaz ao lado quem vem, e onde será o Show. Eu estarei lá.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

CÂMARA DE VEREADORES APROVAM MOÇÃO DE APLAUSOS AO FESTAFRO

Vejam abaixo, Moção de Aplausos, apresentada pelo Vereador José Carlos Pinto de Oliveira (PT) e aprovada por todos os Vereadores, na noite de ontem na Câmara Municipal de Limeira.

MOÇÃO DE APLAUSOS

“Moção de APLAUSOS a Secretaria Municipal de Cultura, aos Vencedores e Participantes do III FESTAFRO Limeira.”


Considerando que, a cultura Afro tem contribuído para o avanço de consciências contra o racismo e o preconceito de todas formas, no Brasil e no Mundo;

Considerando que, vários ritmos e estilos musicais, são de origem africana e com isto enriquecendo a cultura mundial;
Considerando que, o mês de novembro, dedicado a reflexão da Consciência Negra, tendo como principal referência, Zumbi dos Palmares, bem como a influência que tambores, a dança e a religião Afro desencadeou no Brasil;

Considerando que, nossa cidade tem entre seus fundadores, negros escravos e ao longo de nossa existência vários descendentes, foram e são responsáveis pelo desenvolvimento de nosso município ;

Considerando que, em Limeira temos varias manifestações culturais e em particular na musica, que são fortemente influenciados pela cultura Africana e seus derivados Brasileiros;

Considerando que, a musica em especial, é um elemento importante, para a difusão de concepções e visão de mundo, bem como uma forma de manifestar sentimentos;

Considerando que, a realização do III FESTAFRO, Festival de Musica Popular Brasileira, organizado pela Secretaria Municipal de Cultura de Limeira, cumpriu, como as edições anteriores, seu papel de divulgar a cultura Afro e contribuir para o avanço de consciências desprovidas de qualquer forma de discriminação;

Considerando que, alem do aspecto de evento conscientizador, o FESTAFRO, é um verdadeiro celeiro de grandes talentos da musica alternativa Brasileira, aquela que não tem espaço na mídia grande e oficial, onde artistas que estão na estrada há mais de 20 anos, mostram seu amor a arte e a cultura popular;

Considerando que, o FESTAFRO tem sido também um espaço para o aparecimento de novos talentos, em especial de nossa cidade;
Considerando que, este Festival e outros promovidos pela Secretaria, consiste em um espaço importante para a divulgação de artistas, novos e que em função das regras mercadológicas não conseguem mostrar seus trabalhos na mídia oficial ;

Considerando que, o Festival teve a inscrição de mais de 100 musicas de oito estados do País, alem de musicas de nossa cidade;

Considerando que, mais uma vez o Festival foi um sucesso, onde foram vencedores na categoria Nacional a canção ESPERANÇA, das compositoras Márcia Tauil e Mana Tesari na categoria melhor Música de Limeira, a homenagem ao líder popular Glostora, a canção NEGRO POETA, dos compositores Wilson Cerqueira e Janjão;

Submetemos à apreciação do Plenário, na forma regimental, a presente Moção de APLAUSOS, a Secretaria Municipal de Cultura, aos Vencedores e a todos os Participantes do III FESTAFRO, com cópia, para o Exma. para a Ministra da Secretária Especial de Política de Promoção da Igualdade Racial, Srª. Matilde Ribeiro, para o Exmo. Ministro da Cultura Senhor Gilberto Gil, para o Exmo. Prefeito Municipal Silvio Félix da Silva, o DECADE- Departamento da Cultura Afro-, para o COMICIM, para a Irmandade Cultural Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Comissão de Mulheres Ilê Dandara, Instituto Odoya, Quilombo Central, Pastoral Católica Afro, Negro em Evidencia, Comunidade Afro ABANJÁ.

Plenário “Vereador Vitório Bortolan”, aos 26 dias do mês de Novembro de 2007.


Justificativa

Iniciativas como o FESTAFRO, não só são de relevante importância, para a sociedade Brasileira e em especial Limeirense, como é uma bela contribuição para as artes e a cultura como um todo.

Alem de ser um espaço onde através dos ritmos, que são desde o samba mais moderno ao tradicional, passando pelo Reggae ao Rock, pela Bossa Nova, pelo Chorinho, o HIP HOP e varias outras formas, também tem sido um espaço de divulgação do trabalho de vários artistas, que não tocam nas rádios e não aparecem nos grandes programas de televisão.

Assim, a cultura Afro e descendente, tem mais um momento de consagração e explosão, mostrando que nossa musica é sem duvida nenhuma a melhor do mundo e que a comunidade negra, tem nas artes um forte aliado no combate ao preconceito e a discriminação.

Plenário “Vereador Vitório Bortolan”, aos 26 dias do mês de Novembro de 2007.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

DESTAQUES DO III FESTAFRO LIMEIRA




Márcia Tauil: Cantora de São José do Rio Pardo. Esta no circuito festivaleiro, há muitos anos, vencendo inclusive Festivais de renome, como o de São José do Rio Preto e o ultimo Viola de Todos os Cantos. Dona de uma voz poderosa, brincando o tempo todo com seus agudos, desde o principio do FESTAFRO, não havia duvidas de que seria a melhor interprete do Festival. Mas embora a canção que defendeu Esperança, composição sua com sua parceira eterna Mana Tessari, tenha uma letra interessante, não era em minha opinião para vencer a fase nacional do FESTAFRO. Outras canções estavam mais de acordo com o temário do evento. Mais sem duvida, Márcia foi um Show a parte, alem de ser uma pessoa muito simpática. Taí um Show que gostaria de ver inteiro.

Beto Santos: Já falei deste cantor e compositor, quando o mesmo venceu o II FESTAFRO, de 2006. Na estrada há mais de 30 anos, Beto gravou seu primeiro CD, também no ano passado. Como sempre perfeito no palco, com uma interpretação que enche os olhos de quem vê e admira musica de boa qualidade. Sou fã do Beto. A composição que ele apresentou no Festival, foi Idéias e ideais ou aos nossos líderes, uma ode, uma bela homenagem aos lideres dos direitos civis e do combate ao racismo: Martin Luther King, Steve Biko e Nelson Mandela. Preciso e politicamente correto, Beto contagiou o publico com seu reggae. Idéias ficou em segundo lugar da fase nacional. Era uma das minhas preferidas para o primeiro lugar. Estou devendo ao Beto a organização de um Show inteiro aqui na cidade.

Zero 16: Para mim o principal destaque do Festival. Quando do anuncio das classificadas, soubemos que haveria um Hip Hop, todos e eu também torcemos o nariz, imaginando aquela coisa repetitiva e enjoativa, como geralmente são os Rap. Quebramos a cara. Quando o grupo Zero 16 de São Carlos subiu ao palco, minha aversão ao gênero, deu lugar a um olhar mais observador. Fiquei encantado com os garotos, que vieram com uma musica a Terra do Sem, que ao mesmo tempo, denuncia os que transformaram este País em uma terra de Sem Terras, Sem Casa, Sem emprego, Sem Comida e por aí afora, também propõe saídas, através de ações afirmativas, a política de cotas para os negros. Um arranjo perfeito, embora a canção é muito longa. Mereceu o terceiro lugar do Festival. Detalhe: os meninos estavam vendendo seu CD, no final do Festival, para poder ir embora pra casa. Isto mostra a situação do artista Brasileiro, principalmente o que não aceita estar sobre o controle das majors da industria fonográfica.

Xampu da Bahia: Apesar de utilizar no nome artístico, o estado Baiano, o cantor é do Rio de Janeiro. Uma das melhores letras do Festival, Senzala, mostra o processo de escravidão negra no Brasil. O cotidiano dos escravos nos cafezais e na casa grande. Merecia algum premio, não levou nada. O balanço reggae contagiou a platéia, que cantou junto o refrão. Refrão por sinal incompreendido, pelas mulheres e por alguns homens, que entenderam que aquilo “lava a roupa mulher, enxugue a roupa mulher, que seu varão vem a pé”, fosse uma alusão machista. Porem a frase é parte do contexto da letra. Acho que o júri teve esta compreensão. Uma pena.


Dentinho: Outro que merecia uma melhor sorte. No canta Limeira, deste ano, o cantor de Joinville/SC, também teve a sorte lhe abandonando. Seu violão quebrou, no inicio da apresentação de Folias de Guedes, uma quadrilha, que contava uma festa do interior catarinense, destas tradicionais, com muito folclore. No canta Dentinho, cantou sem acompanhamento e não se classificou para a final. Neste FESTAFRO, Dentinho foi pra final, com a musica, Dos Porões a Alforria. Canção lindíssima que merecia uma premiação. Dentinho tem um grupo folclórico de nome Arueira. È petista militante, confessou a mim, que Lula e Getulio foram os melhores governantes deste País. Dentinho, prometeu vir a Limeira e participar da Folia de Reis, organizada pelo meu parceiro Wilson Cerqueira.

