quinta-feira, 27 de setembro de 2007

MEUS VINÍS VI


SEDUZIR


ARTISTA: DJAVAN


ANO: 1981


PRODUÇÃO: DJAVAN E MAYRTON BAHIA


MÚSICOS (DESTAQUES): BANDA SURURU CAPOTE (Luiz Avelar, Sizão, Teo Lima, Café, Zé Nogueira, Marquinhos e Moisés); Chico Batera (Timbales e Reco-Reco) na faixa “Nvula”.


PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS: GILBERTO GIL (Cedido pela WEA), na faixa “Nvula”


GRAVADORA: EMI ODEON


MÚSICAS


LADO 1


PEDRO BRASIL- (Música e Letra de Djavan)


SEDUZIR- (Música e Letra de Djavan)


MORENA DE ENDOIDECER- (Música de Djavan, Letra de Djavan e Cacaso)JOGRAL- (Música de Filó e Netão, Letra de Djavan)


A ILHA- (Música e Letra de Djavan)


LADO 2


FALTANDO UM PEDAÇO- (Música e Letra de Djavan)


ÊXTASE- (Música de Djavan e Letra de Aldir Blanc)


LUANDA- (Música e Letra de Djavan)


TOTAL ABANDONO- (Música e Letra de Djavan)


NVULA- (Música e Letra de Filipe Mukenga, Adaptação de Djavan )


COMENTÁRIOS


Segundo colocado no Festival Abertura da TV Globo em 1974, com Fato Consumado, abriu as portas para o Alagoano Djavan na MPB e ao sucesso. Este LP vem no encalço do anterior que consagrou um dos maiores sucessos de Djavan, a bela “Meu Bem Querer”. Esta obra ainda mantinha o estilo que combinava o romântico com o engajado e com as raízes nordestinas e Afro. Faixas como Pedro Brasil ilustram aquele momento de protesto e de luta por um Brasil melhor. Jogral, Luanda e Nvula, passeiam pelo Nordeste Afro de Djavan. Mas é o Amor que se destaca no disco, com as faixas “Seduzir” e “Faltando um pedaço”, grande sucesso de Dja. Nos ritmos o samba, o romântico, misturam-se com o baião e o afro, o eletrônico que predomina em seus trabalho nos dias de hoje, ainda não tinha presença .

MEUS VINÍS V


TEMPORADA DE VERÃO


ARTISTA: CAETANO VELOSO, GAL COSTA E GILBERTO GIL


ANO: 1974


PRODUÇÃO: GUILHERME ARAÚJO E PERINHO ALBUQUERQUE


MÚSICOS (DESTAQUES):CHIQUINHO AZEVEDO (Percussão na Banda de Gil e Arranjos das músicas “Quem Nasceu”, “Acontece”, “O Conteúdo”, “Felicidade”), DOMINGUINHOS (Acordeon na Banda da Gal), PERINHO ALBUQUERQUE (Guitarra e Viola na Banda de Caetano).


DESTAQUE: O disco foi gravado ao vivo no teatro Vila Velha em Salvador no período de 10 de Janeiro a 22 de Fevereiro de 1974, Show integrante do projeto Temporada de Verão.


GRAVADORA: PHILIPS


MÚSICAS


LADO 1


QUEM NASCEU- (Péricles R. Cavalcanti) Interprete: GAL COSTADE


NOITE NA CAMA- (CAETANO VELOSO) Interprete: CAETANO VELOSOO


CONTEÚDO- (CAETANO VELOSO) Interprete: CAETANO VELOSO

TERREMOTO- (João Donato e Paulo César Pinheiro) Interprete: Gilberto Gil


LADO 2


O RELÓGIO QUEBROU- (Jorge Mautner) Interprete: GILBERTO GIL


O SONHO ACABOU- (Gilberto Gil) Interprete: GILBERTO GIL


CANTIGA DO SAPO- (Jackson do Pandeiro e Buco do Pandeiro) Interprete: GILBERTO GIL


ACONTECE- (Cartola) Interprete: GAL COSTA


FELICIDADE “Felicidade foi embora”- (Lupicínio Rodrigues) Interprete: Caetano Veloso


