segunda-feira, 29 de outubro de 2007

METAMORFOSE AMBULANTE


Em 1992, fui convidado a coordenar pela primeira vez em minha vida, uma Campanha Eleitoral. Aceitei e me dediquei a candidatura do companheiro Wilson Cerqueira, Metalúrgico e candidato a prefeito em Limeira. Pela primeira vez o PT de minha cidade teria uma campanha organizada que teria o luxo de ter um Showmicio, situação que a pobreza do Partido e suas convicções ideológicas naquele inicio dos anos noventa não tinha permitido anteriormente. Pois bem em todos os comícios haveria musica, interpretada por um artista semi profissional, muito cultuado na então terra da laranja.

O artista, usava o codinome de Raul Silva, um dos principais covers do Baiano Roqueiro Raul Seixas. O sósia, era muito parecido, atraiu muitas pessoas. O PT nunca tinha realizado comícios que reuni-se mais de mil pessoas, há não ser quando da visita de Lula a cidade.

Fui a todos, e pude constatar a verdadeira adoração que o povo tem por rauzito. Digo tem, pois nos dias atuais, não existe um garoto de 13 ou 15 anos, um jovem de 20 ou 25, nem tão pouco um adulto da casa dos quarenta, ou um da terceira idade, que não conheça ou cantarole uma canção de seja de Raul Seixas.

Não curti muito Raul em minha adolescência. Prestei mais a atenção por volta mesmo dos anos 90. Precisei amadurecer para compreender que todas as gerações, a minha, a dos anos 80, a de minha filha de 16 anos, adoram o pai do Rock Brasileiro, que começou na Bahia imitando Elvis Presley. Depois montou uma banda de Rock dos anos cinqüenta, o Rauzito e os Panteras. Precisando de grana foi ser produtor na antiga Companhia Brasileira de Discos- CBS-.

Metamorfose Ambulante, foi a primeira de Raul, que incorporei como uma de minhas favoritas. Muita mais que um de seus mega sucessos, Ouro de Tolo, do mesmo LP de Metamorfose.

O disco chama-se King-há Bandolo, que alem de Ouro de Tolo e Metamorfose Ambulante, emplacou quase todas as faixas do bolachão naquele ano de 1973. Nele viraram musica obrigatória, do chuveiro, do violão no barzinho e na calçada, das chamadas brincadeiras e matines dançantes: Al Capone, Mosca na Sopa, How could I know e Cachorro Urubu.

Metamorfose parece uma canção adolescente, e é. Daquelas que propõe mudanças na vida e que rejeitam a ordem estabelecida.

O inicio da musica define os objetivos do poeta Raul:

“ Eu prefiro ser, esta metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”

MANHÃS DE SETEMBRO


Esta é daquelas canções, que embalam crianças, adolescentes e adultos. Tive consciência de que Manhãs de Setembro, trazia o clima da época, já na fase adulta. Aos onze anos, a musica entrava em meus ouvidos, e enchia meu corpo de alegria e paz. Esta sensação a tenho até hoje com muitas canções. Esta foi uma das primeiras.

Manhãs de Setembro, de Vanusa e Mario Campana, foi lançada em 1973, no LP Vanusa, é até os dias de hoje um dos maiores sucessos da loira, que iniciou sua carreira, ainda em Minas Gerais seu Estado Natal aos 16 anos. Ao vir para o sudeste maravilha, começou sua trajetória artística, no Programa O Bom, comandado pelo explosivo Eduardo Araújo. Depois disto, esteve presente em todos os programas do movimento Jovem Guarda.

Foi casada com o cantor e compositor Antonio Marcos e o Diretor Artístico de Televisão, Augusto César Vanucci. Vanusa, nos anos 70, margeou entre as correntes da chamada MPB engajada e o movimento Brega. Freqüentou com isto vários programas populares, entre eles o de maior sucesso, A Discoteca do Chacrinha.

Manhãs de Setembro, é uma canção que fala de esperança, amor e Paz, bandeiras dos movimentos pacifistas e Hipiees dos 70.

Vanusa é em minha opinião uma das melhores vozes da Musica Brasileira, injustiçada muitas vezes, não só por cantar estilos não aprovados pela “inteligência dos críticos”, porem foi protagonista de assuntos polêmicos naquele período, como o do Feminismo e da discussão de gênero.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

AMANTE LATINO


Em 1977, comprei meu primeiro aparelho de som. Era o que convencionamos chamar de sonata, onde a tampa, era também os alto falantes. Comprei com minha primeira rescisão contratual. Meu primeiro emprego, foi em uma fabrica de escapamentos, em Limeira. A empresa hoje não existe mais e seu barracão faz parte da arquitetura da cidade, abandonado, como abandonados ficaram os trabalhadores, que dos anos 80 até agora não receberam nada de seus direitos. Tive sorte, trabalhei no período de auge da empresa.

Fiquei tão emocionado em receber minha primeira bolada, que não sabia o que faria com ela. Parte foi para ajudar no orçamento de casa e a outra, minha mãe decidiu. Filho vamos comprar sua sonatinha tão sonhada. E fomos. Era vermelha e foi comprada a vista. Estava pronto para receber LPs fantásticos. A sonatinha sobreviveu até meados da década seguinte.

Mas o primeiro bolacha que comprei e ouvi na sonata, foi um compacto simples. O disco de vinil com duas musicas, uma de cada lado. Não sei porque comprei, este CS. Acho que pela influencia que sofria na época de programas populares na radio e na TV, os quais ouvia e assistia muito ou talvez pela novidade estética, que o cantor e compositor de Amante Latino apresentava.

Rotulado já de cara como romântico brega, Sidney Magal, cujo nome artístico, buscou na Europa, tinha um estilo muito próximo da dança das comunidades ciganas. Roupas colando no corpo e coloridas. Cabelos compridos, usados a moda Hippie, típico da época e as vezes com uma fita na testa prendendo as madeixas. Musicas vibrantes e dançantes, Sidney rebolava o corpo todo, mexendo com a sexualidade e a libido de todos.

Freqüentador assíduo de programas televisivos da época como chacrinha, Bolinha, Raul Gil e muitos outros.

Foi campeão de vendagem de discos e muitas de suas musicas foram temas de novelas. Destaque para sucessos como: Sandra Rosa Madalena, Meu Sangue Ferve por Você, tenho e Me chama que vou.

Amante Latino, alem do CS é do LP de 1976, o primeiro de Sidney com o titulo do cantor. Alem deste mega sucesso, o disco traz ainda, Meu Sangue Ferve por Você e se Te agarro com outro te mato, que é o lado B do CS, que comprei.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

INFORME DA CULTURA MUNICIPAL

Cultura traz regional do Mapa Cultural e “Noite de MPB, Choro, Blues e Jazz”


A Prefeitura de Limeira, por meio da Secretaria da Cultura, traz dois eventos culturais nesta sexta-feira, 26 de outubro, às 19h30, no Teatro Vitória. Tratam-se do “Mapa Cultural Paulista Fase Regional - Literatura” e “Limeira em MPB, Choro, Blues e Jazz”, com entrada franca.

Limeira será sede da categoria “Literatura”, no Mapa Cultural Paulista, evento realizado pela Secretaria de Estado de Cultura, Cultura e Arte Abaçai e Associação das Oficinas Culturais (Assaoc), com organização da Secretaria da Cultura de Limeira.

Três modalidades englobam a categoria “Literatura”, dentro do Mapa Cultural. São elas: “Conto”, “Poesia” e “Crônica”. Na noite serão conhecidos os classificados para a fase estadual da expressão artística “Literatura”.

25 cidades de São Paulo participam dessa categoria. Limeira possui seus representantes:

Poesia:
Carlos Alberto Fiore – “Arte”, “Coroa de Sonetos”.
Loide Rita Pizani Silva – “Pseudo Sonho de Eros e Psiquê”.
Luiz Roberto Pienta – Demerara (Geossemântica).

Conto:
Maria Rita Gurgel Pinto Lemos – “O Cajado de D. Jorgina”.
Daiza Lacerda – “Memórias do Baú”
Marcos Roberto de Lima – “Vaca de Ferro”

Crônica:
Otacílio César Monteiro – “O Admirador Secreto”
Ricardo Luiz Wollmer – “Desce do Carro e Pega a Bolsa”

Limeira participa das seguintes categorias também:

Artes Plásticas: Nena Rigon, Daniel de Almeida Leitão e Léa Moraes Martins.

Teatro: Grupo Teatral Cênicos e Cínicos, com a comédia “Quem Matou Amélie de Pourt Salut”.

Vídeo: Eduardo Stafini Munhoz.

Canto Coral: Coral Municipal de Limeira.

Fotografia: Talma Ciarrochi e Kleber Marcelo.

Logo após a escolha dos representantes regionais da categoria “Literatura”, no Mapa Cultural Paulista, acontece o show musical “Limeira em MPB, Choro, Blues e Jazz”. É a segunda edição do evento, criado em 2006, pela Secretaria da Cultura.

Estão confirmados os artistas limeirenses: Contrabanda Blues, Nacontramão, Trio de 2, Márcio Zovico, Reminiscências e Grupo Villa Jazz.

De acordo com o secretário da Cultura, José Farid Zaine, o “Limeira em MPB, Choro, Blues e Jazz”, valoriza os artistas da cidade e reitera a política cultural adotada no município desde 2005, criando eventos para que músicos de Limeira possam mostrar seus trabalhos. “Vamos ter uma noite de grande confraternização da boa música limeirense”, afirma Farid.