Toc Percussivo: Marcos Lima, o marquinho é um lutador e de um coração super generoso. O seu projeto de trabalhar com crianças pobres em Limeira, as tirando das ruas ensinando a tocar um instrumento de percussão é fantástico. Sem um mínimo de interesse de ganhar dinheiro, marquinho há quatros anos tem mantido o Projeto e o grupo originário dele. Pena que nossas autoridades ainda não se atentaram para este belo trabalho. No FESTAFRO, Marcos Lima inovou, abandonou o estilo Cordel e Olodum e resolveu homenagear Tim Maia e Jorge Bem Jor. Apresentou uma Soul Music, com o toque das Alfaias. A canção dele e do violonista Robson, Rua Sarará, levantou o publico. Achei a letra um pouco sem brilho. Merecia um premio.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

O RESGATE DA HISTÓRIA VENCE O FESTAFRO


Hoje é que começo a tomar ciência de que a musica NEGRO POETA, em parceria com meu amigo Wilson Cerqueira, venceu o III FESTAFRO. A gente fica meio sem chão, tentando assimilar uma conquista incontestável.

Foi um final de semana mágico. Eu diria místico. Parece que todas as entidades divinas, desceram ao palco do Teatro Vitória e cantaram e dançaram o Partido Alto em homenagem ao Glostóra. Energias positivas vindo do cosmos e da alegria do publico, foi fundamental para duas apresentações sem erros, com muito profissionalismo, mas principalmente paixão.

Levamos seis meses para compor Negro Poeta. No inicio tive duvidas se conseguiria informações suficientes, para falar de um Homem que estava acima de seu tempo, que foi capaz de colocar em pauta, o debate do preconceito e da exclusão social, de uma forma plural e com muita alegria. Tinha medo de não conseguir passar a mensagem, de que pessoas simples, mas com um coração solidário, são responsáveis por verdadeiras revoluções. Glostóra, foi uma destas figuras Históricas, que do seu jeito, provou que os negros e os pobres em geral, devem ser incluídos na sociedade.

Devo o sucesso da empreitada, em primeiro lugar, ao companheiro Galdino Clemente, filho do nosso Tim apelido de infância, que em nenhum momento, colocou obstáculos ao nosso projeto. Pelo contrario fez parte dele, com muita simpatia e generosidade, forneceu as informações, indicou caminhos, que com eles fosse possível elaborar a letra do Samba.

Em segundo meu parceiro, Cerqueira, que transbordou em sensibilidade musical, propondo o resgate de um estilo de samba, quase que sepultado nos dias de hoje, pelos artistas, que preferem formulas fáceis que agradem ao mercado. Wilson Cerqueira, foi o nosso maestro que conduziu o grupo Som da Terra, a vitória. A musica é um elixir para este Penapolense, que no palco, ao lado de suas filhas maravilhosas, Viviane e Raquel, cantou divinamente. Comentei ao longo das duas apresentações, que vi os olhos de Pai e Filhas, brilharem o tempo todo, irradiando uma energia, a qual não consigo explicar.

A banda toda, tocou com alma, como se Glostóra estivesse ali, para conferir e receber a Homenagem.

Mas que destacar, a participação especial, do Tio Barnabé, o Sr. José Francisco. Nosso objetivo, era com a personificação do Glostóra, através de um ator, poder explicar, em especial para as novas gerações, de quem a letra da canção falava.

Tio Barnabé, foi sensacional. Não só encarnou o personagem, lembrando-o muito, como ganhou os corações e mentes da garotada que estava no Teatro. Vi o baixista Max do Grupo Cirandeiros, aplaudir de pé o Seu Francisco, como vi minha filha maravilhada com este Senhor, que tem sido esquecido por nossas elites, que insistem em enterrar a História, principalmente a dos pobres.

Vencemos o FESTAFRO, ganhando o premio de melhor musica de Limeira e o premio de Consagração Popular. Mais do que a premiação, nossa satisfação, foi a de poder contribuir para a preservação da memória Histórica de nosso povo. Memória esta que em tempos em tempos, tem sido destruída, por forças dominantes.

Mais uma vez me diverti muito, fazendo musica com seriedade.

A todos e todas que torceram por nós e que nos ajudaram nesta caminhada, nosso muito Obrigado.

E que Glostóra, onde estiver, continue emanando muita alegria e muita fé.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

AMO AS MULHERES QUE CANTAM- IV


JOOS STONE: A ADOLESCENTE DA MUSICA NEGRA


Uma inglesinha que desde criança de colo, ouvia Aretha Franklin e se deliciava com a Soul Music da Americana. Mais tarde já na pré adolescência, Joos, não se fez de rogada, foi para os Estados Unidos, conhecer a musica negra, e tentar a carreira de cantora.


Confesso que quando a ouvi pela primeira vez, tive a mesma reação de todos. Mulher Negra em fase adulta. Só podia ser negra, para cantar com aquele timbre de voz e com muita experiência. A terra da Rainha surpreendeu mais uma vez.


Se não bastasse, os Betlhes e os Stones, passando pelo punk, agora em pleno século XXI, presenteia o mundo com uma nova Aretha, provavelmente sua substituta. Negra que nada. Branquela, arquétipo inglês e europeu. Adulta, muito menos, na flor da adolescência. Tinha 16 anos quando lançou este que é seu primeiro disco e grande sucesso é de 2003. The Soul Sessions, traz releituras de vários papas da Soul Musica, alem da participação de uma lenda viva do gênero, Betty Wright.

Se não bastasse tudo isto, a negra ou melhor a inglesinha é muito linda.

O DISCO: THE SOUL SESSIONS- 2003

1
THE CHOCKIN' KIND
2
SUPER DUPER LOVE
3
FELL IN LOVE WITH A GIRL
4
VICTIM OF A FOOLISH HEART
5
DIRTY MAN
6
SOME KIND OF WONDERFUL
7
I'VE FALLEN IN LOVE WITH YOU
8
I HAD A DREAM
9
ALL THE KING'S HORSES
10
FOR THE LOVE



AMO AS MULHERES QUE CANTAM- III


A CANTORA DA RESISTÊNCIA


Despertei para a História Argentina e em particular para a de Evita Perón, com a versão Brasileira do musical da Broadway que levou o nome da diva e primeira dama do país vizinho, esposa de Juan Carlos Peron, um dos maiores caudilhos da História Latino Americana.


Não assisti ao espetaculo, mas li sobre, bem como chamou minha atenção a cantora que fazia a protagonista. Claudia. Considerada pela industria fonografica, como demasiadamente elitizada para o mercado, a mesma foi injustiçada e marginalizada, exatamente por não fazer concessões. Sua carreira teve inicio nos anos 60, nos grandes Festivais de MPB.


Foi responsavel por cantar canções de grandes compositores, entre eles Roberto e Erasmo Carlos, Marcos e Paulo Sergio Valle, Taiguara, entre outros.Passeava por varios estilos musicais e emprestava a eles sua voz firme e concisa. Este disco foi o de maior sucesso em sua carreira, sendo Claudia, considerada por Roberto Carlos a maior interprete de JESUS CRISTO.



O DISCO- JESUS CRISTO (1971)


1
Jesus Cristo

(Erasmo Carlos - Roberto Carlos)

2
Amigo

(Fred Falcão - Arnoldo Medeiros)

3

Ossain

(Jocafi - Ildazio Tavares - Antônio Carlos)

4
Frente fria

(Paulo Sergio Valle - Marcos Valle)

5
Seresta no castelinho

(Sandra Barreto - Klécius Caldas)

6
Mudei de idéia

(Jocafi - Antônio Carlos)

7
Mais que perfeito

(Abílio Manoel)

8
Moeda, reza e cor

(Marco Versiani - Dom Salvador)

9

Baobá

(Ciro Pereira - Mário Albanese)

10
A voz do violão

(Horácio Campos - Francisco Alves)

11
Com mais de 30

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

GLOSTÓRA “ O PERSONAGEM ”




“ Abaixo um breve relato do personagem do qual fala nossa musica “Negro Poeta”, concorrente ao III FESTAFRO, escrito pelo filho de Glostóra”.