COMENTÁRIOS


O Projeto Temporada de Verão, existente até hoje, apresentou um inédito encontro até então. Os 3 tropicalistas não cantavam juntos desde os anos 60. Este Show gravado ao vivo, foi o primeiro após a volta de Caetano e Gil do exílio. O Bolacha apresenta gravações Históricas. Caetano Veloso cantando “Felicidade Foi se Embora” do gaúcho rei da dor de cotovelo Lupicínio Rodrigues, consistiu-se em um grande sucesso. Fantástica interpretação de Caetano, que popularizou esta canção. O disco traz ainda Cartola “Acontece” na voz de Gal, antes do mangueirense gravar seu primeiro LP em 1975. Outro destaque é para o “O Sonho Acabou”, em que Gil traça um panorama do movimento Hipiee e de formas alternativas de vida, propagandeadas nos anos 60 e naqueles inicio de 70.

MEUS VINÍS IV


DE VOLTA AO COMEÇO


ARTISTA: LUIZ GONZAGA JR.- GONZAGUINHA


ANO: 1979


PRODUÇÃO: MARIOZINHO ROCHA E EDUARDO SOUTO NETO


MÚSICOS (DESTAQUES): ARY PIASSAROLLO (Guitarra), JOTA MORAES (Arranjo, Regência e Piano).


PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS: MARILIA MEDALHA (voz) em “Achados e Perdidos”, MPB4 (Vozes) em “Pequena Memória para um Tempo sem Memória”, LUIZ GONZAGA- GONZAGÃO (Voz) em “ Da Vida”, FRENÉTICAS (Vozes) em “A Marcha do Povo Doido”, MILTON NASCIMENTO (Voz), em “Libertad Mariposa”


GRAVADORA: EMI ODEON


MÚSICAS


LADO 1


QUESTÃO DE FË- (LUIZ GONZAGA JR.)- Citação: Nada será como antes “ Milton Nascimento e Ronaldo Bastos”


PONTO DE INTERROGAÇÃO- (LUIZ GONZAGA JR.)


A MARCHA DO POVO DOIDO- (LUIZ GONZAGA JR.)


LIBERTAD MARIPOSA- (LUIZ GONZAGA JR.)


E VAMOS A LUTA- (LUIZ GONZAGA JR.)PAIXÃO- (LUIZ GONZAGA JR.)


GRITO DE ALERTA- (LUIZ GONZAGA JR.)


LADO 2


SANGRANDO- (LUIZ GONZAGA JR.) Citação: Começaria Tudo outra vez- “LUIZ GONZAGA JR.”


AMANHÃ OU DEPOIS- (LUIZ GONZAGA JR.)


ACHADOS OU PERDIDOS- (LUIZ GONZAGA JR.)


PEQUENA MEMÖRIA PARA UM TEMPO SEM MEMÖRIA- (LUIZ GONZAGA JR.)


A CIDADE CONTRA O CRIME- (LUIZ GONZAGA JR.)


BIÉ BIÉ BRAZIL- (LUIZ GONZAGA JR.)


MULHER E DAÍ (Apenas Mulher)- (LUIZ GONZAGA JR.)


DE VOLTA AO COMEÇO- (LUIZ GONZAGA JR.)- Citação: Pessoa “LUIZ GONZAGA JR.”


DA VIDA- (LUIZ GONZAGA JR.)