Um pouco mais sobre os participantes do II Limeira em MPB, Choro, Blues e Jazz:

Contrabanda Blues:
A Contrabanda Blues, foi formada para disputar o 7º Canta Limeira de abril de 2007. Na oportunidade a Banda defendeu a música BLUES GLOBAL, de Janjão e Danilo. Um Blues, com forte batida de Rock´n Roll, a canção chamou a atenção da platéia, pois para um Festival de MPB, era diferente. Hoje a banda realiza releituras de clássicos da Música Brasileira, como: Sangue Latino, Negro Gato, Como Nossos Pais, Sapato 36 e outras, bem como Rolling Stones e artistas da nova Geração, entre eles Los Hermanos e Cat Powers, bem como composições próprias.

Nacontramão:
A Banda NacontraMão existe há dez anos com três CDs e um DVD gravados com músicas próprias no estilo Blues e Rock'n'Roll. Tem se apresentado em várias casas da nossa região como Campinas, Piracicaba, Rio Claro, Americana, Nova Odessa, além de outras cidades do interior, como também em outros estados: Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, etc.

Trio de 2:
Formado pelos músicos Marcelo Petrelli (bateria) e Veit Stumpenhausen (guitarra, programações) o grupo interpreta temas de jazz, fusion e acid jazz.
Os “músicos virtuais” são utilizados através do computador para suprir a falta de contra baixista, tecladista e percussionista.
Todos os arranjos são produzidos pelo guitarrista Veit.
O repertório possui temas de Pat Metheny, Incógnito, Miles Davis, Paul Desmond, Wayne Shorter, Ricardo Silveira, Joe Zawinul, além de temas próprios.
Músicos há mais de vinte anos Petrelli e Veit prometem levar ao público uma experiência única na execução e interpretação dos temas.

Márcio Zovico:
Pianista. Nunca freqüentou nenhum curso de música, é autodidata. Teve participações expressivas em diversas bandas, sempre revelando seu virtuosismo nos teclados.

Grupo Reminiscências:
O tradicional Grupo Reminiscências, que cada vez mais tem conseguido espaço na cidade e na região, tem o objetivo de resgatar e divulgar a essência musical da alma brasileira, que é o choro. Sempre fiel ao surgimento deste ritmo, que se deu por volta de 1870, e hoje se tornou uma grande expressão da música instrumental brasileira. Os integrantes são: Ditinho (cavaquinho e bandolim), Japão (violão e voz), Juan Carlos (pandeiro) e Pulú (surdo).

Grupo Villa Jazz:
O Grupo Villa Jazz nasceu dentro da Escola Villa Jazz, entre seus professores, em 2001, com Hélio De Gaspari (bateria), Alexandre Santos (contrabaixo), Dédi Ferreira (guitarra), Evandro Grisólio (teclado), Emanuel Massaro (violão) e Raquel Rochia (canto).

Mais informações podem ser obtidas nos telefones do Teatro Vitória: (19) 3451 6679 e 3451 2675.

NUVEM PASSAGEIRA


Hermes de Aquino, autor deste enorme sucesso de 1976, emplacou esta canção, em uma novela global: O Casarão. Epopéia de um casal que se conhece e se apaixona na juventude, é separado pelos interesses de classe e vai se reencontrar na terceira idade. O pano de fundo é a História do Brasil, da decadência do café, passando pelas ditaduras de Vargas e dos Militares.

Nuvem Passageira, foi também um sucesso passageiro na vida deste gaúcho, que iniciou carreira no circuito de Festivais, lançou alguns discos, quase todos um fracasso de vendas, exceto o de Nuvem.

Uma linguagem cifrada, pode ter inúmeras interpretações, desde um Amor momentâneo, até um desejo de que a noite de trevas da Ditadura, fosse passageira.

Cantei muito no banheiro, esta musica, que infestou os programas populares de radio e TV, naquele ano.

Hermes de Aquino, hoje dedica-se a composição de Jingles comerciais.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

TRANQUEI A VIDA


Minhas paixões adolescentes, como a de qualquer jovem, sempre tinha canções que embalavam uma fossa ou a conquista. Naquele ano de 1977, então com quatorze para quinze anos, minha libido, esta a mil. Descobertas sexuais e da paixão, estavam aflorando em minha cabeça e coração. Uma garota, que fazia parte de meu grupo de Jovens da Igreja Católica, estudava comigo no antigo ginasial, na escola Trajano Camargo. Morava no mesmo bairro. Uma loira linda. Me apaixonei perdidamente.

Foi platônico, nunca tive coragem de declarar o sentimento. Tinha medo de ser esnobado e rejeitado. Afinal no auge da adolescência, nutria crises o tempo todo.

Tranquei a vida, foi a minha canção, de desabafo e curtição de uma relação que não existiu, a não ser em minha cabeça. Chorava ao ouvi-la. Batia forte a voz de Ronnie Von.

Parceria com o Argentino Tony Osanay, Ex Beat Boys e nos anos 80 Raízes de América, Tranquei foi lançada primeiramente em compacto duplo, em Janeiro de 77. Depois em maio do mesmo ano no LP, Ronnie Von.

Alias com esta musica, o ex pequeno príncipe da Jovem Guarda, reforçava uma nova fase de sua carreira iniciada alguns anos. A da canção romântica, considerada de forma injusta, brega, porem com um toque de refinagem.

Ronnie, marginalizado pelo movimento da Jovem Guarda, com desculpas de que era um Playboy, enveredou no final dos anos sessenta, para um estilo que namorou a psicodélica, com discos e musicas fantásticas, que não venderam nada. Tranquei a vida vendeu muito, mas prenunciava o fim do Ronnie cantor, que nos anos 80, amarga o ostracismo, só terminado, com uma carreira de apresentador de Televisão, de Shows de variedades, em emissoras de pouco ibope.

Mas Tranquei, foi responsável por uma de minhas maiores dores de cotovelo e também pelo final desta fossa.

PARE DE TOMAR A PILULA


Como curti este clássico do chamado brega romântico. Canção que inundava o dial das rádios AM, naquele inicio dos anos 70, Pare de Tomar a Pílula, foi para mim um dos marcos, da rebeldia e ousadia na musica Brasileira.


Minha mãe detestava, minhas tias odiavam, as beatas da igreja, acendiam fogueiras para queimar discos e fotos de Odair José. Eu ainda um pré adolescente, achava graça daquilo tudo, não entendia bem, o porque da rejeição de muitos aquele música. Nem sabia pra que servia a tal pílula, tão endemoniada, por Católicos ou não, como dizia Caetano Veloso.Sabia a letra de cor.


Não perdia um programa de televisão que anunciava a ida do autor da pílula. Anos mais tarde pude descobrir, o quanto foi corajoso, o goiano Odair José, que com dezoito anos veio para o Rio de Janeiro, para tentar viver de música. Aqui comeu o pão que diabos e deuses amassavam.


Algo curioso que descobri recentemente, é que o futuro terror das empregadas domésticas, titulo que obteve, por ter neste público uma grande aceitação, é que no inicio de carreira, Odair José, quase foi militante de esquerda.


O cantor e compositor de Cadê Você, freqüentava o restaurante calabouço, local de reuniões e manifestações estudantis na década de sessenta. Junto com estudantes e lideranças de esquerda, participou de inúmeras mobilizações contra a ditadura militar.Ditadura esta que Odair José foi vitima, varias vezes, inclusive tendo Pare de Tomar, censurada alguns meses pelo regime militar.


Falar de anticoncepcionais, naqueles anos, era comprar briga com a igreja católica, defensora do método da tabelinha, como convenciona-se chamar até hoje. Pare de tomar, significou a ruptura com tabus, e uma moral cristã burguesa.


Odair foi na época um estouro de vendagens e um símbolo de um estilo musical, que em suas letras, falava de um universo, descriminado até então. Eram Prostitutas, como no primeiro sucesso Vou tirar você deste lugar, as já citadas domésticas, beberrões, mães solteiras e por aí vai.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O HOMEM DE NAZARÉ


Mais uma canção de um artista, talentoso, que injustamente foi rotulado e discriminado como cantor brega, popularesco e sem carisma. Nada disto. Antonio Marcos, foi mais um dos cantores compositores que curti muito em minha pré adolescência.


Conhecia quase tudo, deste artista, que participou de vários programas de calouros em radio e em televisão, antes de atingir o estrelato. Sua caída pela dramaturgia, lhe rendeu vários convites, para atuar em cinema (destaque para: Salve quem puder-1973-), no teatro (destaque para: Arena Conta Zumbi- 1969- e Hair- 1970-), bem como em telenovelas, destacando-se Cara a Cara de 1979.


Antes de sua carreira solo, participou do grupo de ie,ie Os Iguais, tendo se apresentado e tomando parte do Movimento da Jovem Guarda.Adorava e adoro, as canções de Antonio Marcos, desde as mais “Bregas”, as mais elaboradas, como “Noites, galos e quintais” de Belchior. Como vai você, composição sua, fez enorme sucesso na voz de Roberto Carlos.


Integrante do movimento católico Carismático, fez Shows, palestras, em programas como de Neimar de Barros, bem como adotou nas canções e no estilo de vida, uma espécie de HIpiee Cristão.


O Homem de Nazaré, um de seus maiores sucessos, é do LP Antonio Marcos de 1973 e representa bem o estado de espírito do cantor na época.Antonio Marcos, foi casado com a cantora Vanusa e com a atriz Débora Duarte, com quem teve uma filha, a atriz Paloma Duarte. Faleceu em 1992.