Hélio Aparecido Clemente, o popular “Glostóra” nascido na cidade de Limeira no ano de mi novecentos e trinta e três (1933) Filho de Esméria Clemente e tendo como progenitor Tonico de Moura. Menino criado longe dos pais que eram separados, o pai era boêmio e aventureiro, da Mãe pouco se sabe, embora ele falasse dela com respeito e admiração.


Glostóra menino ou melhor “ Tim ” apelido de garoto, colocado pelos parentes, tinha tudo para não dar certo ( hoje dar certo é ter muito dinheiro e pouco caráter ).Naquele tempo não, naquele tempo dar certo era ser honesto, ser digno de respeito. Viveu parte de sua infância na rua, morando ora na casa de outro ou em pensão que naquele tempo funcionava em ambientes familiares, Católico fervoroso foi coroinha da Igreja Matriz de Nossa senhora de Dores, cantava até em latim. Mas o sincronismo religioso era presente em sua vida. Sem preconceitos de nenhuma espécie, Glostora, freqüentava a religião afro, a Umbanda.


Na sua ainda adolescência, tinha que encarar trabalho braçal pesado, com abrir a base de enxadão e picareta as galerias de esgoto, como trabalhador braçal da prefeitura. Foi abrindo valetas que viu a hipertensão se manifestar. Como a estrutura de seguridade social era justa, manifestada a incapacidade para o trabalho, aposentou-se pelo extinto “IAPI ‘por invalidez aos 18 anos, e aos dezoito anos se casou com Maria de Souza, Mulher de coragem e grande personalidade, desse casamento teve 04 Filhos; Maria da Dores, José Galdino, José Roberto, Sérgio Adriano.


O apelido GLOSTÓRA, vem da marca de um gel, que naquele período era mais conhecido como brilhantina. Na verdade nosso personagem usava o produto, por ser fã do cantor Norte Americano de Jazz e boleros, Nat King Cole.


Foi também com dezoito anos que deu início a realização da Festa 13 de Maio, em comemoração a Lei Áurea .O evento era realizado de forma singular: O primeiro passo era a eleição da Rainha da Festa, sendo escolhida a concorrente que conseguisse vender mais votos. A rainha e o presidente da Festa , no caso ele, eram acompanhados por soldados armados de espadas, “lembrando o soldadinho de chumbo ”.


Fazia parte da programação o plantio de arvores em escolas, praças, plantas doadas pela Dienhberguer – Fazenda Citra , bem como condecorações de pessoas com troféus doados pela relojoaria do Peixinho, chope doados por Antonio do Santos e Chico da Antártica. Almoço com doações do comércio, e vizinhos. Participavam do almoço as crianças do Nosso Lar e Casa da Criança,populares de toda parte da cidade e região,autoridades locais e regionais, como o ex. prefeito de Araras ,Ivan Zurita, os irmãos Aguiar de Barros Camargo “ Irmãos Coca Cola ”. Uma Salva de 21 tiro as cinco da Manhã , em frente a Igreja de São Benedito. Havia também o grande e tradicional baile do 13 de Maio.


Amante do Carnaval, fundou várias escolas de Samba, gostava de uma gafieira , foi fundador do Grêmio Recreativo Limeirense,da Panela de pressão,times de Futebol. Enfim Glostóra era uma personalidade da alegria, um grande pé de valsa.


Glostóra era por personalidade um humanista. gostava muito de auxiliar as pessoas necessitadas por isso era muito procurado, por ele ninguém ficava na rua sua casa acolhia muita gente.Uma das figuras mais populares da cidade, Glostóra era também um grande orador, discursava muitíssimo bem.


Por todas essas qualidades tornou-se um ícone da cultura popular de nossa cidade, bem como um visionário, capaz de colocar em um tempo, onde a marca da escravidão e do preconceito, caracterizavam-se em uma relação Casa&Senzala, o debate do combate ao racismo e do pluralismo das raças, mesmo nossa ilustre liderança popular não tendo consciência disto. Portanto Glostóra, personifica em sua trajetória de vida, aquelas pessoas que desprovidas de interesses próprios e de qualquer forma de preconceito e com isto contribuem para que este mundo possa ser mais justo e igualitário.


Por: Galdino Clemente- Coordenador do IEG- Instituto Educacional GINCGA

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

MAIS FESTAFRO

Saiu a ordem de apresentação no III FESTAFRO, Festival temático de MPB. Minha musica em parceria com o Wilson Cerqueira, se apresentara no Sábado, dia 17. Amanhã posto um pouco da História do Glostora, nosso Homenageado.

1ª Semifinal
16 / 11 / 2007

1- Música: Um história de vida eu quero contar
Autor da Letra: Ângelo H. Morbidelli
Autor da Música: Ângelo H. Morbidelli
Intérprete: Ângelo Morbidelli e banda
Cidade / UF: Limeira / SP

2- Música: Acorda Brasil
Autor da Letra: Teleu
Autor da Música: Teleu
Intérprete: Grupo Samba Quente
Cidade / UF: São Paulo / SP

3- Música: Ainda Moleque
Autor da Letra: Leandro Coelho
Autor da Música: Leandro Coelho
Intérprete: Banda de Argila
Cidade / UF: Campinas / SP

4- Música: Branco e Negro são vermelhos
Autor da Letra: Tavinho Limma
Autor da Música: Tavinho Limma
Intérprete: Thiago Augusto
Cidade / UF: São Paulo / SP

5- Música: Para um novo amanhecer
Autor da Letra: Flávio Jacon de Vasconcellos
Autor da Música: Flávio Jacon de Vasconcellos
Intérprete: Cirandeiros e amigos
Cidade / UF: Limeira / SP

6- Música: Zumbiando
Autor da Letra: Diorgem Ramos
Autor da Música: Diorgem Ramos
Intérprete: Geo
Cidade / UF: Governador Valadares / MG

7- Música: Alegria Tropical
Autor da Letra: Sebastião Pereira
Autor da Música: André Gonçalves Melo
Intérprete: André Gonçalves Melo
Cidade / UF: Assis / SP

8- Música: Nagô
Autor da Letra: Jairo Cechin
Autor da Música: Jairo Cechin
Intérprete: Lia Cordoni
Cidade / UF: Santo André / SP

9- Música: África
Autor da Letra: Jarleo Barbosa
Autor da Música: Jarleo Barbosa
Intérprete: Jarleo Barbosa
Cidade / UF: Goiânia / GO

10- Música: Príncipe Negro
Autor da Letra: José Osmar (Lula)
Autor da Música: José Osmar (Lula)
Intérprete: As Nastácia
Cidade / UF: Limeira / SP

11- Música: Esperança
Autor da Letra: Márcia Tauil
Autor da Música: Mana Tessari
Intérprete: Márcia Tauil
Cidade / UF: São José do Rio Pardo / SP

12- Música: Qual é a cor da canção ?
Autor da Letra: Bilora
Autor da Música: Bilora
Intérprete: Diorgem Ramos
Cidade / UF: Contagem / MG

13- Música: Terra do Sem
Autor da Letra: Julio Cezar Lopes de Souza e Alex Vargas da Trindade
Autor da Música: Pablo Mendonza, Jonathan Magri e Fábio Silvatti
Intérprete: Zero 16
Cidade / UF: São Carlos / SP

14- Música: Da rua sarará
Autor da Letra: Marcos Lima
Autor da Música: Marcos Lima e Robson Barbosa
Intérprete: Toc Percussivo
Cidade / UF: Limeira / SP

2ª Semifinal
17 / 11 / 2007

1- Música: Curriculum Vitae
Autor da Letra: Otacílio César Monteiro
Autor da Música: Emanuel Massaro
Intérprete: Fábio Bilato e Grupo Reminiscências
Cidade / UF: Limeira / SP

2- Música: Alquimáfrica
Autor da Letra: Nivaldo Dávilla
Autor da Música: Nivaldo Dávilla
Intérprete: Dávilla e Banda
Cidade / UF: Guarulhos / SP

3- Música: Senzalas
Autor da Letra: Xampu da Bahia
Autor da Música: Xampu da Bahia
Intérprete: Xampu da Bahia
Cidade / UF: Casimiro de Abreu / RJ

4- Música: Negro Querubim
Autor da Letra: Josué R. Gomes
Autor da Música: Josué R. Gomes
Intérprete: Josué R. Gomes
Cidade / UF: São Paulo/ SP

5- Música: O amor não tem raça e cor
Autor da Letra: Silvano
Autor da Música: Fran Venâncio
Intérprete: Grupo Aves de Rapina
Cidade / UF: Limeira / SP