COMENTÁRIOS


Gonzaguinha destacava-se no cenário musical, naqueles anos 70, em seu final, como um dos artistas engajados na luta contra a ditadura militar e por liberdades democráticas. Desde o inicio esteve participando ativamente pelo movimento da Anistia aos presos e exilados políticos. Alem é claro de ser um dos fundadores da União Brasileira dos Músicos e da luta por direitos autorais no Brasil. Este LP é uma amostra daquele período, com canções de forte apelo de protesto e denuncia, utilizando de uma linguagem simbólica e metafórica para tratar dos assuntos. O ritmo é o samba caindo para a Bossa nova e as vezes para o bolero. O disco emplacou vários sucessos radiofônicos: o mega “Grito de Alerta”, imortalizado na voz de Maria Bethânia, “Sangrando”, “Ponto de Interrogação”, que a mesma Bethânia vai gravar um ano depois. O próprio titulo do LP “De volta ao Começo”, reflete o momento político e social em que foi gravada a obra. A abertura política com a anistia recém conquistada, o ressurgimento das greves operárias (ABCD), o retorno de militantes políticos ao Brasil, o reaquecimento dos movimentos populares e estudantil. Um disco para ouvir cantando e revendo ou conhecendo parte da História do Brasil. Um de meus favoritos.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

IRENE


Irene é uma das irmãs de Caetano Veloso, a caçula. Esta canção foi dedicada a ele e gravada pela primeira vez no LP de Caetano em 1969. Disco feito após Caetano e Gilberto Gil terem saído da prisão e antes de partirem para Londres em um exílio forçado pelo regime militar, que vai durar até 1972.


O disco foi gravado apenas com violões e com a participação de Gil. Feito no confinamento em Salvador, o LP traz um clima de depressão e intimismo, tanto que Irene não tem orquestração, é feito apenas com a voz de Caetano. A canção soa como uma despedida de Caetano de sua família preconizada na irmã mais nova.


O disco traz perolas de nossa música e do repertório de Caetano Veloso, como os Argonautas, inspirada no Lusíadas de Camões, Carolina de Chico Buarque, cantada no lirismo deprê em que encontrava-se nosso compositor Baiano e tem a Histórica Atrás do Trio Elétrico que vai ser o marco do carnaval durante anos.


Gosto da versão do disco de 69, mas morro de rir com a gravação de Tom Zé, que saiu pela primeira vez em uma coleção da editora Abril “História da MPB- Vol. 22/Caetano Veloso” e podendo ser facilmente encontrada na coletânea 20 preferidas de Tom Zé de 1997 da gravadora RGE.


Recentemente descobrí a versão muito meiga e terna, de Vinicius e Toquinho, gravada com a participação de Maria Creusa. Vinicius no final, surrundo, ai que saudade minha Irene, é emocionante.

TRAVESSIA


Esta canção fui conhece-la em minha adolescência, na pastoral da juventude da Igreja Católica. Travessia era e até hoje ainda é parte de toda roda de música, principalmente entre os jovens. Milton Nascimento ainda não era conhecido dos Brasileiros quando inscreveu esta canção no II Festival Internacional da Canção, da Rede Globo.

Apesar de ter tido um ano antes (1966), uma música sua gravada (Canção do Sal) pela já consagrada Elis Regina, o carioca, mas mineiro por opção, entra em definitivo para o rol da MPB, em 1967 com Travessia.

Neste Festival Milton concorre com três composições: Travessia em parceria com o eterno parceiro Fernando Brant, Maria Minha Fé, em parceria com um grande amigo também mineiro Marcio Borges e Morro Velho de autoria solo.

Milton cantava em um conjunto de baile do Rio de Janeiro intitulado Sambacana, com o qual gravou um LP pela primeira vez em 1965.


Travessia arrancou o Segundo Lugar no FIC e Milton ficou com o prêmio de melhor Interprete na fase Nacional, que foi vencida por Margarida de Gutemberg Guarabira, o Guarabira da dupla com Sá.

Travessia relata metaforicamente a estória do migrante em busca de melhores condições, bem como do Artista que nas estradas e com sua voz vence batalhas e muda o mundo.

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES


Para mim, o hino nacional de minha geração. Dificilmente em atividades políticas e até religiosas, deixavamos de cantar, era o Hino oficial Brasileiro. A música de Geraldo Vandré, esta era rara não ser cantada. E mais todos tinham a canção de cor e salteada na cabeça. Bastava aparecer um violão e os três acordes que introduziam já eram executados.

Pra não dizer ou Caminhando, foi censurada no Brasil pelos militares durante dez anos. A canção reaparece em 1978, em um Show da cantora Simone, gravado ao vivo do Canecão no Rio de Janeiro. Mas independente da proibição do regime militar, a música do Paraibano, era cantada em todas as passeatas, assembléias operárias e estudantis e muitas e variadas lutas e atividades das esquerdas e dos movimentos sociais.