O MAR SERENOU


Em meados dos anos 70, conheci Clara Nunes. Um amigo de escola o Ivan, me convidava para após as peladas de futebol, ouvir os bolachões de seu pai e seu irmão em sua casa. Foi lá que pude ter contato pela primeira vez, com artistas do quilate de David Bowie, ouvir Angie dos Stones, saber que Michel Jackson e seus irmãos formavam o ótimo Jackson Five, alem é claro de Benito de Paula e a mineira Clara.


Fui me encantando, primeiro com a beleza daquela mulher, muito linda. Depois com o explendor de sua voz forte e sensual em qualquer ritmo. Clara apresentava o samba com os dois pés no terreiro, com uma mistura de culturas rítmicas mineiras. As canções tinham cara de Oxum, Iemenjá, com sabor de tutu de feijão e pão de queijo.


Começou a cantar em uma igreja cristã, passou por vários concursos musicais e Festivais de MPB.Vestia-se como uma entidade do candomblé, vivendo intensamente a crença. Suas canções eram a ela escritas, considerando esta sua característica de fé.


Foi casada com o compositor Paulo César Pinheiro que juntamente com João Nogueira, fizeram “Mineira”, uma homenagem a Clara. Dois compositores inclusive que lhe deram varias músicas que se consagraram em sua voz.


O Mar Serenou tem letra e música do Portelense Candeias, como a própria clara. A canção é do disco claridade de 1975, e junto com o Canto das Três Raças de 1976, são meus discos favoritos. Mar Serenou teve no primeiro disco de Marisa Monte, uma gravação sublime e recentemente Luciana Mello gravou este clássico do Samba Afro Brasileiro.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

RETALHOS DE CETIM


Esta é mais uma do baú do meu amigo de pré adolescência Ivan. Ele tinha vários LPs, do carioca, mas que fez carreira em São Paulo, Benito de Paula. Pianista refinado, com uma estética de cantor de sinfonias, Benito foram uma campeão de vendagens nos anos 70. Marcou um estilo intitulado de Brega Chique, com inúmeros sambas canções e até boleros.


Suas músicas, figuravam sempre nos Hits Parades, e tocavam ser cessar nas rádios. Era freqüentador assíduo de programas de televisão popular, porem tinha o respeito da nata da MPB. Tanto é que em seu primeiro trabalho em 1971, gravou sucessos de Chico Buarque (Apesar de Você), Taiguara, Vinicius de Moraes e outros.Seu nome de batismo é Uday Veloso, mas adotou o artístico Benito De Paula.


Retalhos de Cetim, uma samba sobre uma casal em crise, usa a alegoria de um desfile de escola de samba. Esta música embalou por anos, as calçadas e festinhas que realizávamos em minha juventude. Fácil de cantar e com uma letra também fácil para decorar.


A canção esta no disco “Um novo Samba”, de 1973 e vendeu 150mil cópias um record para a época. Alem disto Retalhos teve varias regravações por outros artistas, entre eles o maestro Francês Paul Mauriat e recentemente o cantor Paulinho Moska. No LP ainda tem clássicos Se não for Amor, Sandália de Couro e que Beleza.

CONSTRUÇÃO


Demorei para compreender esta canção e sua linguagem, cheia de metáforas e simbolismos. Por ser de Chico Buarque de Holanda e o período em que foi escrita, concluía ser de esquerda e de critica social. Chico para mim é o compositor de seu tempo e do cotidiano. Sua capacidade de compor letras com sentido dialético é de uma genialidade a toda prova.


Com esta, Chico encerra de vez uma fase de sua carreira, envolta entre canções líricas e com apelo simples, como A Banda, Carolina, Quem Te viu Quem Te Vê, Sabía, com obras de conteúdo social e político, á destacar: Pedro Pedreiro (Anti Tese de Construção) e Roda Viva.


Com Construção ele inicia a fase com letras engajadas na realidade Brasileira, de um Regime de Repressão e medo. Chico deixa de ser o menino bonito de olhos azuis e passa a ser o Chico Político, contestador, amado pela esquerda e odiado pela direita. Tentando driblar a censura implacável da Ditadura Militar, Francisco Buarque de Holanda, chegou utilizar pseudônimo (Julinho da Adelaide), para ter suas obras veiculadas na mídia. Em uma delas, Jorge Maravilha (1974), Chico provoca um general cuja filha era sua fã.


Construção, traz a História de um operário da industria da Construção Civil, seu dia a dia, ilusões, desilusões, sonhos e sua morte no canteiro de obras. Mas o que mais surpreende na letra, é o jogo de palavras que o compositor utiliza. Escreve como um Fernando Pessoa ou um Camões, tendo a presteza de brincar a sério com a língua Portuguesa. Chico usa e abusa das proparoxítonas, encaixa o Operário nesta forma de criação e discuti a situação do País, neste espetáculo de uso da língua.


Construção ainda é premiada no arranjo. O samba com cara de obra erudita, tem a assinatura do então na época maestro Tropicalista, Rogério Duprat. O bruxo do movimento que lançou Gil, Caetano, Gal, Mutantes e Tom Zé, só para ficar em alguns. O compasso rítmico dado por Duprat, nos faz entrar na canção como em uma ópera ou parte da tragédia cantada por Chico.


A canção é de 1971, há um ano da volta de Chico Buarque de seu exílio “voluntário”, na Itália. È lançada em um disco fantástico, com grandes músicas, quase todas de teor militante e de enfrentamento aos militares e seu regime. Entre as obras primas, há de se destacar: Deus lhe pague, uma espécie de segunda parte de Construção, Samba de Orly, em parceria com Vinicius e Toquinho, canção dos que partiam para o exílio forçado, cotidiano, música que pode ser considerada de teor machista ou de discussão de gênero, e outras como a versão Italiana Minha História, a bela e única lírica Valsinha.


Sem medo de errar, Construção pode seguramente figurar entre as 10 ou 20 melhores canções Brasileiras de todos os tempos.

TARDES DE ITAPOÃ


Estive em Salvador Bahia, no inicio dos anos 90. Fiquei na residência de um amigo, o sociólogo Afonso, o qual fazia mestrado na UNICAMP, em Campinas e com ele dividia apartamento quando morava na cidade das andorinhas.


Convidado a passar férias, em terras baianas, saí daqui disposto a conhecer tudo da boa terra. Do pelourinho ao Mercado modelo, passando pelo elevador Lacerda, com os seus mais de 30metros de altura, as escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim. Das Praias tinha curiosidade de uma só: A de Itapoá, cantada em verso e prosa, por compositores como Caymmy e Vinicius de Moraes.


Esta predileção sempre me chamou a atenção por conta da música Tardes em Itapoã de Vinicius e Toquinho. Queria exatamente passar uma tarde nas areias e ondas da famosa Praia. E fui, sozinho. Planejava ter ido com um Amor, que a época já era minha negra favorita, Nadir.Pude constatar no passeio no fim de tarde, com um calção de banho como indica a canção, as belezas naturais do lugar. Foi como se os versos de Vinicius e a melodia do samba de Toquinho, estivesse sendo tocado, pelas caixas de som invisíveis, do lugar.


Tudo era exatamente como o lindo poema, a homenagem de um carioca e um paulista, a mais um monumento Histórico deste País. Pude sentir a brisa do mar, e as folhas de coqueiro, balanço naquele final de tarde.Tardes de Itapoã é mais uma destas canções, preferidas dos cantores de Barzinho.


Cantei muito no meio fio e no chuveiro. Amei e amo ao som dela. Inesquecível viagem, a qual pretendo fazer ao lado de minha mulher.Tardes, foi lançada no LP, “Como Dizia o Poeta”, de 1971, em um disco que alem da dupla famosa, trazia a bela voz de Marilia Medalha.


Neste disco com muita influencia afro, será prenuncio do Samba Jóia, que aliava, um ritmo alegre e dançante, com letras de otimismo e humor. Uma outra gravação importante de Tardes em Itapoá, é do mesmo ano de 1971, em um disco gravado ao vivo em Buenos Aires e que tem a participação de Maria Bethânia. Aliás esta era uma tradição de Vinicius e Toquinho, o de convidar para cantar, mulheres, tinha sido assim com Maria Creusa, Marilia Medalha, Bethânia e Quarteto em Cy, Clara Nunes e Miucha, entre outras.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

II LIMEIRA EM MPB, CHORO, BLUES E JAZZ- A CONTRABANDA ESTA ESCALADA

No próximo dia 26 de outubro ás 21h no Teatro Vitória, esta acontecendo o II Show de estilos dos mais diferentes com a participação, dos grupos: Villa Jazz, Grupo Reminiscências e Raquel Pavanelli, Na Contramão e Marcio Zovico e Marcelo Petrelli, alem da Banda que produzo a CONTRABANDA BLUES.

Todos os artistas são de Limeira, reforçando assim a boa política da Secretaria de Cultura do Município em apoiar e estimular, os artistas do município.

