sábado, 31 de agosto de 2013

ANUNCIAÇÃO

Li o livro de Sergio Ricardo, compositor, cantor, escritor, cineasta, “Quem quebrou meu violão”, alguns anos atrás. É uma autobiografia e ao mesmo tempo, ele conta a partir de seus ponto de vista a História da Cultura Brasileira, dos anos 40 até o final dos anos 70. Discordo de muita coisa que o cara escreve, vejo que comete injustiças, com o Tropicalismo por exemplo.

Sergio é um extraordinário compositor, embora muito acido nas criticas, gerando dezenas de polêmicas ao longo de sua carreira. Sua obra, tem clássicos, como Zelão e Ponto de Partida. Mas Sergio Ricardo é conhecido do grande público, por ter quebrado seu violão, durante a Final do III Festival de MPB, da TV Record em 1967, quando foi vaiado e não conseguiu sequer interpretar a canção que defendia. Clic aqui e veja Zelão do artista: http://migre.me/fUOHX .

No livro, o também cineasta, fala de seus filmes, entre eles “A Noite do Espantalho. A película é de 1974. Mostra a viagem psicodélica de um grupo de colonos sertanejos pelo Nordeste Brasileiro, liderados pelo espantalho do grupo. Ameaçados de perder suas terras para os coronéis, estes colonos, se organizam para defender seu patrimônio. É Alceu Valença, que personifica o Espantalho. Uma mistura de cordel, música e dança, o cenário do filme é próximo a uma encenação teatral.

Alceu tinha acabado de lançar seu disco de estreia, após perambular por vários Festivais de Música pelo País afora. O LP intitulado Alceu Valença & Geraldo Azevedo (aliás Quadrafônico), gravado ao lado do amigo e parceiro Geraldo, que também esta no Filme é de 1972. Fez um pequeno barulho suficiente para chamar a atenção não só de Sergio Ricardo, como da indústria fonográfica.

Fui perceber a obra de Alceu no final dos Anos 70, com sucessos estrondosos como Coração Bobo, a Manga Rosa e claro Anunciação. A mistura de maracatu, cocos, repentes, com guitarras e Rock In Rool, fez escola de muitos artistas daquela época, entre eles Zé Ramalho e Elba.

Anunciação é uma canção de uma linguagem de metáforas, para contar uma parábola de Amor, da vinda de uma paixão. Fez um enorme sucesso, e introduziu de vez o cantor e compositor no imaginário dos amantes da MPB, misturada com diversos ritmos. Clic para ver e ouvir Anunciação: http://migre.me/fUOKC .

Anunciação
Na bruma leve das paixões
Que vêm de dentro
Tu vens chegando
Prá brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal...(2x)
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...
A voz do anjo
Sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido
Já escuto os teus sinais
Que tu virias
Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais...
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!...
Na bruma leve das paixões
Que vem de dentro
Tu vens chegando
Prá brincar no meu quintal
No teu cavalo
Peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando
Nossas roupas no varal...
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...
A voz do anjo
Sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido
Já escuto os teus sinais
Que tu virias
Numa manhã de domingo
Eu te anuncio
Nos sinos das catedrais...
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais...
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!
Ah! ah! ah! ah! ah! ah!...


sábado, 17 de agosto de 2013

PAIS E FILHOS


Minha irmã Ana Paula, em sua adolescência, curtia muita música (curte até hoje). Mas não era qualquer música. Lembro que fui eu que apresentei Janis Joplin para ela. Neste clima de som da pesada e de boa qualidade surgiu na vida da Ana, o Legião Urbana. Sua fidelidade a Banda aos dezesseis anos acabou me contagiando e prestando uma maior atenção em Renato Russo e seus companheiros.