Na cadeia os presos políticos enchiam-se de esperanças, ao cantar a canção, que propunha ao invés de armas, flores. Pra não dizer foi apresentada pela primeira vez, na fase Nacional do III Festival Internacional da Canção da TV Globo.


Era 1968, a resistência ao regime crescia nas ruas, praças e avenidas de todo o País e a repressão não conseguia conter o ímpeto de estudantes e militantes de esquerda.


Dois momentos agitaram aqueles dias: a morte pelas mãos dos militares do estudante Edson Luís e a passeata do cem mil no Rio de Janeiro. Estes episódios cutucaram a onça com a vara curta, como se diz o ditado popular.


O Festival da Globo, foi palco para as manifestações das forças contrarias ao regime. Ainda na fase preliminar do evento, Caetano Veloso foi vaiado por agentes do CCC-Comando de caça aos Comunistas, ao apresentar a canção È Proibido Proibir.


Caminhando foi apresentada nas fases eliminatórias, com Vandré acompanhado pelo Quarteto Livre, um time fantástico de artistas: Nana Vasconcelos (tumbadora), Franklin (flauta), Nelson Ângelo (violão) e Geraldo Azevedo (violão e viola). A música era preferida do público e todos davam como certo sua vitória. A grande finalissima, com maracananzinho, lotado mostrava que Vandré era o favorito. Mas deu zebra, como ficaria famosa a expressão nos anos 70.


Venceu Sabía, linda canção que em minha avaliação, prenunciava o que ocorreria meses depois, com a saída para o exílio de centenas de Brasileiros. Chico Buarque e Tom Jobim, ao lado Cinira e Cybele interpretes de Sabia, foram vaiados pelo Maracananzinho lotado.


Vandré ao ser anunciado como o segundo lugar, proferiu o discurso que passou para a História, cuja frase memorável: “A vida não se resume em Festivais”. A lenda conta que Geraldo Vandré recebeu ordem de prisão antes de receber o prêmio da segunda colocação. Outra noticia, delegada a lenda é de que o Júri do Festival, obrigado foi a dar a vitória a Sabia.

DIVINO MARAVILHOSO



Maria da Graça, este o nome de batismo de Gal Costa, com este nome, a Baianinha se apresentou no III Festival de MPB da TV Record em 1967, interpretou a canção DADÁ MARIA do então desconhecido Renato Teixeira.

Na Oportunidade Gracinha, como era conhecida defendeu a música ao lado do cantor e compositor Silvio César. A apresentação lhe deu o passaporte para o primeiro disco: DOMINGO (1967) em conjunto com Caetano Veloso, que também estreava em Disco. È deste LP o clássico de Caetano, interpretado por Gal “Coração Vagabundo”. Divino Maravilhoso é uma das canções que para mim mais representam o período da chamada primeira metade da Ditadura Militar.

Composição de Caetano Veloso e Gilberto Gil, a música foi apresentada no IV Festival da Música Popular Brasileira da TV Record em entre Novembro e Dezembro de 1968, com a final 4 dias antes da edição do Ato Institucional nº 5, que instituí a censura, proíbe o Hábeas Corpus, intensifica a Lei de Segurança Nacional e com ele inicia-se a segunda fase do Regime. Fase de Terror e Morte.

Divino é um Rock in Rool, que em sua letra forte e vibrante, traça um panorama daqueles dias de muita mobilização popular, principalmente de estudantes, operários e intelectuais. O refrão dá conta disto: “È preciso estar atento e forte não temos tempo de temer a morte”.