No Show a CONTRABANDA estará apresentando três canções. Duas releituras, Sangue Latino do Secos & Molhados e Negro Gato de Getulio Cortez imortalizada na voz de Roberto Carlos. A terceira é a composição própria, Blues Global, apresentada no ultimo Canta Limeira.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

MEUS VINÍS XVII

MILAGRE DOS PEIXES
ARTISTA: MILTON NASCIMENTO
ANO: 1973
PRODUÇÃO: MILTON MIRANDA
DIREÇÃO MUSICAL: MAESTRO GAYA
MÚSICOS (DESTAQUES) : RADAMÉS GNATALLI (Arranjos e Regência na faixa “Tema dos Deuses”), PAULO MOURA (Sopro e Arranjos de Metais), Nana Vasconcellos (Percussão e Vocais ) Clementina de Jesus (Voz na Faixa “Escravos de Jó”) e a Turma do Clube da Esquina: Wagner Tiso, Nelson Ângelo, Novelli e outros.
GRAVADORA: EMI ODEON
MÚSICAS
LADO 1
ESCRAVOS DE JÓ- (Milton Nascimento e Fernando Brant)
CARLOS, LÚCIA, CHICO E TIAGO- (Milton Nascimento)
MILAGRE DOS PEIXES- (Milton Nascimento e Fernando Brant)
A CHAMADA- (Milton Nascimento)
LADO 2
PABLO Nº 2- (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos)
TEMA DOS DEUSES- (Milton Nascimento)
HOJE É DIA DE EL REY- (Milton Nascimento e Marcio Borges)
A ÙLTIMA SESSÃO DE MÚSICA- (Milton Nascimento)
COMENTÁRIOS
Este é mais um trabalho de Milton Nascimento com a turma do Clube da Esquina. Milagre dos Peixes é o segundo disco após o sensacional “Clube da Esquina”, de 1972. Milagre viria a ter uma continuação, que é o disco ao vivo de 1974. Comprei este bolachão nos anos 90, quando ainda não tinha sido lançado em CD. O disco é em homenagem a atriz Leila Diniz, morta um ano antes e ao cantor Agostinho dos Santos, uma das influências de Bituca (apelido de Milton). Ambos morreram em acidente de avião. Obra obrigatória, para quem quer conhecer o que é música da boa, de vanguarda e brasileira. LP quase todo instrumental e vocalize, onde Milton brinca com sua voz, trabalhando inúmeros efeitos. Apenas uma canção , contem letra: Milagre dos Peixes. Destaque para todo o trabalho, mas com uma pequena vantagem para “Escravos de Jó” que tem a participação espetacular de Clementina de Jesus. Na edição em CD, há a inclusão de três faixas: Cadê (Ruy Guerra e Milton Nascimento), Pablo (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos), e Sacramento (Nelson Ângelo e Milton Nascimento). Não sei porque na versão que tenho em vinil, elas não fazem parte.

MEUS VINÍS XVI


VAMOS POR AÍ


ARTISTA: SÁ E GUARABIRA


ANO: 1990


PRODUÇÃO: GUTI PRODUÇÕES


DIREÇÃO MUSICAL: SÁ, GUARABIRA, EDUARDO SOUTO NETO, RICARDO CRISTALDI E TAVITO CARVALHO


MÚSICOS (DESTAQUES) : TAVITO (Guitarra, Voz e Arranjos), ULISSES ROCHA (Violão na faixa “Estrela Natureza”), Artur Maia (Baixo na faixa “Quem saberia perder”) Ivan Lins (Teclados na Faixa “Quem saberia perder).


GRAVADORA: ELDORADO


MÚSICAS


LADO 1


ZRIGUIDUM TCHAN- (Sá & Guarabira)

MEU LAR È ONDE ESTÃO MEUS SAPATOS- (Sá & Guarabira)

ABRE ESSA PORTA- (Sá & Guarabira)

QUINTINHO E ZÉ MARIA- (Sá & Guarabira)

VAMOS POR AÍ- (Sá & Guarabira)


LADO 2


VOCÊ SE LEMBRA?- (Sá & Guarabira)

ATRÁS POEIRA (Ivan Lins e Victor Martins)

ESTRELA NATUREZA- (Sá & Guarabira)

QUEM SABERIA PERDER- (Sá & Guarabira)

BARULHOS- (Sá & Guarabira)


COMENTÁRIOS:


Conheci pela primeira vez o trabalho de Sá e Guarabira em 1977, com a canção Sobradinho, que soube depois que foi feita em homenagem ao povos da cidade que leva o titulo e Remanso e Pilão Arcado, municípios baianos, que foram inundados pela barragem para energia elétrica, mais um elefante branco da Ditadura Militar, que não terminou até hoje. Pais do chamado Rock Rural, juntamente com Zé Rodrix, compuseram para vários nomes da MPB. Sá é carioca e Guarabira baiano. Emplacaram mega sucessos televisivos, como Roque Santeiro, Dona, Harmonia e outros. Este LP em particular é fraco, mais do mesmo. Não tem nenhuma novidade e foi na época um fracasso de vendas. Embora tenha grandes músicos em sua composição. Entre eles, Tavito, compositor de pérolas como Casa no Campo com Zé Rodrix e Rua Ramalhete. Destaque apenas a faixa titulo..

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O QUILOMBO NO REINO UNIDO- PARTE II

Stephen Pierce, Inglês, mora em uma cidade ao sul da Inglaterra, de nome Reading, local famoso por sediar um dos maiores Festivais de Rock, do Mundo. È casado com uma Brasileira, de Niterói. Músico, toca instrumentos de cordas, como Violão, guitarra, baixo, banjo e cavaquinho, estes últimos aprendidos no Brasil.

Esteve aqui pela primeira vez nos anos 80. Apaixonou-se pela musica e cultura de nosso País, principalmente pela musica Negra. Pesquisou durante anos as escolas de samba e seus compositores, entre eles Candeias, um de seus favoritos. Tocou com vários artistas, aqui na terra de Santa Cruz, entre eles Hermeto Paschoal.

Em sua cidade natal, é proprietário de um Café, onde tem modéstia dele um pequeno espaço para difundir as artes e a cultura.

Este ano se comemora cento e setenta e três anos da Abolição da Escravatura nas Colônias Inglesas. Assim varias atividades estão sendo realizadas para comemorar este momento.

Stephen decidiu então se juntar a uma ONG Brasileira lotada em Londres e organizar uma exposição de intitulada QUILOMBO, QUILOMBOLA.

A exposição fala dos remanescentes do Quilombo de Mostardas no Rio Grande do Sul. O nosso Inglês conheceu o trabalho da fotografa, Cândida Lucca, que fez um ensaio sobre os Quilombolas do Litoral Gaúcho.

Com a clara intenção de trabalhar as experiências dos Quilombos, no sentido da conscientização dos Ingleses, Stephen, organiza esta exposição.

È aí que entra nossa musica, Quilombo, Quilombola.

Durante o evento haverá outras manifestações culturais, entre elas Show de musica Brasileira. E no repertório do Inglês, estará minha canção e do Cerqueira.

Em breve outras noticias.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

SANGUE LATINO


Um sucesso meteórico. Como meteórico foi a existência da banda, menos de quatro anos. Secos&Molhados eram João Ricardo, Gerson Conrad e claro ele Ney Mato-Grosso.


O Brasil não demorou para assimilar, aquele som psicodélico, com ritmos que iam do Rock In Rool, passando pelo bolero e deslizando pelo samba. Um som que tinha o poder de letras de poetas como Vinicius de Moraes, Solano Trindade, Cassiano Ricardo e Manuel Bandeira, só para citar os do primeiro disco de 1973. João Ricardo era o autor da maioria das melodias, bem como dos arranjos.


Mas estávamos na era de aquários, de soltar o ar reprimido, apesar da Ditadura Militar, sapecar o proibido, cantar a todos os pulmões que é Proibido Proibir, que dizemos Não ao Não. Aqueles três Homens, vestidos com roupas, coloridas, com rostos pintados, mais pareciam, seres que desciam de naves espaciais, vindos de outros mundos.


Não se sabia se eram Feminino ou Masculino ou talvez os dois. As posturas no palco, desnudavam preconceitos e tabus. Nei abria a voz, a qual saltava uma Carmem Miranda em mistura com Mick Jagger, no andar, no rebolado.


A magia estava solta, comandada por este ex Hippie, morador em comunidades, viajante no mundo dos lisérgicos. Explodiram nas paradas de sucesso das rádios e dos programas de TV, os populares e os elitizados.


A androginia muito típica naquela época, lançada por David Bowie, fez uma polemica entre Ney Mato Grosso e Gene Simons do Kiss. Os Americanos juram que são os pioneiros em pintar mascaras nos rostos e vestir-se com roupas colantes. Ney dispara dizendo, que os roqueiros não poderiam ser donos deste feito, pois surgiram depois dos Secos.


A canção que considero uma de minhas favoritas, é do primeiro disco e traz características de quase toda a obra do grupo. Letras fortes de temas polêmicos ou líricos, de duração curta, como as musicas dos Ramones, que surgiram depois.


Outro aspecto é que as histórias fazem referencias a Histórias em quadrinhos, desenhos animados e filmes. Quase acústico típico da época em Sangue Latino, o violão e a viola de 12 cordas só perdem espaço para a flauta. Estilo bem latino, Sangue mantem uma letra de apelo comum na época, a contestação, que neste caso mistura a política com a revolução dos costumes.


Esta musica é das minhas preferidas, que alem de saber toda letra, em tempos de banda da Igreja lá no final dos anos 70, inicio dos 80, garantia em nosso repertório.

EU SÓ QUERO UM XODÒ


Mais uma de minha infância e juventude. Sucesso absoluto, este forróck, embalou, casais de namorados, serenatas, e cantorias nas beiradas de calçadas. Fiz muitas, com os grupos de jovens da Igreja Católica e mais tarde em dueto com o atual Presidente do PT Limeira Wilson Cerqueira.


Eu só quero um Xodó, fez Dominguinhos e Anastácia, aparecerem no cenário da MPB. Até então forrazeiros e tocadores de Baião, só se conhecia um Luiz Gonzaga, o Rei. Dominguinhos, que intitula-se afilhado de Gonzagão, introduziu na musica popular, o Baião mais sofisticado, que as classes médias do sul e sudeste puderam assimilar.