Ouvi pela primeira vez a Banda de Brasília, nas ondas do Rádio. Achei no primeiro momento se tratar de uma nova fase de Jerry Adriani, o cantor da Jovem Guarda e de canções Italianas. A voz de Renato, tinha o mesmo timbre de Jerry. Mas não demorou muito para que percebe-se que se tratava, de um menino, que ouvia o ídolo da Jovem Guarda, mas que se sentia influenciado pelo Punk Inglês do Sex Pistol e de John Lennon. A primeira canção que ouvi da (ou do), Legião foi “Quase sem Querer”: Clic aqui: http://migre.me/fMgfK .Do disco Dois de 1986, que apesar do relativo sucesso do primeiro disco, foi este o que fez a Legião fincar de vez no coração dos Brasileiros e em especial dos Jovens.

Mas voltamos, a minha irmã. Em 1990, morava e trabalhava na cidade de Campinas, na Assessoria do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil. Um belo dia de Junho, clima de inverno, minha irmãzinha, a nossa Janis, me liga e informa que a Legião Urbana, faria um Show no Estádio Brinco da Princesa do Guarani. Ela me pediu para comprar os ingressos, para a mesma e dois amiguinhos. Comprei, quase que fico sem, tamanha a fissura pelo Show. Chegou a noite, para ela do grande dia. Eu como uma espécie de Conselheiro Tutelar, fui para acompanha-los.

Fiquei espantado ao entrar no Estádio, e ver a quantidade esmagadora de meninos e meninas como cantava Renato Russo. Boa parte com acessórios da Banda, camisetas, fitas para prender cabelos, adesivos e outros adereços. A expectativa da Plateia era muito grande em relação á banda. O Show era do disco de maior vendagem da Legião “Quatro Estações”. 

A meninada deu um espetáculo de amor aos três artistas, cantando as músicas, antes do inicio do Show. Estava arrepiado. Começa o Show. Ao contrario do que a imprensa dizia de que Renato, costumava aparecer embriagado e com isto, as apresentações eram ruins, foi uma noite mágica, onde de estranho no ninho, me senti um da legião.

Pais e Filhos, é um dos destaques do disco e do Show Quatro Estações. Mais tarde a Legião Urbana, gravou para a MTV, o primeiro programa Acústico da emissora, onde a música ganhou um arranjo bem Blues, o qual gosto muito. Pais e Filhos, resume bem, as angustias daquela geração de adolescentes, retratada até com um certo desespero, ao contar a História de uma menina que comete suicídio. Mas ao mesmo tempo é de esperança. Com um refrão forte, a música tocou incessante não só nos veículos de comunicação, como no coração de muita gente. Click veja e ouça: http://migre.me/fMggQ .

Pais e filhos
Estátuas e cofres
E paredes pintadas
Ninguém sabe
O que aconteceu…
Ela se jogou da janela
Do quinto andar
Nada é fácil de entender…
Dorme agora
Uuuhum!
É só o vento
Lá fora…
Quero colo!
Vou fugir de casa
Posso dormir aqui
Com vocês
Estou com medo
Tive um pesadelo
Só vou voltar
Depois das três…
Meu filho vai ter
Nome de santo
Quero o nome
Mais bonito…
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar
Prá pensar
Na verdade não há…
Me diz, por que o céu é azul
Explica a grande fúria do mundo
São meus filhos
Que tomam conta de mim…
Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua
Não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar…
Já morei em tanta casa
Que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais
Huhuhuhu!…Oh! Oh!…
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Por que se você parar
Prá pensar
Na verdade não há…
Sou uma gota d'água
Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais
Não lhe entendem
Mas você não entende seus pais…
Você culpa seus pais por tudo
E isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?…
Sou uma gota d'água
Sou um grão de areia
Você me diz que seus pais
Não lhe entendem
Mas você não entende seus pais…
Você culpa seus pais por tudo
E isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser
Quando você crescer?…