A canção que teve a magistral interpretação de Gal, que neste Festival consolida-se como uma das representantes do movimento Tropicalista, fica em 3º Lugar pelo Júri especial. Gal vai gravar “Divino Maravilhoso” em seu primeiro LP solo pela gravadora Philips em 1969.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

DESTAQUE: UMA CÉU DE ESTRELAS


Linda. Talvez uma das mais bonitas da musica Brasileira da atualidade. Uma sensualidade, muito própria da mulher latina e uma voz de um grave, com caídas para o agudo, que lembram, as vezes Elis e Maysa. Céu, nome adotado, para uma carreira, que teve que decolar nos Estados Unidos, para estourar no Brasil e através de musica de novela.

Assisti o Show, da Paulistana, no programa Bem Brasil, da TV Cultura exibido no ultimo sábado, dia 22 de setembro.

Acompanhada de uma banda, que não abria mão de um DJ, mas não fazia questão de uma guitarra, desfilou um estilo Jazz recheado de POP e MPB. A maioria das canções são de sua autoria, com parcerias com os músicos da banda. O eletrônico é dominante nos arranjos, mas sua voz suaviza, sob os acordes energéticos.

Brilhou também, em canções, como “Concrete Jungle” de Bob Marley, dando uma roupagem baladeira ao reggae do jamaicano. Ou quando faz um tributo a uma de suas referencias o maestro ja falecido, que fez vida artistica nos Estados Unidos Moacir Santos. A canção escolhida foi Coisa numero cinco ou Nanã.

Céu teve com estreia, o CD homonimo, em 2005, cuja musica Lenda, fez parte da trilha sonora da novela Pé na Jaca da TV Globo.

Agora a moça é lindona.

MEUS VINÍS III


MM- MARISA MONTE


ARTISTA: MARISA MONTE


ANO: 1989


PRODUÇÃO: NELSON MOTTA


MÚSICOS (DESTAQUES): MARCOS SUZANO (Percussão), EDUARDO SOUTO NETO (Teclados em “Bem que se quis” e Piano em “Speak Low”), THE MARILYNS (Backin Vocais em “Chocolate”)


PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: PAULO MOURA (Clarineta em “ Negro Gato”) e NOUVELLE CUISINE (Voz, Clarineta, Guitarra, Vibrafone, Contrabaixo em “Bess You Is My Woman Now)


GRAVADORA: EMI


MÚSICAS


LADO 1


1. COMIDA- (Arnaldo Antunes/Marcelo Fromer/Sergio Brito)

2. BEM QUE SE QUIS- (Pino Daniele e Nelson Motta)

3. CHOCOLATE- (Tim Maia)

4. ANDO MEIO DESLIGADO- (Arnaldo Baptista/Sergio Baptista/Rita Lee)

5. PRECISO ME ENCONTRAR- (CANDEIA)

6. O XOTE DAS MENINAS- (Zé Dantas e Luiz Gonzaga)


LADO 2


1. NEGRO GATO- (Getulio Cortes)

2. LENDA DAS SEREIAS, RAINHAS DO MAR- (Vicente/Dionel/Veloso)

3. SOUTH AMERICAN WAY- (Al Dubin/Jimmy McHugh)

4. BESS YOU IS MY WOMAN NOW - (George e Ira Gerhmin/Du Bose Heymond)

5. SPEAK LOW- (Ogden Nash/Kurt Weill)


COMENTÁRIOS:


Este é o primeiro disco de Marisa Monte, mais uma das descobertas do produtor multimídia Nelson Motta. Marisa apareceu para o grande público, através da televisão. Foi na extinta TV Manchete, com Show produzido pelo próprio Nelsinho. Com um repertório eclético e com músicos de primeira grandeza, entre eles Marcos Suzano, Marisa inicia com este Bolachão a ocupar espaço junto as divas da MPB. De cara o LP, destaca “Bem que se quis”, uma versão de canção italiana, feita pelo padrinho Nelson Motta. A música foi o primeiro mega sucesso da carioca e portelense. Mas alem desta tem interpretações mágicas, entre elas destaco: Chocolate, Xote das Meninas e Lenda das Sereias.