Gilberto Gil, é quem com uma visão futurista e tropicalista, grava esta canção de amor, de ternura, de chamego mesmo, com um arranjo pop rock forró e faz o Brasil inteiro tomar gosto, pelo sanfoneiro Pernambucano, que depois desta estréia na voz do bom Baiano, teve varias canções suas gravadas por grandes estrelas da MPB: De volta pro aconchego (Elba Ramalho), Quem me levará sou eu (Fagner), Abri a porta (A Cor do Som), Tenho sede e Lamento Sertanejo(Gilberto Gil).


Dominguinhos, influenciou outros sanfoneiros, entre eles Oswaldinho do Acordeom,Renato Borghetti, Sivuca, alem é claro de das bandas do forró universitário. Xodó foi lançado pela primeira vez em 1973, no disco ao vivo de Gilberto Gil “Cidade do Salvador”.


Mas já teve regravações memoráveis, como de Paula Toller em seu único disco solo de 1997, e o próprio Gil em dueto com Rita Lee, no disco dos dois Refestança de 1978.Todo som de Barzinho, toca Eu só Quero um Xodó, clássico da musica brasileira e uma de minhas preferidas.

FIO MARAVILHA


Sou apaixonado por futebol. Desde pequeno tenho contato com este esporte que atraí milhões de Brasileiros, todos os dias, para as telas, caixas de som de rádios, para os estádios de futebol.


Fio Maravilha foi uma das primeiras canções que falam sobre o esporte bretão, que tive conhecimento e qual passei a gostar. Um samba rock, dos melhores do repertório do então Jorge Ben, hoje acrescido do Jor.Ben Jor, Flamenguista doente acompanhava uma partida no Maracanã nos idos de 1972.


Jogavam o Fla e o Benfica de Portugal, em uma Partida Amistosa. Naquele dia o centroavante, negro com lábios grossos, estatura, passando do 1metro e 90, típico para um atacante de área, Fio como era conhecido, naquele dia, teria acrescentado e passaria para a História mais tarde, como Maravilha.O desempenho do atleta, inspirou Jorge Ben Jor, a compor uma canção em sua homenagem. E saiu Fio Maravilha.


A música foi inscrita no VII Festival Internacional da Canção, o último da safra organizado pela TV Globo, desde 1966.Ben tem sua música defendida na interpretação de um cantora, desconhecida do grande público.


Maria Alcina, é mineira de Cataguases. Sua voz grave, seu estilo irreverente, com um guarda roupa exótico, foi comparada, a outra estrela da MPB, Carmem Miranda. Alcina e Jorge Ben, venceram o Festival e tornaram Fio Maravilha, o boleiro conhecidíssimo no mundo inteiro, pelas inúmeras gravações que a canção adquiriu.Quando a música deixou de ser executada a exaustão,


Fio orientado por advogados, processou Jorge Ben Jor, alegando que deveria receber direitos autorais, pela utilização de seu nome. Jorge Ben, mudou de fio para Filho Maravilha. O jogador mais tarde, arrependeu-se do que fez, desculpando-se com o artista.


Entre 10 canções executadas em banheiros, barzinhos, calçadas e roda de amigos, Fio esta entre elas. Não tanto pelo atleta retratado, o qual as novas gerações nem sabem quem é, mas pela força e apelo dançante desta obra prima de Jorge Ben Jor.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

MEUS VINÍS XV


MERCEDES SOSA


ARTISTA: MERCEDES SOSA


ANO: 1984


PRODUÇÃO E DIREÇÃO MUSICAL: MERCEDES SOSA, DANIEL GRINBANK, FABIAN MATUS.


MÚSICOS (DESTAQUES) : ARIEL RAMIREZ, CHARLY GARCIA E MARGARITA PALACIOS.


PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: MILTON NASCIMENTO NA FAIXA “INCONCIENTE COLECTIVO”.


GRAVADORA: PHILIPS


MÚSICAS


LADO 1


LA MAZA, ““Canción”- (Silvio Rodríguez)

CORAZON MALDITO, “Sirilla Canción”- (Violeta Parra)

MARIA, MARIA “Canción”- (Letra: Fernando Brant- Música: Milton Nascimento)TRIPTICO MOCOVI, a) En la tierra Mocoví (Aire Indio); b) Mocoví esperando (Canción); c) Solo ceniza quedando (Milonga)- (Letra: Guichê Aizemberg- Música: Ariel Ramirez)INCONCIENTE COLECTIVO “Cancion”- (Charly Garcia)


LADO 2


UM SON PARA PORTINARI “Marinera”- (Letra: Nicolas Guilén- Música: Horacio Salinas )TONADA DEL OTONO “Tonada”- (Letra: Jorge Sosa- Música: Damian Sanches)SIMPLEMENTE LUZ “Zamba”- (Letra: Hugo De Sanctis- Música: Hugo De Sanctis e Jorge Berchessi)

ME VOY PA`L MOLLAR- a) Me Voy pa`l Mollar “Vidala” Fragmentos- (Margarita Palacios); b) El Jardín del olvido “Vidalita Chayera”- (Recopilación de Margarita Palacios); c) Vidita “ Vidala” Fragmentos- (Margarita Palacios); d) El tinkunako “Tradicional Riojano” Fragmentos; e) Mi negra “Baguala” Fragmentos- (Letra: Cacho Valles- Música: Carlos Lastra); g) Me Voy pa`l Mollar “Vidala” Fragmentos- (Margarita Palacios)

UNICORNIO “Cancion”- (Silvio Rodriguez)

EL CONDOR VUELVE “Cancion Latinoamericana” Fragmentos- (Letra: Armando Tejada Gómez- Música: Eduardo Aragón)


COMENTÁRIOS


Mercedes Sosa foi durante 3 décadas (60/70/80) a embaixatriz da música latino americana de protesto e de resgate da cultura dos povos da América. Neste belo disco, e4ncontra-se todos os estilos e ritmos do Continente de Zumbi e Simon Bolívar, em letras e música de compositores com Silvio Rodriguez e a grande Violeta Parra. Dos mais contemporâneos, Mercedes convocou Charly Garcia, Margarita Palácios e os Brasileiros Milton Nascimento e Fernando Brant. Alias o destaque do LP, é exatamente a faixa “Inconciente Colectivo”, que tem a participação de Milton nos vocais. Este trabalho é tão belo que traz um poema de Nicolas Guillén, poeta Cubano que mesclava a poesia social e revolucionária, com a lirica e de raízes africanas. Disco para todas as gerações, em particular as que não conhecem a América de todos os sons e ritmos.

MEUS VINÍS XIV


MARIA BETHÂNIA E CAETANO VELOSO AO VIVO


ARTISTA: MARIA BETHÂNIA E CAETANO VELOSO


ANO: 1978


PRODUÇÃO E DIREÇÃO MUSICAL: PERINHO ALBUQUERQUE


MÚSICOS (DESTAQUES) : ROSINHA DE VALENÇA (VIOLÃO), JAMIL JOANES (BAIXO), PAULINHO BRAGA (BATERIA) .


GRAVADORA: PHILIPS


MÚSICAS


LADO 1


TUDO DE NOVO- (Caetano Veloso) Interprete: Maria Bethânia e Caetano Veloso

CARCARÁ- (João do Vale e José Candido) Interprete: Caetano Veloso

JOÃO E MARIA- (Chico Buarque e Sivuca) Interprete: Maria Bethânia e Caetano Veloso

NÚMERO UM- (Mario Lago e Benedito Lacerda) Interprete: Caetano Veloso

MARIA BETHÂNIA- (Capiba) Interprete: Caetano Veloso

O QUE TINHA DE SER- (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) Interprete: Maria Bethânia


LADO 2


O LEÃOZINHO- (Caetano Veloso) Interprete: Maria Bethânia

MEU PRIMEIRO AMOR (Lejania)- (H. Gimenez, Versão: J. Fortuna e Pinheirinho Jr.) Interprete: Maria Bethânia e Caetano Veloso

FALANDO SÉRIO- (Mauricio Duboc e Carlos Colla) Interprete: Maria Bethânia

REINO ANTIGO- (Rosinha de Valença e Maria Bethânia), ADEUS MEU SANTO AMARO- (Caetano Veloso) Interprete: Maria Bethânia e Caetano Veloso

MANINHA- (Chico Buarque) Interprete: Maria Bethânia e Caetano Veloso

DOCE MISTÉRIO (Ah! Sweet Mystery Of Life)- (V. Herbert- Versão: Alberto Ribeiro) Interprete: Maria Bethânia e Caetano Veloso


COMENTÁRIOS

Desde que tornaram-se artistas profissionais, Caetano e Bethânia, nunca fizeram disco ou Show somente os dois. Ocorreram projetos como “Os doces Bárbaros”, dois anos antes com os outros baianos, Gil e Gal. Este LP é resultado do Show homônimo que reuniu os dois manos. O branco predominou no espetáculo, junto a colares e pulseiras típicas do candomblé, fé mística de Bethânia. A gravação teve a presença magnífica de Rosinha de Valença no violão. Destaques do trabalho, ao qual tem mais a cara da mana do que do mano, a perfeita interpretação de Bethânia para Leãozinho, em minha opinião a melhor feita até hoje. Outro destaque a faixa que abre o disco, e que serviu como música de trabalho, “Tudo de Novo”. Mas a que emplacou naquele ano foi a versão cascatinha e inhana, feita por Bethânia e Caetano para “Meu Primeiro Amor”, do Zé Fortuna. O disco foi lançado em CD para o projeto Todo Caetano (2002), que teve a direção na reedição do Titã Charles Galvin. Para saber mais acesse o site de Caetano: http://www.caetanoveloso.com.br/ .