domingo, 11 de agosto de 2013

NOVO TEMPO

Em Maio de 2012, estávamos em uma reunião dos dois Partidos de Esquerda de Limeira, o PSB (meu Partido), e o PT, para selar a aliança eleitoral, que sairia vencedora em 07 de outubro daquele ano. O Partido dos Trabalhadores, apresentou um texto programático, como ponto de partida da unidade dos Partidos. No final do documento, o Partido encerrava como a Frase “Um Novo Tempo para Limeira”. Como íamos anunciar oficialmente a aliança no dia seguinte, precisávamos de um nome para a coligação que se formava, junto com o PMDB e PCdoB. Aí não deu tempo, para pensar muito. Escolhemos a frase do PT, e fomos fazer História, ganhando a Prefeitura da Cidade.

Novo Tempo, de Ivan Lins e Victor Martins, tem um significado muito grande para mim. Vivia momentos difíceis. O desemprego que vai tomar conta de toda a década de 80, toma conta da minha geração. A recessão iniciada em 1973, com o sumiço da inflação pelo então Ministro da Fazenda dos Militares, Delfin Neto, trazia consequências á Juventude, naquele principio de década. Vagávamos, no bom sentido pelas ruas, á procura de emprego e ao mesmo já militando, seja nas Pastorais Populares da Igreja Católica, seja no Partido dos Trabalhadores. E conversávamos muito, sobre tudo Música.

Chegou em minhas mãos não sei por quem e nem como, não me lembro, o disco então lançamento de Ivan Lins, com o titulo Novo Tempo, com o cara na Capa. Uma capa diga-se de passagem luxuosa, com fotos da gravação do disco, ao abri-la. Um discão, que ouvi até riscar, literalmente. O LP, reforçava a parceria de Ivan com Victor Martins. Consagrou sucessos como Bilhete, mais tarde gravada pelo MPB4, Coragem, Mulher, uma pequena discussão de Gênero, uma versão para Coração Vagabundo de Caetano Veloso. Mas foi Novo Tempo, que puxou o sucesso do disco. Foi com Novo Tempo, minha geração de Militantes se identificou e cantarolava sem parar.

Ainda estávamos na Ditadura, apesar da Abertura politica, ainda tínhamos que tomar cuidados, no que falávamos e fazíamos. Mas já respirávamos melhor os ventos e os ares Democráticos. Novo Tempo é uma canção um ritmo Pop, mas uma levada da nascente Fusion JAZZ, que é exatamente a mistura dos dois ritmos, mas é a letra que mais chama a atenção. Ivan e Victor, enchem os versos da Utopia sem ditadura, sem censura, com Liberdade, de um tempo de esperança. O verso que mais gosto e que cantávamos durante a campanha eleitoral de 2012, é “Pra que nossa esperança seja mais que a vingança
Seja sempre um caminho que se deixa de herança”.

E é nesta toada que temos sempre que construir Um Novo Tempo. Click e curta a canção: http://migre.me/fIyJ7 .

Novo Tempo
No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
Pra que nossa esperança seja mais que a vingança
Seja sempre um caminho que se deixa de herança
No novo tempo, apesar dos castigos
De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer
No novo tempo, apesar dos perigos
A gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A BANDEIRA DO DIVINO


A Cultura Popular e multi Plural. Ela vai desde as festas folclóricas, ás cantigas de roda, passando lendas e História Oral. Na maioria deste acervo, vindo do povo, esta as Festas Religiosas. Elas sempre tem um significado de louvor, de agradecimento, de pedidos, bem como se identificam com a História de Vida de um povo. Fé e vida, um sentimento e uma realidade, se misturam e dão demonstração através do simbolismo. As Festas Religiosas, são um espaço para isto, são várias espalhadas pelo mundo e pelo Brasil. A Festa Junina por exemplo, hoje toma corpo de festa laica, mas é nos Santos, Antônio, João e Pedro, que elas se originaram.