MEUS VINÍS II


SUSPEITO


ARTISTA: ARRIGO BARNABÉ


ANO: 1989


PRODUÇÃO: DINO VICENTE


MÚSICOS (DESTAQUES): MARIO MANGA (Premeditando o Breque), EDUARDO GUDIM (Arranjo de cordas e violão na faixa “Já deu pra sentir” e VANIA BASTOS E TÊTE ESPÍNDOLA nos vocais


PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: ITAMAR ASSUMPÇÃO nos vocais das faixas “Já deu pra sentir” e “Dedo de Deus”, além de arranjo na primeira


GRAVADORA: CONTINENTAL (Selo GEL)


MÚSICAS


LADO 1


ÊXTASE- (Arrigo Barnabé e Hermelino Neder)

AMOR PERVERSO- (Arrigo Barnabé e Hermelino Neder)

SUSPEITO- (Arrigo Barnabé e Hermelino Neder)

A SERPENTE- (Arrigo Barnabé e Riberti)

MR. WALKER E A GAROTA FANTASMA- (Arrigo Barnabé)


LADO 2


UGA UGA- (Arrigo Barnabé-Dino Vicente-Hermelino Neder)

DIABO NO CORPO- (Arrigo Barnabé e Riberti)

DEDO DE DEUS- (Arrigo Barnabé e Mario Manga)

SO COOL- (Arrigo Barnabé e Carlos Rennó)

JÁ DEU PRA SENTIR- (Itamar Assumpção)

TCHAU TROUXA- (Arrigo Barnabé-Dino Vicente-Hermelino Neder)


COMENTÁRIOS:


Suspeito é o único disco que tenho de Arrigo Barnabé. Considerado o LP mais comercial do compositor paulista, Suspeito tocou como nunca nas rádios Brasileiras no fim dos anos 80 e no inicio dos 90. Arrigo é um dos precursores do chamado grupo movimento Vanguarda Paulista ou Lira Paulistana, formada por ele, Itamar Assumpção, Tête Spindola, Vânia Bastos e outros. Duas foram às características do movimento surgido no final da década de 70 e que explodiu com a canção Sabor de Veneno de Arrigo, que tirou melhor arranjo no Festival de Música Popular da extinta TV Tupi: o fato das experimentações musicais, misturando o erudito com o popular e com performances teatrais, alem é claro das apresentações do grupo/movimento serem no teatro Lira Paulistana. A faixa titulo deste bolachão foi a de maior sucesso. Mas destaco as duas faixas com participação de Itamar Assumpção (Dedo de Deus e Já deu pra sentir) e Êxtase e Amor Perverso.

PS: No post abaixo esqueci de mencionar a faixa 6 do lado 2 do LP UNS- "Coisa Mais Linda" de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes

MEUS VINÍS I


UNS


ARTISTA: CAETANO VELOSO


ANO: 1983


PRODUÇÃO: CAETANO VELOSO


MÚSICOS: A OUTRA BANDA DA TERRA


PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: MARIA BETHANIA nas faixas “Salva a Vida” e “É Hoje”


GRAVADORA: POLYGRAM (PHILIPS)


MÚSICAS


LADO 1


UNS- (Caetano Veloso)MUSICAL- (Péricles Cavalcanti)

ECLIPSE OCULTO- (Caetano Veloso)

PETER GAST- (Caetano Veloso)

QUERO IR A CUBA- (Caetano Veloso)


LADO 2


VOCÊ É LINDA- (Caetano Veloso)

BOBAGENS, MEU FILHO, BOBAGENS- (Marina Lima e Antonio Cícero)

A OUTRA BANDA DA TERRA- (Caetano Veloso)

SALVA VIDA- (Caetano Veloso)

É HOJE- (Didi e Mestrinho)


COMENTÁRIOS:


A capa e a contra capa do bolacha é uma homenagem de Caetano a sua família. A capa traz uma foto em que Cae esta ao lado dos irmãos Roberto e Rodrigo, provavelmente tirada no inicio dos anos 60, ambos usam terninhos típicos daquele período. Na contra capa abraçados o compositor, sua mulher na época Dedé Gadelha, seu pai e sua mãe Dona Cano. O disco segue o estilo tropicalista de Caetano, com misturas de ritmos e sons, mas com uma tendência a disco. É deste LP o mega sucesso “Você é Linda”, a esfuziante “Eclipse Oculto” e o samba enredo em duo com a mana Bethânia “É Hoje”. O disco traz ainda a participação de Vinicius Cantuária (Ex Terço) e lider do grupo "A outra Banda da Terra", que acompanhava Caetano desde meados dos anos 70.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

DISPARADA


Música de um apelo nordestino e sertanejo muito forte. Pegou-me pelo pé e cabeça desde o inicio.