6- Música: Idéias e ideais ou aos nossos líderes
Autor da Letra: Diná Nascimento
Autor da Música: Beto Santos
Intérprete: Beto Santos e Banda Kiona
Cidade / UF: São Paulo / SP

7- Música: Dos porões a alforria
Autor da Letra: Domiciano Lopes de Souza (Dentinho)
Autor da Música: Domiciano Lopes de Souza (Dentinho)
Intérprete: Dentinho
Cidade / UF: Joinville / SC

8- Música: Zanzibar
Autor da Letra: José Carlos Bento e José Carlos Bento Júnior
Autor da Música: José Carlos Bento e Norton Sitis Bento
Intérprete: Bento
Cidade / UF: Ilha Solteira / SP

9- Música: Negro Poeta
Autor da Letra: Janjão
Autor da Música: Wilson Cerqueira
Intérprete: Grupo Som da Terra
Cidade / UF: Limeira / SP

10- Música: A mulata e o boi
Autor da Letra: Marcelo Lavrador
Autor da Música: Marcelo Lavrador
Intérprete: Marcelo Lavrador
Cidade / UF: São Paulo / SP

11- Música: Samba Tipo Exportação
Autor da Letra: George Almeida Pagassini
Autor da Música: George Almeida Pagassini
Intérprete: George Almeida Pagassini
Cidade / UF: São Paulo / SP

12- Música: Soberano Cristo Negro
Autor da Letra: Rafael P. dos Santos
Autor da Música: Rafael P. dos Santos
Intérprete: Rafael P. dos Santos
Cidade / UF: Limeira / SP

13- Música: Tranças
Autor da Letra: Reinaldo Vargas
Autor da Música: Reinaldo Vargas
Intérprete: Reinaldo Vargas
Cidade / UF: Rio de Janeiro / RJ

14- Música: Canção do Exílio
Autor da Letra: Ubiratan Sousa e Souza Netto
Autor da Música: Ubiratan Sousa
Intérprete: Ubiratan Souza e Kátia Teixeira
Cidade / UF: São Luiz / MA

15- Música: Sinal
Autor da Letra: Elton Fontanin e Nilo Mendes
Autor da Música: Elton Fontanin
Intérprete: Penúltima Dose
Cidade / UF: Limeira / SP

terça-feira, 6 de novembro de 2007

AMO AS MULHERES QUE CANTAM- II


A RAINHA DO BLUES

O blues é um de meus gêneros favoritos neste momento. Sua força para invadir os tímpanos é impar e inconfundível. Minha paixão pelo ritmo mistureba da batida afro com as guitarras do Rock In Rool, não é antigo.


Descobri depois dos trinta anos. Acho que precisava de um impulso devastador em minha vida. O Blues para mim tem este efeito.


No Blues destaco muito as guitarras e o Baixo, mas minha referencia é as mulheres. Adoro Billy Holliday cantando Blues ou Etta James soltando o vozeirão. Deliro ao som de corais femininos de Blues Gospel. Koko Taylor não conhecia. Ouvi pouco.


Mas este disco datado de 1984, ganhador de quatro prêmios Grammys, soltando o verbo para ouvir, cantar e divulgar o trabalho da verdadeira diva e Rainha do Blues Rock.


O DISCO- QUEEN OF THE BLUES- 1984

1) Evil (Dixon, Hoochie Coochie Music/Arc Music) (4:58)


2) Beer Bottle Boogie (Scott, Screen Gems-EMI Music) (3:33)


3) I Cried Like A Baby (Brown, Herman & David, Screen Gems-EMI Music) (5:11)


4) I Can Love You Like A Woman (Or I Can Fight You Like A Man) (Dollison, Arc Music) (3:48)


5) Flamin' Mamie (Dixon & Page, Hoochie Coochie Music) (3:27)


6) Something Inside Me (Holiday, Racer Music) (3:43)


7) The Hunter (Jones, Wells, Cropper, Jackson & Dunn, Irving Music) (3:26)


8) Queen Bee (Moore, Excellorec Music c/o AVI) (3:46)


9) I Don't Care No More (Taylor, Kumite Music) (3:08)


10) Come To Mama (Mitchell & Randle, Irving Music) (4:44)

AMO AS MULHERES QUE CANTAM- I


UMA PAULISTA CANTANDO O SAMBA CARIOCA, COM TEMPERO MINEIRO

È do conhecimento de todos e todas que sou fanzoca da mineira Clara Nunes, sambista que uniu a pegada carioca do samba partideiro e de terreiro, com as tradições dos tambores de minas. Quando ouvi este disco, levei um tremendo susto.


Pensei que clara teria ressuscitado em carne e osso, tremenda semelhança de estilo e ritmos, encontrados neste que é o primeiro trabalho de Mariana Aydar. Quem indicou que ouvi-se, esta Paulista, filha de Mario Manga musico do grupo Premeditando o Breque e de Bia Aydar, produtora musical, foi a nossa fofa futura Historiadora Marcelinha Jones.


Confesso que vi enormes semelhanças com o feito por clara nos anos 70. Porem utilizando de sintetizadores e efeitos computadorizados, distingue um pouco.


Não acho mal, pelo contrario o disco de nome KAVITA 1 de 2006 é um show que mostra para as novas gerações uma estirpe de compositores do samba magníficos, como: João Nogueira e Paulo César Pinheiro, Leci Brandão, Theo de Barros, João Donato, Edmundo Souto e Danilo Caymmi, Eduardo Gudim, alem de composições próprias e canções de contemporâneos como Chico César.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

TERCEIRO FESTAFRO: ESTAMOS CLASSIFICADOS



O Terceiro Festival de MPB, com temática Afro, organizado pela Secretaria Municipal de Cultura, será realizado este ano, nos dias 16, 17 e 18 de Novembro, no Teatro Vitória. No ano passado fiz a letra para a Musica assinada pelo companheiro Wilson Cerqueira, “Quilombo, Quilombola”, ficamos com o premio de Consagração Popular.

Este ano, após seis meses de pesquisas, inscrevemos e passamos pela seleção, com a musica, “NEGRO POETA”. Ela será defendida pelo Grupo Som da Terra, o mesmo que interpretou o Quilombo, agora acrescido de convidados especiais.

A canção é um tributo a uma Liderança popular, o Glostóra, pai do militante do Movimento Negro Galdino Clemente. Glostóra, faleceu em 1978, mas deixou uma História repleta de contribuições as comunidades negras e pobres. Conhecido por ser o primeiro negro a organizar no dia treze de Maio, comemorações e atividades relacionadas a abolição na cidade de Limeira, Glostóra, é hoje para as novas gerações um desconhecido.

Foi neste sentido, que resolvi, trabalhar este tema para a composição da musica. Descobri que muito tem se escrito sobre a História de Limeira, porem muito pouco sobre os pobres e suas lideranças. Cresci ouvindo falar de personagens populares, alguns cheguei a conhecer, como Geni Preta, Perigoso, Zé Mario, Pedro Loco e o próprio Glostóra. No entanto a forma como se falava destas pessoas, soava o pejorativo, a chacota, a total falta de respeito.

Hoje tenho a convicção de que estes Homens e Mulheres, ao seu tempo e de sua maneira de compreender o mundo, contribuíram para o desenvolvimento da cidade, não com poder econômico, nem tão pouco político, mas com cultura, resgatando tradições do povo, enfrentando preconceitos e discriminações.

A primeira idéia era de conformar uma letra falando de todos eles, mas percebi que não seria justo com a trajetória de cada um, estaria diluindo em poucos versos esta contribuição importante. Com a aproximação do FESTAFRO, escolhi o personagem que para mim estava mais próximo, teria maior facilidade para colher dados. Procurei Galdino, que prontamente ajudou na pesquisa, fornecendo as informações necessárias para a formatação da letra.

Com a letra pronta, entreguei ao parceiro na musica e na vida, Wilson Cerqueira. O ritmo é um Partido Alto, um Abre Alas, com um toque choroso e suave de Paulinho da Viola, sem deixar de incentivar o Samba no Pé.

Nas próximas postagens vou tecer mais sobre a vida do Glostóra, o qual pretendo em breve lançar um e – book, sobre sua vida. Por enquanto, leiam a letra da canção abaixo:

NEGRO POETA

AUTOR DA LETRA: JANJÃO

AUTOR DA MÚSICA: WILSON CERQUEIRA

INTERPRETE: GRUPO SOM DA TERRA

O batuque explode no céu
É a unidos do glostóra REFRÃO
Pedindo um pouco de mel
Pra limpar a garganta e contar a história

Pretos velhos e São Benedito
Abençoaram o neguinho
Que lavava sem atrito
Degraus da igreja com brancos e índios
Nasceu da aliança divina
A festa da libertação
E todos comemoravam
Era 13 de maio da abolição.