MEUS VINÍS XIII


REALCE


ARTISTA: GILBERTO GIL


ANO: 1979


PRODUÇÃO: MAZOLA


MÚSICOS (DESTAQUES): SERGIO DIAS –Ex Mutantes- (guitarra solo na faixa “Não Chore Mais”), LINCON OLIVETTI (fender Rhodes e piano na faixa “Não Chore Mais”), LIMINHA (Baixo na faixa “Não Chore Mais”), PERINHO SANTANA (Guitarra).


GRAVADORA: WEA


MÚSICAS


LADO 1


REALCE- (Gilberto Gil)

SARARÁ MIOLO- (Gilberto Gil)

SUPERHOMEM, A CANÇÃO- (Gilberto Gil)T

RADIÇÃO- (Gilberto Gil)


LADO 2


MARINA- (Dorival Caymmi)

REBENTO- (Gilberto Gil)

TODA MENINA BAIANA- (Gilberto Gil)

LOGUNEDÉ- (Gilberto Gil)

NÃO CHORE MAIS (No Woman, No Cry)- (B. Vicente Versão: Gilberto Gil)


COMENTÁRIOS


Realce fecha a simbologia do R, iniciada com Refazenda (disco rural), tendo Refavela como segunda obra(raízes negras), passando por Refestança com Rita Lee (elogio a dança e ao Rock in Rool) e terminando com este que faz uma síntese dos anteriores, propondo festa ao invés de terror. O disco lançado em 1979, ainda sobre os auspícios do regime militar, caracterizava a possibilidade de mudanças no País, pois um ano antes se instituiu a anistia aos presos e perseguidos políticos. Realce procura de forma metafórica, traduzir o clima de alegria pela possibilidade de respirar democracia. Das nove faixas da obra, apenas Logunedé não ficou nas paradas de sucesso, o disco foi um dos mais vendidos e tocados na época. Gil sempre foi notabilizado, por vanguardista, por lançar novidades, neste o novo ficou no Regue No Woman No Cry, cantada originalmente por Bob Marley e que com a versão de Gil, o estilo Jamaicano, foi popularizando no Brasil, embora já obtinha vários adeptos. Destaque para a Homossexual Super Homem a Canção, a sempre Marina, em uma roupagem Dance e Toda Menina Baiana. Mas foi com Não Chore Mais que o disco tornou-se clássico para todo o sempre.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

O QUILOMBO VAI PARA O REINO ÚNIDO


Em 2006 em meio a campanha eleitoral, propus ao amigo e Presidente do PT, Wilson Cerqueira, para que fizéssemos uma parceria. Companheiro de Cerqueira, já o era na Política, coordenei sua campanha a Prefeitura de Limeira, 2004. sabia de suas habilidades na musica. Wilson é um tremendo musico. Pena que priorizou a luta sindical e partidária, mas nas horas vagas, toca seus sambas, sertanejos, valsas e outros ritmos. O convidei para compormos junto uma canção e inscreve-la no FESTAFRO, festival de MPB, com temática na cultura e Historia dos Negros no Brasil e no mundo.

Ele topou. Mesmo no meio de uma campanha difícil, na qual era candidato a deputado estadual, dedicou-se no pouco tempo que tinha e fez a melodia para minha letra. Saiu o “QUILOMBO, QUILOMBOLA”.

Organizamos uma banda, com o nome de Som da Terra, e saiu uma Embolada com baião. Fomos para o Festival, sabendo das dificuldades, afinal só tinha feras do Brasil inteiro lá. Levamos o premio de Consagração Popular e a certeza de que tínhamos criatividade para as artes.

Pois bem passados quase hum ano do feito, “O QUILOMBO”, esta sendo preterido, a cruzar o atlântico, passar pelo canal da mancha e tomar o Big Band.

Escrevo em um site de literatura chamado recanto das letras. Meus poemas, contos, crônicas e musicas, estão lá. A pagina é visitada pelo Brasil inteiro. Numa dessas, um Inglês que pesquisa sobre Cultura Negra no País, ouviu o Quilombo. O cara faz parte de uma ONG Brasileira radicada em Londres. Haverá uma exposição sobre a cultura Afro no Mundo. Eles vão levar o trabalho de uma artista sobre os Quilombolas do Rio Grande do Sul. Para ilustrar a apresentação, o rapaz, quer cantar O Quilombo.

Para nós é a gloria, nos tornaremos Internacionais.

Em breve informo, maiores detalhes.

Em tempo: QUILOMBO, QUILOMBOLA, pode ser ouvida no site http://www.recantodasletras.com.br/ . A letra posto abaixo.



QUILOMBO QUILOMBOLA

AUTOR DA LETRA: Janjão

AUTOR DA MÙSICA: Wilson Cerqueira


Quilombo, quilombola
Certeza de identidade
Sem macula, foi escola REFRÃO
De luta por liberdade

Neguinho não sabe o caminho
Percorrido por outros irmãos
Que em grupos ou sozinhos
Derrubaram cercas e mourões

Negro foge da corrente
Da senzala e do Sangue
Do pelourinho que o deixou doente
Da sujeira e do mangue

Lá não tinha senhor
Capataz ou patrão
Harmonia era motor
De uma vida sem humilhação

Tudo era só partilha
No reino da magia
O que valia era a alegria
E a dança acontecia

Lugar de esconde-esconde
Morada dos perseguidos
Refugio para os de longe
Utopia aos empobrecidos

Os fatos desta canção
Muita gente desconhece
Só se lembra a abolição
Dos quilombos se esquecem











segunda-feira, 8 de outubro de 2007

ORAÇÃO DE UM JOVEM TRISTE


Esta canção de 1972, foi mais uma em que aprendi com o Tio Joaquim. Este meu Tio é o que toca violão, tinha vários cadernos de cifras musicais e esta ela uma delas. Neste momento dos anos 70, havia na Igreja Católica, dois movimentos para atrair a Juventude, dividida entre ir para luta armada contra a ditadura militar, as comunidades Hippies e a alienação.


O primeiro introspectivo, apolítico, a margem do que estava acontecendo no Brasil e no Mundo, caracterizava-se por salvar almas perdidas nas drogas e na perdição das baladas, com orações e bênçãos. È o que convencionou-se a chamar de Movimento Carismático, que hoje voltou incluindo no nome Renovação.


Para este movimento a Libertação, se daria através da Religião e das orações. Não havia estimulo para discussões sociais e reflexões sobre quem era culpado pela miséria, pela fome.


O outro movimento, era o do Concilio Vaticano Segundo, que defendia uma Revolução na Igreja Católica. È a opção pelos pobres que começa a crescer através das Comunidades Eclesiais de Base e as Pastorais Populares, que a partir da fé e a espiritualidade, discutindo e avaliavam os porquês de uns ter muito e muitos ter pouco.


Oração de um Jovem Triste, faz parte do arsenal musical, do primeiro Movimento, que tentava atrair os jovens com musica, teatro e dança.


È desta época um guru espiritual de nome Neimar de Barros, que manteve por muito tempo um programa de Televisão e radio, alem de ter editado vários livros de mensagens e orações Carismática.


Neimar caiu no ostracismo, quando anos mais tarde foi denunciado, mas nunca provado seu envolvimento com drogas, situação que era peça chave de suas pregações.Oração é composição de Alberto Luís, membro do movimento, mas que foi consagrada na interpretação de um dos maiores cantores do Brasil, em minha opinião Antonio Marcos.


Recém casado com a cantora Vanusa, Antonio se converte ao Catolicismo, depois de passar experiências com drogas. Inicia sua relação com o Movimento Carismático, onde alem de Shows e participações em atividades religiosas, grava canções que vão ser hinos,religiosos, embora comercializados no mercado.


Oração de um Jovem Triste é do disco SEMPRE e inaugura uma nova fase do cantor, que teve inicio na Jovem Guarda, já em seu final, e enveredou pela música Romântica.A canção é cantarolada nas igrejas até os dias de hoje, embora “O Homem de Nazaré”, outra do período e com a interpretação de Antonio, fez maior sucesso. Sabia a letra de um jovem triste, que procura Jesus Cristo, pede perdão e procura se identificar com o crucificado. Linha adotada para atrair fiéis.

EU QUERO É BOTAR MEU BLOCO NA RUA

Esta sempre entendi como uma canção de estourar os limites. Seu autor Sergio Sampaio, capixaba, conterrâneo de Roberto Carlos em Cachoeiro do Itapemirim. Desde cedo apaixonado pelo samba.
Mas foi ao conhecer Raul Seixas então produtor da CBS, que entra no mundo do Rock In Rool. Foi esta mistura que o influenciou em suas composições.
Antes do bloco, Sergio gravou ao lado do amigo Raul, de Edy Star e Miriam Batucada, um LP experimental e anárquico, que não vendeu nada e que passou para o universo dos Cults e raros. "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez", é lançado em Setembro de 1971.
Mas foi com “Eu quero é botar meu bloco na rua”, que veio a consagração. Em outubro de 1972, Sergio concorre ao VII Festival Internacional da Canção. Festival vencido por Fio Maravilha de Jorge Bem cantada pela então desconhecida Maria Alcina. O bloco não venceu o certame, mas estouro em todas rádios.
Vivíamos o período do Regime Militar, mas duro e complicado, o de Médici, com torturas, Atos Institucionais, desaparecimentos e assassinatos, alem da censura. A letra do Samba partido alto de Sergio arrepiava quem a ouve, pois convida sair da pressão e vencer o medo. Com uma metáfora (o bloco de carnaval), Sergio chama a reagir. Bela canção.
De 0 a 10, ela entra entre as 07 melhores em minha opinião. O Bloco foi titulo do primeiro disco de Sergio em 1973. Outra curiosidade: no FIC, Sergio teve o acompanhamento de Renato Piau no violão, Ivan Machado no baixo, os "Cream Crackers" na percussão, Raul Seixas e membros dos Golden Boys no coro.