Primeiro pela força da letra que remete ao universo Nordestino/Sertanejo, de um vaqueiro que enfrenta mundos e contradições, em cima de seu cavalo.
Mais uma música de protesto, com a coragem de contar as coisas de Geraldo Vandré e a melodia de Théo de Barros. Vandré vinha das experiências do CCP (Centro de Cultura Popular) da UNE (União Nacional dos Estudantes), que reunia entre outros gente do teatro como José Celso Martinez Correa do Teatro Oficina, do Cinema Glauber Rocha e o povo do Cinema Novo.


Na música, compositores do kilate de Sergio Ricardo, Carlos Lyra e tantos outros. Vandré ainda não era o ícone da esquerda Brasileira, mas já esboçava alguns passos. Disparada foi apresentada no 2º Festival de Musica Popular Brasileira da TV Record em 1966. Dividiu o primeiro lugar com a Banda de Chico Buarque. Episódio que aqui já contei.


O Interprete foi o companheiro de Elis Regina, no programa o Fino da Bossa da mesma emissora, o sambista Jair Rodrigues. Conhecido como sambista, Vandré no primeiro momento foi contra o nome de Jair para defender a canção, que seria interpretada por ele mesmo. Mas após os primeiros ensaios não teve dúvida da força que o sambista pusera na obra. O time fantástico de músicos fez o acompanhamento.


Além do Trio Maraya, o quarteto novo, que tinha Hermeto Paschoal, Theo de Barros e Airton Moreira. Disparada teve varias versões no Brasil. A que mais gosto é de 1980 interpretada pelo Raízes de América. È claro não supera o velho Jair Rodrigues.

RODA VIVA


Esta canção ficou em 3º lugar no III Festival da Música Popular Brasileira da TV Record em 1967.


Conhecido como o Festival da virada, pois mostrava ao mundo o surgimento de um movimento musical “A Tropicália”, Chico Buarque que um ano antes vencera o Festival da emissora com “A Banda”, apresenta neste uma música feita para uma peça teatral do mesmo Chico, escrita segundo ele em 25 dias.


Encenada por José Celso Martinez Corrêa, o espetáculo foi protagonista de uma das maiores barbaridades cometidas pela Ditadura Militar e seus aliados. Onde aliados ao Regime invadiram o teatro Galpão em São Paulo, bem como em Porto Alegre, agredindo e espancado elenco, derrubando e destruindo cenários.


Os episódios culminaram com a decisão dos produtores em encerrar a exibição da peça. Critica ao fato dos Artistas serem manipulados pela mídia, Roda Viva a peça e a música, mostram um Chico Buarque que cansado do rótulo de bom moço, inicia a fase das obras de denuncia, protesto e mobilização contra o regime. No Festival, Chico canta ao lado do conjunto vocal MPB4.

ALEGRIA ALEGRIA


Esta canção é uma das minhas preferidas, das preferidas. Foi a que me fez interessar-se pela obra e vida de Caetano Veloso. Primeiro disco que tive do compositor Bahiano, foi uma coletânea da Editora Abril, que trazia músicas em um vinil maior que um compacto e menor que um LP.


Um formato 45 rotações, mas em uma rotação normal. Foi em 1974 em que tive este primeiro contato.

De lá pra cá tenho muita coisa de Caetano. Alegria, Alegria, foi uma marco para Música Brasileira em todos os sentidos. Primeiro porque apresenta uma linguagem nova de se fazer música, tanto em letra, como melodia e arranjos. Foi junto com Domingo no Parque de Gilberto Gil, responsável pelo surgimento de um Movimento Estético cultural político, intitulado Tropicalismo.