A Festa do Divino ou do Divino Espirito Santo, foi trazida ao Brasil já em 1500. Aqui como em Portugal, ela é comemorada, no dia de Pentecostes, realizado, 50 dias após a Pascoa. Seria na Tradição Cristã e Católica, o momento em que o filho vai aos braços do Pai, e ambos se consagram no Espirito Santo, se tornando Uno e Deus. Por isto então divino. Muito popular no Interior do País, a Festa do Divino, ela varia de vestimentas, ritmos musicais, de acordo com a região, em que ela ocorre. Mas em todas elas, indiferente da cultura local, a Bandeira é comum e obrigatória.

Bordada de pano de Damasco Vermelho, a Bandeira carrega no centro a pomba, significando o Espirito Santo. É ela que puxa o cortejo dos foliões, que emitem cânticos de louvor, de lamento e de preces, até a chegada nas casas dos crentes. Geralmente em troca da visita com o objetivo de levar a Fé, o anfitrião que esta recebendo a benção, em troca oferece uma prenda, que quase sempre é uma mesa de alimentos, em algumas regiões bebidas. A Bandeira é o símbolo que aquela família é abençoada pelo Espirito Santo.

Em São Paulo são famosas as Festas do Divino, em Tietê, onde a Festa teve origem em 1830, durante uma epidemia de Maleita. O povo e sua fé, fez uma promessa ao Divino Espirito Santo, que caso a doença cessa-se, a festa seria anual. Hoje a tradição de seguir o Rio, tal qual se fez no período da epidemia, para levar assistência, as famílias necessitadas, continua.  Mas a mais laica e ao mesmo tempo religiosa é de São Luís do Paratinga, a cidade Patrimônio Cultural. Entre missas folclóricas e procissões, ritmos como batuque da congada e banda, bem como atividades tradicionais, como Moçambique, pau de sebos e outros são realizadas.

Em 1978, um dos Artistas mais importantes na luta contra o regime militar, utilizando sua arte, Ivan Lins, lança um dos Discos mais importantes de sua carreira e da MPB. Nos Dias de Hoje, misturou o Jazz, o samba e o pop, com letras com metáforas daqueles dias ainda difíceis. A Bandeira do Divino, esta neste LP. Sua letra traduz, as angustias de um povo pobre e oprimido, mas que via na fé, esperança de dias melhores. Ivan e Victor Martins, fizeram esta canção, ser cantada nas Festas do Divino e nas calçadas de Jovens como eu nos sentávamos, para cantar as músicas que brindavam a Liberdade. Clic, veja e ouça: http://migre.me/fHl1g .

Bandeira do Divino

Os devotos do Divino vão abrir sua morada
Pra bandeira do menino ser bem-vinda, ser louvada, ai, ai
Deus nos salve esse devoto pela esmola em vosso nome
Dando água a quem tem sede, dando pão a quem tem fome, ai, ai
A bandeira acredita que a semente seja tanta
Que essa mesa seja farta, que essa casa seja santa, ai, ai
Que o perdão seja sagrado, que a fé seja infinita
Que o homem seja livre, que a justiça sobreviva, ai, ai
Assim como os três reis magos que seguiram a estrela guia
A bandeira segue em frente atrás de melhores dias
No estandarte vai escrito que ele voltará de novo
E o Rei será bendito, ele nascerá do povo,ai, ai



domingo, 4 de agosto de 2013

ESPERE POR MIM MORENA

Viajei durante quinze anos á trabalho. Foram em dezenas de cidades. Na maioria delas quando militava no Sindicalismo. Parte destes anos (a maioria), sem minha família. Saí na segunda e voltava na sexta ou sábado ou ainda quinze ou vinte dias depois. Foram tempos importantes para meu crescimento politico e profissional. Mas doía muito. A distancia e a ausência da minha família, construía dois sentimentos. A solidão, principalmente á noite e a ansiedade de voltar para casa. Este estou voltando, era como ganhar na loteria, ser campeão do mundo ou ter um filho. Era gratificante a ida para a Rodoviária, no final de um trabalho. Tudo era festa, a compra do bilhete, a compra dos chocolates para mim mulher e minha filha, o embarque. E dentro do Ônibus sacava a maior tecnologia da época o Walkman e ouvia músicas, entre elas esta do Gonzaguinha.