O poeta da palavra
Admirava Castro Alves
Rui Barbosa e Patrocínio
Grandes referências e celebridades
Na festa a mesa era farta
Doações nunca faltou
O povo comia e bebia
Tudo repartia alegre sim sinhô.

Reis afros apareciam
Testemunhando a História
E todos apreciavam
E por lá ficavam até romper a aurora
O branco era a vestimenta
O negro a comunidade
A festa sua grande paixão
Era muita emoção era felicidade

Criou-se espaço de dança
De vida e esperança pra todas as raças
O surdo marcava o compasso
Sobrava espaço pra arte e pra graça
È o carnaval sonhador
Sem espaço pra dor e a exclusão
Ele é parte da nossa história
É o nosso glostóra é o nosso irmão

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

METAMORFOSE AMBULANTE


Em 1992, fui convidado a coordenar pela primeira vez em minha vida, uma Campanha Eleitoral. Aceitei e me dediquei a candidatura do companheiro Wilson Cerqueira, Metalúrgico e candidato a prefeito em Limeira. Pela primeira vez o PT de minha cidade teria uma campanha organizada que teria o luxo de ter um Showmicio, situação que a pobreza do Partido e suas convicções ideológicas naquele inicio dos anos noventa não tinha permitido anteriormente. Pois bem em todos os comícios haveria musica, interpretada por um artista semi profissional, muito cultuado na então terra da laranja.

O artista, usava o codinome de Raul Silva, um dos principais covers do Baiano Roqueiro Raul Seixas. O sósia, era muito parecido, atraiu muitas pessoas. O PT nunca tinha realizado comícios que reuni-se mais de mil pessoas, há não ser quando da visita de Lula a cidade.

Fui a todos, e pude constatar a verdadeira adoração que o povo tem por rauzito. Digo tem, pois nos dias atuais, não existe um garoto de 13 ou 15 anos, um jovem de 20 ou 25, nem tão pouco um adulto da casa dos quarenta, ou um da terceira idade, que não conheça ou cantarole uma canção de seja de Raul Seixas.

Não curti muito Raul em minha adolescência. Prestei mais a atenção por volta mesmo dos anos 90. Precisei amadurecer para compreender que todas as gerações, a minha, a dos anos 80, a de minha filha de 16 anos, adoram o pai do Rock Brasileiro, que começou na Bahia imitando Elvis Presley. Depois montou uma banda de Rock dos anos cinqüenta, o Rauzito e os Panteras. Precisando de grana foi ser produtor na antiga Companhia Brasileira de Discos- CBS-.

Metamorfose Ambulante, foi a primeira de Raul, que incorporei como uma de minhas favoritas. Muita mais que um de seus mega sucessos, Ouro de Tolo, do mesmo LP de Metamorfose.

O disco chama-se King-há Bandolo, que alem de Ouro de Tolo e Metamorfose Ambulante, emplacou quase todas as faixas do bolachão naquele ano de 1973. Nele viraram musica obrigatória, do chuveiro, do violão no barzinho e na calçada, das chamadas brincadeiras e matines dançantes: Al Capone, Mosca na Sopa, How could I know e Cachorro Urubu.

Metamorfose parece uma canção adolescente, e é. Daquelas que propõe mudanças na vida e que rejeitam a ordem estabelecida.

O inicio da musica define os objetivos do poeta Raul:

“ Eu prefiro ser, esta metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”

MANHÃS DE SETEMBRO


Esta é daquelas canções, que embalam crianças, adolescentes e adultos. Tive consciência de que Manhãs de Setembro, trazia o clima da época, já na fase adulta. Aos onze anos, a musica entrava em meus ouvidos, e enchia meu corpo de alegria e paz. Esta sensação a tenho até hoje com muitas canções. Esta foi uma das primeiras.

Manhãs de Setembro, de Vanusa e Mario Campana, foi lançada em 1973, no LP Vanusa, é até os dias de hoje um dos maiores sucessos da loira, que iniciou sua carreira, ainda em Minas Gerais seu Estado Natal aos 16 anos. Ao vir para o sudeste maravilha, começou sua trajetória artística, no Programa O Bom, comandado pelo explosivo Eduardo Araújo. Depois disto, esteve presente em todos os programas do movimento Jovem Guarda.

Foi casada com o cantor e compositor Antonio Marcos e o Diretor Artístico de Televisão, Augusto César Vanucci. Vanusa, nos anos 70, margeou entre as correntes da chamada MPB engajada e o movimento Brega. Freqüentou com isto vários programas populares, entre eles o de maior sucesso, A Discoteca do Chacrinha.

Manhãs de Setembro, é uma canção que fala de esperança, amor e Paz, bandeiras dos movimentos pacifistas e Hipiees dos 70.

Vanusa é em minha opinião uma das melhores vozes da Musica Brasileira, injustiçada muitas vezes, não só por cantar estilos não aprovados pela “inteligência dos críticos”, porem foi protagonista de assuntos polêmicos naquele período, como o do Feminismo e da discussão de gênero.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

AMANTE LATINO


Em 1977, comprei meu primeiro aparelho de som. Era o que convencionamos chamar de sonata, onde a tampa, era também os alto falantes. Comprei com minha primeira rescisão contratual. Meu primeiro emprego, foi em uma fabrica de escapamentos, em Limeira. A empresa hoje não existe mais e seu barracão faz parte da arquitetura da cidade, abandonado, como abandonados ficaram os trabalhadores, que dos anos 80 até agora não receberam nada de seus direitos. Tive sorte, trabalhei no período de auge da empresa.

Fiquei tão emocionado em receber minha primeira bolada, que não sabia o que faria com ela. Parte foi para ajudar no orçamento de casa e a outra, minha mãe decidiu. Filho vamos comprar sua sonatinha tão sonhada. E fomos. Era vermelha e foi comprada a vista. Estava pronto para receber LPs fantásticos. A sonatinha sobreviveu até meados da década seguinte.

Mas o primeiro bolacha que comprei e ouvi na sonata, foi um compacto simples. O disco de vinil com duas musicas, uma de cada lado. Não sei porque comprei, este CS. Acho que pela influencia que sofria na época de programas populares na radio e na TV, os quais ouvia e assistia muito ou talvez pela novidade estética, que o cantor e compositor de Amante Latino apresentava.

Rotulado já de cara como romântico brega, Sidney Magal, cujo nome artístico, buscou na Europa, tinha um estilo muito próximo da dança das comunidades ciganas. Roupas colando no corpo e coloridas. Cabelos compridos, usados a moda Hippie, típico da época e as vezes com uma fita na testa prendendo as madeixas. Musicas vibrantes e dançantes, Sidney rebolava o corpo todo, mexendo com a sexualidade e a libido de todos.

Freqüentador assíduo de programas televisivos da época como chacrinha, Bolinha, Raul Gil e muitos outros.

Foi campeão de vendagem de discos e muitas de suas musicas foram temas de novelas. Destaque para sucessos como: Sandra Rosa Madalena, Meu Sangue Ferve por Você, tenho e Me chama que vou.

Amante Latino, alem do CS é do LP de 1976, o primeiro de Sidney com o titulo do cantor. Alem deste mega sucesso, o disco traz ainda, Meu Sangue Ferve por Você e se Te agarro com outro te mato, que é o lado B do CS, que comprei.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

INFORME DA CULTURA MUNICIPAL

Cultura traz regional do Mapa Cultural e “Noite de MPB, Choro, Blues e Jazz”


A Prefeitura de Limeira, por meio da Secretaria da Cultura, traz dois eventos culturais nesta sexta-feira, 26 de outubro, às 19h30, no Teatro Vitória. Tratam-se do “Mapa Cultural Paulista Fase Regional - Literatura” e “Limeira em MPB, Choro, Blues e Jazz”, com entrada franca.

Limeira será sede da categoria “Literatura”, no Mapa Cultural Paulista, evento realizado pela Secretaria de Estado de Cultura, Cultura e Arte Abaçai e Associação das Oficinas Culturais (Assaoc), com organização da Secretaria da Cultura de Limeira.

Três modalidades englobam a categoria “Literatura”, dentro do Mapa Cultural. São elas: “Conto”, “Poesia” e “Crônica”. Na noite serão conhecidos os classificados para a fase estadual da expressão artística “Literatura”.