BR3


Soube recentemente que o interprete desta canção seria Gerson King Combo, outro ícone da recém Black Music Brasileira, naquele inicio de década de 70 do século passado.


Mas sobrou mesmo foi para Toni Tornado acompanhado pelo então Trio Ternura. Toni viveu durante muitos anos nos Estados Unidos, onde teve contato com a soul musica de James Brown e outras feras Americanas.


No Brasil apresentou-se em programas para juventude, entre eles o de Carlos Imperial. BR3 foi apresentada pela primeira vez no V FIC (Festival Internacional da Canção) da TV Globo. Arrebatou o primeiro lugar, em um certame que revelava, compositores do quilate de Ivan Lins, Gonzaguinha e Aldir Blanc.


A canção assinada por Antonio Adolfo e Tibério Gaspar, falava da famosa estrada Rio-Belo Horizonte, hoje BR-040, perigossima da época. Criou-se uma polemica em torno desta balada soul psicodélica. Falou-se que a letra fazia em alguns trechos alusão ao uso de drogas. Na verdade BR3 foi o inicio do movimento da Black Music no Brasil.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

MEUS VINÍS XII





BICHO DE 7 CABEÇAS






ARTISTA: GERALDO AZEVEDO






ANO: 1979






PRODUÇÃO: CARLOS ALBERTO SION






ARRANJOS: GERALDO AZEVEDO






REGÊNCIA E ORQUESTRAÇÃO: DORI CAYMMI, PAULINHO MACHADO E GERALDO AZEVEDO






MÚSICOS (DESTAQUES) : ZÈ RAMALHO, NOVELLI, DOMINGUINHOS, NIVALDO ORNELAS.






PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS: ELBA RAMALHO (na faixa “Bicho de 7 Cabeças II) E DONA NENZINHA DO JATOBÁ






GRAVADORA: CBS, selo EPIC






MÚSICAS






LADO 1






VENEZA AMERICANA- (Geraldo Azevedo Carlos Fernando)






SEMENTE DE ADÃO- (Geraldo Azevedo Carlos Fernando)






O MENINO E OS CARNEIROS- (Geraldo Azevedo Carlos Fernando)






ASAS DE VERÃO- (Geraldo Azevedo Carlos Fernando)






GRANDE MOMENTO- (Geraldo Azevedo Carlos Fernando)






LADO 2






BICHO DE 7 CABEÇAS II- (Geraldo Azevedo-Zé Ramalho-Rocha)






TAXI LUNAR- (Geraldo Azevedo-Zé Ramalho-Alceu Valença)






PAULA E BEBETO- (Milton Nascimento e Caetano Veloso)






MEU PIÃO/AGUAS DE MARÇO- (Zé do Norte/Tom Jobim)






ARRAIAL DOS TUCANOS- (Geraldo Azevedo e Carlos Fernando)






NATUREZA VIVA- (Geraldo Azevedo e Carlos Fernando)






COMENTÁRIOS






O Pernambucano de Petrolina, é um dos maiores propagadores da chamada mistura de ritmos nordestinos e Rock In Rool. Este LP, terceiro da carreira, alçou Geraldo Azevedo como um dos mais importantes compositores da MPB. O bolacha que tenho, não possuí ficha técnica (encarte), então fui obrigado a recorrer ao site do artista- http://www.geraldoazevedo.com.br/ . Já na ficha notamos a constelação de músicos e artistas de primeiríssima qualidade, entre eles a turma da qual Geraldo iniciou sua trajetória e da qual faz a maioria de seus trabalhos- Zé Ramalho, Alceu Valença, Elba Ramalho e outros-. Aliás foi com Alceu que gravou seu primeiro LP, em 1973. Agora o Bicho é uma daquelas obras primas que tornaram se clássicos e são ouvidos e cultuados até hoje. Gosto de todo o disco, mas todo o lado B deve ser agraciado com maior intensidade. A obra traz a primeira parceria de Caetano e Milton Nascimento (Paula e Bebeto), uma ode as formas de AMAR e AMOR. Belo.

MEUS VINÍS XI


CABOCLO SONHADOR


ARTISTA: RAIMUNDO FAGNER


ANO: 1994


PRODUÇÃO: ROBERTINHO DO RECIFE


CO-PRODUÇÃO: RAIMUNDO FAGNER


MÚSICOS (DESTAQUES): OSWALDINHO DO ACORDEON, DOMINGUINHOS (Acordeon na faixa “Falsa Folia”), SIVUCA (Acordeon nas faixas “É proibido Cochilar/Forró Desarmado/Forro um e Minha Vidinha), ROBERTINHO DO RECIFE (Guitarras de 6 e 12 cordas, citar e violas), JAMIL JOANES (baixo).


PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS: MARINÊS (Voz na faixa “É proibido Cochilar/Forró Desarmado/Forro 1), MANASSÉS (viola nas faixas “Caboclo Sonhador”, “Nos tempos de Menino”, “Falsa Folia”, “Baião da Garoa” e “Casamento da Raposa”), JORJÃO (baixo em “Casamento da Raposa”).


GRAVADORA: BMG-ARIOLA


MÚSICAS


LADO 1


CAVALEIRO DA NOITE- (Alcimar Monteiro)


LEMBRANÇA DE UM BEIJO- (Acioly Neto)


CABOCLO SONHADOR- (Maciel Mello)


NOS TEMPOS DE MENINO- (Maciel Mello)POT-POURRI “É PROIBIDO COCHILAR/FORRÓ DESARMADO/FORRO 1- (Antonio Barros)


LADO 2


MINHA VIDINHA- (Antonio Barros e Cecéu)


FALSA FOLIA- (Dominguinhos e Nando do Cordel)


BAIÃO DA GAROA- (Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil)


FAN RAN FUN FAN- (Lauro Maia)


CASAMENTO DA RAPOSA- (Gerson Filho)


COMENTÁRIOS


Este bolachão foi lançado antes do estouro do movimento do Forró Universitário. Por isto é um dos discos de menor sucesso do Cearense Fagner. Mas é sem dúvida um dos mais bonitos e expressivos de sua carreira. Raimundo Fagner que em todos os seus trabalhos, sempre privilegiou nos ritmos, melodia e letra, a cultura nordestina, em especial o Baião e o forro. Caboclo Sonhador dedica-se exclusivamente ao forró pé de serra, aquele pra dançar e pegar fogo nas ventas. Um disco totalmente dançante e que reúne a nata dos ritmos nordestinos das últimas cinco décadas. O LP coloca o genialismo das sanfonas dos três maiores, sanfoneiros do Brasil, Dominguinhos, Oswaldinho e Sivuca, rasgando performance fora de serie. Não para aí. No time de músicos, Fagner reuniu amigos de caminhada e do peito, como ele mesmo disse: Robertinho do Recife Manasses, alem da perpétua rainha do forró Marines. As composições em sua maioria eram desconhecidas do grande público, como seus autores, mas traça um panorama do que se cultuava no nordeste naquele período e que faria sucesso no final do século passado.

MEUS VINÍS X


EM TEMPO DE FESTIVAIS


ARTISTA: VÁRIOS


ANO: 1985


PRODUÇÃO: SEM REFERENCIAS


DESTAQUE: A pessoa responsável pela seleção de repertório tem o espetacular nome/apelido de JANJÃO, não sou eu, mas estou curioso pra saber quem é a figura.


GRAVADORA: RGE


HISTÓRICO DAS CANÇÕES NOS FESTIVAIS


LADO 1


PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES- (Geraldo Vandré)-INTERPRETE: GERALDO VANDRÉ. Segunda colocada no II Festival Internacional da Canção promovido pela TV Globo, em 1968, evento vencido por Sábia de Chico Buarque e Tom Jobim, injustamente vaiados, pela platéia que pedia Caminhando de Vandré, música que se torna um dos hinos contra a ditadura militar;


A BANDA- (Chico Buarque de Holanda)- INTERPRETE: CHICO BUARQUE DE HOLANDA. Interpretada no II Festival de Música Popular Brasileira, promovido pela TV Record por Nara Leão. Festival este realizado em 1966, do qual a canção de Chico Buarque dividiu o Primeiro Lugar com Disparada de Geraldo Vandré e Theo de Barros, defendida por Jair Rodrigues;


JEITINHO DELA- ( Tom Zé)- INTERPRETE: TOM ZË. Uma das canções de maior popularidade de Tom Zé, que no V Festival de Música Popular da TV Record em 1969, foi defendida por uma interprete desconhecido do grande público, Paulo Marques. A música não classificou para a finalissíma. Neste festival foi proibido o uso de guitarras elétricas;


O CANTADOR- ( Dori Caymmi e Nelson Mota) INTERPRETE: NANA CAYMMI.Finalista do III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record em 1967 recebeu o prêmio de Melhor Interprete, para a fantástica Elis Regina. Este Festival ficou conhecido como o Festival da virada, por apresentar ao Brasil “O Tropicalismo”, de Gil e Caetano, alem de revelar grandes artistas, entre eles Gal Costa, Martinho da Vila e outros;


MARIA CARNAVAL E CINZAS-( Luis Carlos Paraná) INTERPRETE: TITULARES DO RITMO. Primeira participação do Rei Roberto Carlos em Festivais. Ele participaria ainda em 1968, no IV Festival de MPB da TV Record com Madrasta e no Festival de San Remo, onde venceu com “Canzone Per Te”, de Sergio Endrigo. Com este samba canção bossa novista, Roberto foi finalista no III Festival de MPB da TV Record, o Festival da Virada;


TRAVESSIA- (Milton Nascimento e Fernando Brant) INTERPRETE: OS 3 MORAIS. Música que revelou o bituca, Milton Nascimento, para o Brasil. A canção foi apresentada no II Festival Internacional da Canção promovido pela TV Globo em 1967. Milton ficou em segundo lugar e com o prêmio de melhor Interprete. O Festival foi vencido por Gutenberg Guarabira com “Margarida”, o Guarabira da dupla com Sá.