A Música Brasileira, nos presentou (e ainda), com varias canções falando da volta para casa, aos braços da mulher amada, dos familiares e amigos. O regime militar teve recordes de músicas com este tema. Sabiá talvez tenha sido a primeira a prever o que aconteceria um ano depois (1969), com centenas de Brasileiros abandonando forçadamente sua terra, e viver no exílio  Caetano Veloso é autor de uma das canções que melhor traduz este sentimento de angustia de estar longe de casa, London, London. Á canções de esperança, como Canção da Despedida, de Geraldo Vandré e Geraldo Azevedo ou sacudidas como To Voltando de Mauricio Tapajós, durante a Anistia em 1979. Mas a mais emblemática em minha opinião é Debaixo dos Caracóis que Roberto e Erasmo fizeram para Caetano, que vivia em Londres. Veja esta obra prima aqui: http://migre.me/fFrNo .

Gonzaguinha, filho de Gonzagão, era um extraordinário compositor. Um letrista de primeira, era dele as canções de maior expressão de indignação contra os botas dos Generais. Só para citar algumas: Grito de Alerta, Sangrando, Galope e Explode Coração. Clik aqui para ver esta música: http://migre.me/fFrOK . Teve sua carreira iniciada no circuito universitário de Festivais de Música. Mas foi no Festival Internacional da Rede Globo em 1970, o IV FIC que o artista se projetou nacionalmente. Conquistou o terceiro lugar com “Um Abraço terno, em você viu mãe”. De lá até seu falecimento nos anos 90, nos brindou com uma obra fantástica. Gonzaguinha era militante das causas sociais e populares nunca escondeu esta sua opção. O cara faz muita falta.

Espere Por Mim Morena, tem para mim um significado todo especial. Primeiro pelo sentimento da Volta, segunda, porque me fez (e faz), Amar ainda mais a minha Família e amigos, pois é ela que me dá a força para literalmente e simbolicamente, sempre retornar. O trecho mais importante, que ilustra esta volta é este: “E antes de acontecer o Sol, a barra vir quebrar, estarei nos seus braços, para nunca mais voltar”. Ouça e veja aqui: http://migre.me/fFrR1 .

Espere Por Mim, Morena
Espere por mim, morena,
Espere que eu chego já
O amor por você morena
Faz a saudade me apressar.
Espere por mim, morena,
Espere que eu chego já
O amor por você, morena,
Faz a saudade me apressar.
Tire um sono na rede
Deixa a porta encostada
Que o vento da madrugada
Já me leva pra você.
E antes de acontecer o Sol
A barra vir quebrar
Estarei nos teus braços
Para nunca mais voar.
E nas noites de frio
Serei o teu cobertor,
Quentarei o teu corpo
Com meu calor
Ah, minha santa, te juro
Por Deus Nosso Senhor,
Nunca mais, minha morena,
Vou fugir do teu amor.
Espere por mim, morena,
Espere que eu chego já
O amor por você, morena,
Faz a saudade me apressar.
Espere por mim, morena,
Espere que eu chego já
O amor por você, morena…



sexta-feira, 2 de agosto de 2013

MEU BEM QUERER

Sou Casado é 22 anos com uma Negra linda, apaixonada pelo Corinthians (uma de minhas divergências com ela, por militância politica e por Djavan, esta a outra diferença, não musical, e sim Amor Platônico. Mas eu vou levando e exponho os meus amores impossíveis. Brincadeiras á parte, o Ídolo muitas vezes se encara não só por sua Arte, mas a identificação é inclusive com sua História de vida, sua origem e trajetória. O Ídolo, é o norteador muitas vezes de comportamentos e opções. Minha Mulher, gosta de Música Romântica e Negra.