25 cidades de São Paulo participam dessa categoria. Limeira possui seus representantes:

Poesia:
Carlos Alberto Fiore – “Arte”, “Coroa de Sonetos”.
Loide Rita Pizani Silva – “Pseudo Sonho de Eros e Psiquê”.
Luiz Roberto Pienta – Demerara (Geossemântica).

Conto:
Maria Rita Gurgel Pinto Lemos – “O Cajado de D. Jorgina”.
Daiza Lacerda – “Memórias do Baú”
Marcos Roberto de Lima – “Vaca de Ferro”

Crônica:
Otacílio César Monteiro – “O Admirador Secreto”
Ricardo Luiz Wollmer – “Desce do Carro e Pega a Bolsa”

Limeira participa das seguintes categorias também:

Artes Plásticas: Nena Rigon, Daniel de Almeida Leitão e Léa Moraes Martins.

Teatro: Grupo Teatral Cênicos e Cínicos, com a comédia “Quem Matou Amélie de Pourt Salut”.

Vídeo: Eduardo Stafini Munhoz.

Canto Coral: Coral Municipal de Limeira.

Fotografia: Talma Ciarrochi e Kleber Marcelo.

Logo após a escolha dos representantes regionais da categoria “Literatura”, no Mapa Cultural Paulista, acontece o show musical “Limeira em MPB, Choro, Blues e Jazz”. É a segunda edição do evento, criado em 2006, pela Secretaria da Cultura.

Estão confirmados os artistas limeirenses: Contrabanda Blues, Nacontramão, Trio de 2, Márcio Zovico, Reminiscências e Grupo Villa Jazz.

De acordo com o secretário da Cultura, José Farid Zaine, o “Limeira em MPB, Choro, Blues e Jazz”, valoriza os artistas da cidade e reitera a política cultural adotada no município desde 2005, criando eventos para que músicos de Limeira possam mostrar seus trabalhos. “Vamos ter uma noite de grande confraternização da boa música limeirense”, afirma Farid.

Um pouco mais sobre os participantes do II Limeira em MPB, Choro, Blues e Jazz:

Contrabanda Blues:
A Contrabanda Blues, foi formada para disputar o 7º Canta Limeira de abril de 2007. Na oportunidade a Banda defendeu a música BLUES GLOBAL, de Janjão e Danilo. Um Blues, com forte batida de Rock´n Roll, a canção chamou a atenção da platéia, pois para um Festival de MPB, era diferente. Hoje a banda realiza releituras de clássicos da Música Brasileira, como: Sangue Latino, Negro Gato, Como Nossos Pais, Sapato 36 e outras, bem como Rolling Stones e artistas da nova Geração, entre eles Los Hermanos e Cat Powers, bem como composições próprias.

Nacontramão:
A Banda NacontraMão existe há dez anos com três CDs e um DVD gravados com músicas próprias no estilo Blues e Rock'n'Roll. Tem se apresentado em várias casas da nossa região como Campinas, Piracicaba, Rio Claro, Americana, Nova Odessa, além de outras cidades do interior, como também em outros estados: Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, etc.

Trio de 2:
Formado pelos músicos Marcelo Petrelli (bateria) e Veit Stumpenhausen (guitarra, programações) o grupo interpreta temas de jazz, fusion e acid jazz.
Os “músicos virtuais” são utilizados através do computador para suprir a falta de contra baixista, tecladista e percussionista.
Todos os arranjos são produzidos pelo guitarrista Veit.
O repertório possui temas de Pat Metheny, Incógnito, Miles Davis, Paul Desmond, Wayne Shorter, Ricardo Silveira, Joe Zawinul, além de temas próprios.
Músicos há mais de vinte anos Petrelli e Veit prometem levar ao público uma experiência única na execução e interpretação dos temas.

Márcio Zovico:
Pianista. Nunca freqüentou nenhum curso de música, é autodidata. Teve participações expressivas em diversas bandas, sempre revelando seu virtuosismo nos teclados.

Grupo Reminiscências:
O tradicional Grupo Reminiscências, que cada vez mais tem conseguido espaço na cidade e na região, tem o objetivo de resgatar e divulgar a essência musical da alma brasileira, que é o choro. Sempre fiel ao surgimento deste ritmo, que se deu por volta de 1870, e hoje se tornou uma grande expressão da música instrumental brasileira. Os integrantes são: Ditinho (cavaquinho e bandolim), Japão (violão e voz), Juan Carlos (pandeiro) e Pulú (surdo).

Grupo Villa Jazz:
O Grupo Villa Jazz nasceu dentro da Escola Villa Jazz, entre seus professores, em 2001, com Hélio De Gaspari (bateria), Alexandre Santos (contrabaixo), Dédi Ferreira (guitarra), Evandro Grisólio (teclado), Emanuel Massaro (violão) e Raquel Rochia (canto).

Mais informações podem ser obtidas nos telefones do Teatro Vitória: (19) 3451 6679 e 3451 2675.

NUVEM PASSAGEIRA


Hermes de Aquino, autor deste enorme sucesso de 1976, emplacou esta canção, em uma novela global: O Casarão. Epopéia de um casal que se conhece e se apaixona na juventude, é separado pelos interesses de classe e vai se reencontrar na terceira idade. O pano de fundo é a História do Brasil, da decadência do café, passando pelas ditaduras de Vargas e dos Militares.

Nuvem Passageira, foi também um sucesso passageiro na vida deste gaúcho, que iniciou carreira no circuito de Festivais, lançou alguns discos, quase todos um fracasso de vendas, exceto o de Nuvem.

Uma linguagem cifrada, pode ter inúmeras interpretações, desde um Amor momentâneo, até um desejo de que a noite de trevas da Ditadura, fosse passageira.

Cantei muito no banheiro, esta musica, que infestou os programas populares de radio e TV, naquele ano.

Hermes de Aquino, hoje dedica-se a composição de Jingles comerciais.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

TRANQUEI A VIDA


Minhas paixões adolescentes, como a de qualquer jovem, sempre tinha canções que embalavam uma fossa ou a conquista. Naquele ano de 1977, então com quatorze para quinze anos, minha libido, esta a mil. Descobertas sexuais e da paixão, estavam aflorando em minha cabeça e coração. Uma garota, que fazia parte de meu grupo de Jovens da Igreja Católica, estudava comigo no antigo ginasial, na escola Trajano Camargo. Morava no mesmo bairro. Uma loira linda. Me apaixonei perdidamente.

Foi platônico, nunca tive coragem de declarar o sentimento. Tinha medo de ser esnobado e rejeitado. Afinal no auge da adolescência, nutria crises o tempo todo.

Tranquei a vida, foi a minha canção, de desabafo e curtição de uma relação que não existiu, a não ser em minha cabeça. Chorava ao ouvi-la. Batia forte a voz de Ronnie Von.

Parceria com o Argentino Tony Osanay, Ex Beat Boys e nos anos 80 Raízes de América, Tranquei foi lançada primeiramente em compacto duplo, em Janeiro de 77. Depois em maio do mesmo ano no LP, Ronnie Von.

Alias com esta musica, o ex pequeno príncipe da Jovem Guarda, reforçava uma nova fase de sua carreira iniciada alguns anos. A da canção romântica, considerada de forma injusta, brega, porem com um toque de refinagem.

Ronnie, marginalizado pelo movimento da Jovem Guarda, com desculpas de que era um Playboy, enveredou no final dos anos sessenta, para um estilo que namorou a psicodélica, com discos e musicas fantásticas, que não venderam nada. Tranquei a vida vendeu muito, mas prenunciava o fim do Ronnie cantor, que nos anos 80, amarga o ostracismo, só terminado, com uma carreira de apresentador de Televisão, de Shows de variedades, em emissoras de pouco ibope.

Mas Tranquei, foi responsável por uma de minhas maiores dores de cotovelo e também pelo final desta fossa.

PARE DE TOMAR A PILULA


Como curti este clássico do chamado brega romântico. Canção que inundava o dial das rádios AM, naquele inicio dos anos 70, Pare de Tomar a Pílula, foi para mim um dos marcos, da rebeldia e ousadia na musica Brasileira.


Minha mãe detestava, minhas tias odiavam, as beatas da igreja, acendiam fogueiras para queimar discos e fotos de Odair José. Eu ainda um pré adolescente, achava graça daquilo tudo, não entendia bem, o porque da rejeição de muitos aquele música. Nem sabia pra que servia a tal pílula, tão endemoniada, por Católicos ou não, como dizia Caetano Veloso.Sabia a letra de cor.