LADO 2


PORTO SOLIDÃO- (Zeca Bahia e Gincko) INTERPRETE: JESSE. A canção foi apresentada no Festival MPB 80 da TV Globo em 1980, na retomada pela Vênus platinada em organizar festivais de música. Foi neste evento que o Brasil conheceu Jesse, em carreira solo, já que o mesmo nos anos 70 foi vocalista do conjunto de bailes Placa Luminosa. Neste Festival, a música foi finalista e Jesse ficou com o Prêmio de Melhor Interprete. O MPB 80 foi vencido por “Agonia” de Oswaldo Montenegro. Jesse faleceu no inicio dos anos 90;


PONTEIO- (Edu Lobo e Capinan) INTERPRETE: TITULARES DO RITMO. Foi a grande vencedora do Festival da virada, o III Festival de MPB, da TV Record de 1967. Ponteio teve a interpretação de Edu Lobo, Marilia Medalha, Quarteto novo e Momento Quatro. Destaque para a revelação de Marilia e para o Quarteto Novo, formado entre outros por Hermeto Paschoal e Airton Moreira;


MENSAGEM- (Adylson Godoy) INTERPRETE: CLAUDIA


CANÇÃO PARA MARIA- (Paulinho da Viola e Capinan) INTERPRETE: PAULINHO DA VIOLA. Apresentada no II Festival de Música Popular Brasileira da TV Record de 1966. No Festival a interpretação foi de Jair Rodrigues e a canção ficou com o terceiro lugar. Paulinho se apresenta pela primeira vez em um Festival;


VENTANIA- (Geraldo Vandré e Hilton Accioli) INTERPRETE: TRIO MARAYÁ . A canção foi simpática ao público, por ter um refrão fácil de cantar e por consistir em uma música de protesto com ritmos nordestinos, típico daqueles tempos de ditadura. Apresentada no III Festival de MPB, o da virada em 1967, interpretada por Geraldo Vandré. Não classificou-se para a finalista;


CAPOEIRADA- (ERASMO CARLOS) INTERPRETE: ERASMO CARLOS. O tremendão da Jovem Guarda, envereda pelos Festivais da canção. Apresentada no III Festival de MPB em 1967, da TV Record, não teve a mesma sorte que “meu amigo” Roberto Carlos, que classificou sua canção neste mesmo Festival;


COMENTÁRIOS:


Esta seleção foi a época do lançamento, propagandeada em muito pela TV Record. Já ouvi varias coletâneas de Festivais de Música, até porque estudo o assunto há muito tempo. Há seleções melhores de maior representatividade Histórica e de qualidade sobre o Festivais. Por exemplo: deixar Disparada, Alegria-Alegria, Domingo no Parque, de fora é um crime para a trajetória de um dos maiores eventos de música do País. Porem a canções interessantes como Travessia, Mensagem, Ventania e Capoieirada.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

MENINA DA LADEIRA


Passei parte de minha infância, em casa de minha avó, na antiga e famosa Vila Esteves. O terreno da casa era motivo para um garoto de 7 anos produzir, as maiorias fantasias e aventuras possíveis e impossíveis. Arvores com frutas das mais variadas, alem é claro do galinheiro e um chiqueiro para patos, minha diversão preferida, bem como de meus irmãos.


Este celeiro de estórias fabricadas por minha imaginação, também continha em seu interior informações, principalmente musicais. Estas informações serviam para a formação de meus roteiros aventurescos.


Nestas mexidas nos materiais, encontrei um caderno com músicas cifradas. O exemplar era de meu na época futuro tio Joaquim, hoje empregado dos Correios e Telégrafos. Joaquim tocava violão e uma das canções cifradas e exibidas por ele, era Menina da Ladeira. Gostava tanto da música, que sabia sua letra de cor e salteada.


Escrita e interpretada por João Só, compositor Baiano, Menina, foi um estouro de sucesso no ano de 1971. João como seu próprio nome artístico já dizia, foi um artista de um único e solitário sucesso de vendas. Mas Menina da Ladeira, tornou-se um dos sambas valsas, mais tocados nas serestas, serenatas, barzinhos e festas.

MENINA


Esta é mais uma que conheci fuçando o caderno de músicas cifradas do Tio Joaquim. Esta era uma de suas preferidas, era só alguém pedir para tocar que Menina era a primeira da lista.


Canção que é muita cantada nos barzinhos e serenatas não só da Juventude, bem como os da meia idade. Seu autor Paulinho Nogueira é conhecido como um dos maiores violonistas do Brasil, ao lado de artistas como Rafael Rabello e Yamandú Costa.


Sua música de maior sucesso, Menina é de 1970, é com ritmo de valsa, sua letra falava de uma amor por uma mulher desde sua infância. Hoje alguns podem dizer que é pedofilia, mas não o canto era sincero e belo. Menina não é uma obra prima, mas sem dúvida ficara no imaginário popular para sempre.

DEBAIXO DOS CARACÓIS


O caderninho com músicas cifradas do Tio Joaquim tinha (ou tem?), uma infinidade de clássicos. Debaixo dos Caracóis, canção de Roberto Carlos e Erasmo Carlos é do Disco Roberto Carlos de 1971.


Uma de minhas preferidas da MPB, bem como da discografia do Rei. Ao contrario de muitos me ligo mais nas músicas de Roberto na década de 70, acho que sua criatividade foi muito mais apurada neste período.


Por exemplo, Debaixo ficou conhecida como uma canção de amor durante toda a ditadura militar. Pensávamos que RC falava de uma mulher, no entanto em seu programa de final de ano na TV Globo em 1991, revelou-se que a música foi escrita em homenagem a Caetano Veloso que na época estava vivendo em Londres na Inglaterra, em conseqüência do Exílio forçado pelo regime militar.


Ao ler a letra temos claro que a intenção era mesmo falar de um exilado. Debaixo dos Caracóis é a 8ª faixa do CD e 2ª do vinil, lançado pelo Rei, em um trabalho que mostrava as incursões de Roberto pela música negra tão em voga naquele momento.


Como sempre o trabalho foi sucesso, e alem de Debaixo outros clássicos estão neste disco: A considerada por muitos melhor música de RC Detalhes, Como Dois e Dois de Caetano Veloso, a soul music Todos Estão Surdos e Amada Amante dele e Erasmo. Outra gravação bela foi feita pelo homenageado Caetano Veloso no disco Circulado ao Vivo de 1992.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

DICAS DE SITES E BLOGS


Boas discas de navegação é o propósito deste post. Resultado de garimpagem na rede, todas as paginas, são de e sobre musica, com direito a baixar o LP ou CD em MP3. Tem muita raridade, verdadeiro baú Histórico da musica universal. Eu mesmo já queimei vários CDs retirados destes sites e Blogs. Vamos a eles:

http://brnuggets.blogspot.com/ : Blog que se dedica a postar textos e discos, do Rock Brasileiro, da chamada cena psicodélica das décadas de 60 e 70 do século passado. Verdades raridades. Muitos fora de catalogo. Entre estas preciosidades, tem desde, discos de Tom Zé, Ronnie Von, Vanusa, Caetano, até grupos desconhecidos, como os Abutres, os Brasões, os Canibais e muitos outros.

http://cantoencanto.blogspot.com/ : Pesquisadora de Campinas, há muitos anos da musica para crianças, Claudia percebeu que haviam poucos sites e blogs na rede especializado em canções infantis. Organizou a pagina a partir de seu acervo de vinis e CDS. Uma verdadeira viagem, na imaginação de nossa infância, através de verdadeiras perolas, como as trilhas do programa de TV Sitio do Pica Pau Amarelo de 1977 até hoje. Alem disto os primeiros discos de Angélica, Eliana e outras apresentadoras do publico da mamadeira e teen. Mas o blog ainda traz raridades, como Tom Zé como narrador de Historias e Egberto Gismonti, compondo e arranjando para Historias infantis.

http://www.feijaotropeiro.blogspot.com/ : Muito eclético, mas de boa qualidade. Resgata ícones de nossa musica, como Jackson do Pandeiro e Itamar Assumpção, passeando por nomes como o militante cantor africano Felá Kuti, a nomes da nova geração da MPB, como Lucio Maia.

http://loronix.blogspot.com/ : O samba, a bossa nova, o bolero, das décadas de 50, 60 e 70, são retratados neste blog, em inglês. Muitas raridades, de gente famosa, como Elizete Cardoso, João Gilberto, Nara Leão, Lucio Alves, os Cariocas, mas também de artistas hoje desconhecidos do grande publico, como Valdir Calmon, Bossa Três, Rio 65 e outros.

http://360grauss-mp3.blogspot.com/ : Meu favorito. Tudo de Blues, Jazz, Rock in Rool. Tudo de Eric Clapton, BB King, Miles Davis e muita gente.