Djavan, nasceu em Maceió, Alagoas, de origem pobre e simples, seu Pai um Ambulante, sua mãe uma lavadeira. O destino quis que ele fosse compor e cantar. Mas na infância e Juventude, gostava de jogar Futebol, e segundo biógrafos, tinha vocação para ser um grande jogador profissional, chegou a atuar no CSA de sua terra. Esta origem, é retratada em varias canções de Djavan.

Alias sua obra mostra a mistureba da MPB. Contemporâneo da Tropicália, ouvinte de Ângela Maria e Anísio Silva, bebeu de fontes da musicalidade Negra Americana e Africana, mas, também teve contato com o erudito Europeu. Isto tudo o levou a criar uma obra, heterogênea, no ritmo e nos arranjos. As letras pensam o cotidiano, cheias de metáforas, bem trabalhadas. Ao ouvir Djavan, o ouvinte se porta ao Jazz ou as Big Band Americanas, que sobravam no requinte e no luxo. É por isto que o Alagoano tem fãs em todas as classes sociais. Ele entra nos ouvidos, e sentimos o prazer de receber um lord.

Foi um radialista de sua terra que o apresentou para a gravadora Som Livre das organizações Globo. Começou então a fazer canções para trilhas de Novelas, entre elas a primeira versão de Gabriela. Mas foi no Festival Abertura, da mesma TV Globo, que o Brasil começou a se render ao seu talento. O Festival apresenta ao País novos compositores e tinha em seu regulamento, que o autor deveria ele mesmo interpretar sua música. Djavan apresentou Fato Consumado, um samba cheio de suingue e claro de luxo. Arrancou o segundo no lugar no Festival. E claro um emprego definitivo na Som Livre. Clik e veja Fato Consumado: http://migre.me/fEEdy .

Ele vai gravar seu primeiro LP solo, em 1976, um ano após o sucesso no Abertura. Intitulado “A Voz e o Violão, a música de Djavan”, o disco segue a tendência de Fato Consumado nas demais faixas. O disco explodiu com Flor de Liz outra luxuosidade. Clik aqui: http://zip.net/bfkz2W  . Mas vai ser o segundo disco, a bomba detonadora de grandes sucessos. Já na Gravadora EMI ODEON, vai ter uma estrutura bem maior que a Som Livre, o tinha reservado uma orquestra e arranjos bem mais suinguados e misturados. Tem todos os ritmos no disco que se chama simplesmente de Djavan. A obra vai render vários Hits, tocados tanto nas Rádios FM, como AM. São eles: Açaí, Faltando um Pedaço e claro Meu Bem Querer.

Este hino ao Amor, ao qual cantei e canto para minha esposa, foi ainda tema de Abertura da Novela Homônima, da Globo de 1998. Djavan é gravado por vários artistas da MPB e Internacionais. Sua obra eclética e negra, passeia por varias gerações de apaixonados. É só ir a um Show dele e conferir as varias idades e tribos que cantam suas músicas. Clic e veja Meu Bem Querer: http://zip.net/bhkBbB .


Meu Bem-Querer

Djavan

Meu bem querer
É segredo, é sagrado
Está sacramentado
Em meu coração
Meu bem querer
Tem um quê de pecado
Acariciado pela emoção
Meu bem querer
Meu encanto, estou sofrendo tanto
Amor, e o que é o sofrer
Para mim que estou
Jurado pra morrer de amor
Meu bem querer
É segredo, é sagrado
Está sacramentado
Em meu coração
Meu bem querer
Tem um quê de pecado
Acariciado pela emoção
Meu bem querer
Meu encanto, estou sofrendo tanto
Amor, e o que é o sofrer
Para mim que estou
Jurado pra morrer de amor