Não perdia um programa de televisão que anunciava a ida do autor da pílula. Anos mais tarde pude descobrir, o quanto foi corajoso, o goiano Odair José, que com dezoito anos veio para o Rio de Janeiro, para tentar viver de música. Aqui comeu o pão que diabos e deuses amassavam.


Algo curioso que descobri recentemente, é que o futuro terror das empregadas domésticas, titulo que obteve, por ter neste público uma grande aceitação, é que no inicio de carreira, Odair José, quase foi militante de esquerda.


O cantor e compositor de Cadê Você, freqüentava o restaurante calabouço, local de reuniões e manifestações estudantis na década de sessenta. Junto com estudantes e lideranças de esquerda, participou de inúmeras mobilizações contra a ditadura militar.Ditadura esta que Odair José foi vitima, varias vezes, inclusive tendo Pare de Tomar, censurada alguns meses pelo regime militar.


Falar de anticoncepcionais, naqueles anos, era comprar briga com a igreja católica, defensora do método da tabelinha, como convenciona-se chamar até hoje. Pare de tomar, significou a ruptura com tabus, e uma moral cristã burguesa.


Odair foi na época um estouro de vendagens e um símbolo de um estilo musical, que em suas letras, falava de um universo, descriminado até então. Eram Prostitutas, como no primeiro sucesso Vou tirar você deste lugar, as já citadas domésticas, beberrões, mães solteiras e por aí vai.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O HOMEM DE NAZARÉ


Mais uma canção de um artista, talentoso, que injustamente foi rotulado e discriminado como cantor brega, popularesco e sem carisma. Nada disto. Antonio Marcos, foi mais um dos cantores compositores que curti muito em minha pré adolescência.


Conhecia quase tudo, deste artista, que participou de vários programas de calouros em radio e em televisão, antes de atingir o estrelato. Sua caída pela dramaturgia, lhe rendeu vários convites, para atuar em cinema (destaque para: Salve quem puder-1973-), no teatro (destaque para: Arena Conta Zumbi- 1969- e Hair- 1970-), bem como em telenovelas, destacando-se Cara a Cara de 1979.


Antes de sua carreira solo, participou do grupo de ie,ie Os Iguais, tendo se apresentado e tomando parte do Movimento da Jovem Guarda.Adorava e adoro, as canções de Antonio Marcos, desde as mais “Bregas”, as mais elaboradas, como “Noites, galos e quintais” de Belchior. Como vai você, composição sua, fez enorme sucesso na voz de Roberto Carlos.


Integrante do movimento católico Carismático, fez Shows, palestras, em programas como de Neimar de Barros, bem como adotou nas canções e no estilo de vida, uma espécie de HIpiee Cristão.


O Homem de Nazaré, um de seus maiores sucessos, é do LP Antonio Marcos de 1973 e representa bem o estado de espírito do cantor na época.Antonio Marcos, foi casado com a cantora Vanusa e com a atriz Débora Duarte, com quem teve uma filha, a atriz Paloma Duarte. Faleceu em 1992.

O MAR SERENOU


Em meados dos anos 70, conheci Clara Nunes. Um amigo de escola o Ivan, me convidava para após as peladas de futebol, ouvir os bolachões de seu pai e seu irmão em sua casa. Foi lá que pude ter contato pela primeira vez, com artistas do quilate de David Bowie, ouvir Angie dos Stones, saber que Michel Jackson e seus irmãos formavam o ótimo Jackson Five, alem é claro de Benito de Paula e a mineira Clara.


Fui me encantando, primeiro com a beleza daquela mulher, muito linda. Depois com o explendor de sua voz forte e sensual em qualquer ritmo. Clara apresentava o samba com os dois pés no terreiro, com uma mistura de culturas rítmicas mineiras. As canções tinham cara de Oxum, Iemenjá, com sabor de tutu de feijão e pão de queijo.


Começou a cantar em uma igreja cristã, passou por vários concursos musicais e Festivais de MPB.Vestia-se como uma entidade do candomblé, vivendo intensamente a crença. Suas canções eram a ela escritas, considerando esta sua característica de fé.


Foi casada com o compositor Paulo César Pinheiro que juntamente com João Nogueira, fizeram “Mineira”, uma homenagem a Clara. Dois compositores inclusive que lhe deram varias músicas que se consagraram em sua voz.


O Mar Serenou tem letra e música do Portelense Candeias, como a própria clara. A canção é do disco claridade de 1975, e junto com o Canto das Três Raças de 1976, são meus discos favoritos. Mar Serenou teve no primeiro disco de Marisa Monte, uma gravação sublime e recentemente Luciana Mello gravou este clássico do Samba Afro Brasileiro.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

RETALHOS DE CETIM


Esta é mais uma do baú do meu amigo de pré adolescência Ivan. Ele tinha vários LPs, do carioca, mas que fez carreira em São Paulo, Benito de Paula. Pianista refinado, com uma estética de cantor de sinfonias, Benito foram uma campeão de vendagens nos anos 70. Marcou um estilo intitulado de Brega Chique, com inúmeros sambas canções e até boleros.


Suas músicas, figuravam sempre nos Hits Parades, e tocavam ser cessar nas rádios. Era freqüentador assíduo de programas de televisão popular, porem tinha o respeito da nata da MPB. Tanto é que em seu primeiro trabalho em 1971, gravou sucessos de Chico Buarque (Apesar de Você), Taiguara, Vinicius de Moraes e outros.Seu nome de batismo é Uday Veloso, mas adotou o artístico Benito De Paula.


Retalhos de Cetim, uma samba sobre uma casal em crise, usa a alegoria de um desfile de escola de samba. Esta música embalou por anos, as calçadas e festinhas que realizávamos em minha juventude. Fácil de cantar e com uma letra também fácil para decorar.


A canção esta no disco “Um novo Samba”, de 1973 e vendeu 150mil cópias um record para a época. Alem disto Retalhos teve varias regravações por outros artistas, entre eles o maestro Francês Paul Mauriat e recentemente o cantor Paulinho Moska. No LP ainda tem clássicos Se não for Amor, Sandália de Couro e que Beleza.

CONSTRUÇÃO


Demorei para compreender esta canção e sua linguagem, cheia de metáforas e simbolismos. Por ser de Chico Buarque de Holanda e o período em que foi escrita, concluía ser de esquerda e de critica social. Chico para mim é o compositor de seu tempo e do cotidiano. Sua capacidade de compor letras com sentido dialético é de uma genialidade a toda prova.


Com esta, Chico encerra de vez uma fase de sua carreira, envolta entre canções líricas e com apelo simples, como A Banda, Carolina, Quem Te viu Quem Te Vê, Sabía, com obras de conteúdo social e político, á destacar: Pedro Pedreiro (Anti Tese de Construção) e Roda Viva.


Com Construção ele inicia a fase com letras engajadas na realidade Brasileira, de um Regime de Repressão e medo. Chico deixa de ser o menino bonito de olhos azuis e passa a ser o Chico Político, contestador, amado pela esquerda e odiado pela direita. Tentando driblar a censura implacável da Ditadura Militar, Francisco Buarque de Holanda, chegou utilizar pseudônimo (Julinho da Adelaide), para ter suas obras veiculadas na mídia. Em uma delas, Jorge Maravilha (1974), Chico provoca um general cuja filha era sua fã.


Construção, traz a História de um operário da industria da Construção Civil, seu dia a dia, ilusões, desilusões, sonhos e sua morte no canteiro de obras. Mas o que mais surpreende na letra, é o jogo de palavras que o compositor utiliza. Escreve como um Fernando Pessoa ou um Camões, tendo a presteza de brincar a sério com a língua Portuguesa. Chico usa e abusa das proparoxítonas, encaixa o Operário nesta forma de criação e discuti a situação do País, neste espetáculo de uso da língua.


Construção ainda é premiada no arranjo. O samba com cara de obra erudita, tem a assinatura do então na época maestro Tropicalista, Rogério Duprat. O bruxo do movimento que lançou Gil, Caetano, Gal, Mutantes e Tom Zé, só para ficar em alguns. O compasso rítmico dado por Duprat, nos faz entrar na canção como em uma ópera ou parte da tragédia cantada por Chico.


A canção é de 1971, há um ano da volta de Chico Buarque de seu exílio “voluntário”, na Itália. È lançada em um disco fantástico, com grandes músicas, quase todas de teor militante e de enfrentamento aos militares e seu regime. Entre as obras primas, há de se destacar: Deus lhe pague, uma espécie de segunda parte de Construção, Samba de Orly, em parceria com Vinicius e Toquinho, canção dos que partiam para o exílio forçado, cotidiano, música que pode ser considerada de teor machista ou de discussão de gênero, e outras como a versão Italiana Minha História, a bela e única lírica Valsinha.


Sem medo de errar, Construção pode seguramente figurar entre as 10 ou 20 melhores canções Brasileiras de todos os tempos.

TARDES DE ITAPOÃ


Estive em Salvador Bahia, no inicio dos anos 90. Fiquei na residência de um amigo, o sociólogo Afonso, o qual fazia mestrado na UNICAMP, em Campinas e com ele dividia apartamento quando morava na cidade das andorinhas.


Convidado a passar férias, em terras baianas, saí daqui disposto a conhecer tudo da boa terra. Do pelourinho ao Mercado modelo, passando pelo elevador Lacerda, com os seus mais de 30metros de altura, as escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim. Das Praias tinha curiosidade de uma só: A de Itapoá, cantada em verso e prosa, por compositores como Caymmy e Vinicius de Moraes.


Esta predileção sempre me chamou a atenção por conta da música Tardes em Itapoã de Vinicius e Toquinho. Queria exatamente passar uma tarde nas areias e ondas da famosa Praia. E fui, sozinho. Planejava ter ido com um Amor, que a época já era minha negra favorita, Nadir.Pude constatar no passeio no fim de tarde, com um calção de banho como indica a canção, as belezas naturais do lugar. Foi como se os versos de Vinicius e a melodia do samba de Toquinho, estivesse sendo tocado, pelas caixas de som invisíveis, do lugar.


Tudo era exatamente como o lindo poema, a homenagem de um carioca e um paulista, a mais um monumento Histórico deste País. Pude sentir a brisa do mar, e as folhas de coqueiro, balanço naquele final de tarde.Tardes de Itapoã é mais uma destas canções, preferidas dos cantores de Barzinho.


Cantei muito no meio fio e no chuveiro. Amei e amo ao som dela. Inesquecível viagem, a qual pretendo fazer ao lado de minha mulher.Tardes, foi lançada no LP, “Como Dizia o Poeta”, de 1971, em um disco que alem da dupla famosa, trazia a bela voz de Marilia Medalha.


Neste disco com muita influencia afro, será prenuncio do Samba Jóia, que aliava, um ritmo alegre e dançante, com letras de otimismo e humor. Uma outra gravação importante de Tardes em Itapoá, é do mesmo ano de 1971, em um disco gravado ao vivo em Buenos Aires e que tem a participação de Maria Bethânia. Aliás esta era uma tradição de Vinicius e Toquinho, o de convidar para cantar, mulheres, tinha sido assim com Maria Creusa, Marilia Medalha, Bethânia e Quarteto em Cy, Clara Nunes e Miucha, entre outras.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

II LIMEIRA EM MPB, CHORO, BLUES E JAZZ- A CONTRABANDA ESTA ESCALADA

No próximo dia 26 de outubro ás 21h no Teatro Vitória, esta acontecendo o II Show de estilos dos mais diferentes com a participação, dos grupos: Villa Jazz, Grupo Reminiscências e Raquel Pavanelli, Na Contramão e Marcio Zovico e Marcelo Petrelli, alem da Banda que produzo a CONTRABANDA BLUES.

Todos os artistas são de Limeira, reforçando assim a boa política da Secretaria de Cultura do Município em apoiar e estimular, os artistas do município.

No Show a CONTRABANDA estará apresentando três canções. Duas releituras, Sangue Latino do Secos & Molhados e Negro Gato de Getulio Cortez imortalizada na voz de Roberto Carlos. A terceira é a composição própria, Blues Global, apresentada no ultimo Canta Limeira.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

MEUS VINÍS XVII

MILAGRE DOS PEIXES
ARTISTA: MILTON NASCIMENTO
ANO: 1973
PRODUÇÃO: MILTON MIRANDA
DIREÇÃO MUSICAL: MAESTRO GAYA
MÚSICOS (DESTAQUES) : RADAMÉS GNATALLI (Arranjos e Regência na faixa “Tema dos Deuses”), PAULO MOURA (Sopro e Arranjos de Metais), Nana Vasconcellos (Percussão e Vocais ) Clementina de Jesus (Voz na Faixa “Escravos de Jó”) e a Turma do Clube da Esquina: Wagner Tiso, Nelson Ângelo, Novelli e outros.
GRAVADORA: EMI ODEON
MÚSICAS
LADO 1
ESCRAVOS DE JÓ- (Milton Nascimento e Fernando Brant)
CARLOS, LÚCIA, CHICO E TIAGO- (Milton Nascimento)
MILAGRE DOS PEIXES- (Milton Nascimento e Fernando Brant)
A CHAMADA- (Milton Nascimento)
LADO 2
PABLO Nº 2- (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos)
TEMA DOS DEUSES- (Milton Nascimento)
HOJE É DIA DE EL REY- (Milton Nascimento e Marcio Borges)
A ÙLTIMA SESSÃO DE MÚSICA- (Milton Nascimento)
COMENTÁRIOS
Este é mais um trabalho de Milton Nascimento com a turma do Clube da Esquina. Milagre dos Peixes é o segundo disco após o sensacional “Clube da Esquina”, de 1972. Milagre viria a ter uma continuação, que é o disco ao vivo de 1974. Comprei este bolachão nos anos 90, quando ainda não tinha sido lançado em CD. O disco é em homenagem a atriz Leila Diniz, morta um ano antes e ao cantor Agostinho dos Santos, uma das influências de Bituca (apelido de Milton). Ambos morreram em acidente de avião. Obra obrigatória, para quem quer conhecer o que é música da boa, de vanguarda e brasileira. LP quase todo instrumental e vocalize, onde Milton brinca com sua voz, trabalhando inúmeros efeitos. Apenas uma canção , contem letra: Milagre dos Peixes. Destaque para todo o trabalho, mas com uma pequena vantagem para “Escravos de Jó” que tem a participação espetacular de Clementina de Jesus. Na edição em CD, há a inclusão de três faixas: Cadê (Ruy Guerra e Milton Nascimento), Pablo (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos), e Sacramento (Nelson Ângelo e Milton Nascimento). Não sei porque na versão que tenho em vinil, elas não fazem parte.

MEUS VINÍS XVI


VAMOS POR AÍ


ARTISTA: SÁ E GUARABIRA


ANO: 1990


PRODUÇÃO: GUTI PRODUÇÕES


DIREÇÃO MUSICAL: SÁ, GUARABIRA, EDUARDO SOUTO NETO, RICARDO CRISTALDI E TAVITO CARVALHO


MÚSICOS (DESTAQUES) : TAVITO (Guitarra, Voz e Arranjos), ULISSES ROCHA (Violão na faixa “Estrela Natureza”), Artur Maia (Baixo na faixa “Quem saberia perder”) Ivan Lins (Teclados na Faixa “Quem saberia perder).


GRAVADORA: ELDORADO


MÚSICAS


LADO 1


ZRIGUIDUM TCHAN- (Sá & Guarabira)

MEU LAR È ONDE ESTÃO MEUS SAPATOS- (Sá & Guarabira)

ABRE ESSA PORTA- (Sá & Guarabira)

QUINTINHO E ZÉ MARIA- (Sá & Guarabira)

VAMOS POR AÍ- (Sá & Guarabira)


LADO 2


VOCÊ SE LEMBRA?- (Sá & Guarabira)

ATRÁS POEIRA (Ivan Lins e Victor Martins)

ESTRELA NATUREZA- (Sá & Guarabira)

QUEM SABERIA PERDER- (Sá & Guarabira)

BARULHOS- (Sá & Guarabira)


COMENTÁRIOS:


Conheci pela primeira vez o trabalho de Sá e Guarabira em 1977, com a canção Sobradinho, que soube depois que foi feita em homenagem ao povos da cidade que leva o titulo e Remanso e Pilão Arcado, municípios baianos, que foram inundados pela barragem para energia elétrica, mais um elefante branco da Ditadura Militar, que não terminou até hoje. Pais do chamado Rock Rural, juntamente com Zé Rodrix, compuseram para vários nomes da MPB. Sá é carioca e Guarabira baiano. Emplacaram mega sucessos televisivos, como Roque Santeiro, Dona, Harmonia e outros. Este LP em particular é fraco, mais do mesmo. Não tem nenhuma novidade e foi na época um fracasso de vendas. Embora tenha grandes músicos em sua composição. Entre eles, Tavito, compositor de pérolas como Casa no Campo com Zé Rodrix e Rua Ramalhete. Destaque apenas a faixa titulo..