Alegria, Alegria., foi apresentada pela primeira vez, no famoso Festival da Virada, o 3º Festival da Canção da TV Record, que revelou vários talentos para música brasileira, como lançou tendências e movimentos.

Era outubro de 1967, quando Caetano Veloso ficou com o 4º Lugar do Festival e acompanhado pelas guitarras roqueiras do conjunto Argentino Beat Boys, fez desta marcha rock, enlouquecer a platéia ali presente.

Panorama de uma época, em que a Juventude se dividia no engajamento político ao engajamento a expressões da contra cultura, Alegria, Alegria, foi relembrada nas mentes dos Brasileiros pela Mini Série da Rede Globo Anos Rebeldes, apresentada em 1992, cuja canção foi o tema de abertura.

DOMINGO NO PARQUE



Mais uma do Festival da virada, o III da TV Record. Música que é umas das ícones do lançamento do Movimento Tropicalista.

Gilberto Gil, fez desta canção de dança de capoeira, um dos clássicos da MPB. Gil juntou o Berimbau, com Guitarras e Violinos e Violoncelos. A rebeldia de um grupo de Rock, Os Mutantes, com os Arranjos de um maestro de música Erudita, Rogério Duprat. Juntou os ternos de uma orquestra com as roupas coloridas de Rita Lee e os Irmãos Baptista.

Toda esta mistura pra contar uma História de Amor que termina em tragédia. Contar uma estória de dois trabalhadores, um feirante e um pedreiro, que amigos rompem a amizade por conta de uma mulher. Esta mistura com versos do cotidiano e postos como se fossem cantiga de roda de capoeira. Domingo no Parque ficou com o 2º Lugar no Festival e lança para a música o Baiano Gilberto Gil.

PONTEIO



Sempre achei Ponteio uma canção de guerrilha. Seu estilo forte na letra e no ritmo, levam a pensar em um campo de batalha. “Quem me dera agora eu tivesse a viola pra Cantar”, faço um trocadilho “Quem me dera agora eu tivesse uma arma para guerrear”. Não era e não é apologia a violência.

Os tempos eram de Ditadura Militar e a Música Popular servia como veiculo para manifestações políticas. Edu Lobo já tinha vencido um Festival, o da TV Excelsior em 1965 com Arrastão parceria dele com Vinicius de Moraes, Interpretada por Elis Regina.

Agora com Ponteio ele vence talvez o maior e mais criativo Festival de Música Brasileira. Intitulado o Festival da virada, o III Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, confirmou o prestigio de Edu, aqui em parceria com Capinam e tendo como Interprete Marilia Medalha e o Quarteto Novo.

Marilia vinha do espetáculo musical Arena Conta Zumbi, do Teatro de Arena. Revelada nos palcos, deu vibração a guerreira Ponteio. Formado em 1966, o Quarteto Novo, antes Trio, já tinha conquistado um prêmio em Festivais, com Disparada de Geraldo Vandré e Théo de Barros. Formado por feras de nossa música: Théo de Barros, Airton Moreira, Heraldo do Monte, na época de Ponteio, mudou toda a sua formação e teve Hermeto Paschoal como sua principal figura. Com este time Edu Lobo, venceu Gil, Caetano, Chico, Roberto Carlos, Elis Regina, Sergio Ricardo, Jonhy Alf e muitos outros.

PARE O CASAMENTO


Eu devia ter uns 5 ou 6 anos, quando aos domingos meus pais iam almoçar em casa de minha avó materna na Vila Esteves. Minha Avó era uma das poucas de sua rua (Rio de Janeiro, uma das que ao fundo se depara com os muros da antiga companhia Prada, hoje prédio da Prefeitura Municipal), a possuir televisão ainda preto e branco.

Esta facilidade, fazia com que quase todos os vizinhos, viessem a sua casa assistir os principais programas televisivos da época. Um destes ilustres programas era “A Jovem Guarda”. Programa comandado por Roberto e Erasmo Carlos e veiculado nas tardes de domingo. O estilo o ie-ie próximo do rock feito pelos Americanos na época e pelos Beatlhes.

Era muito pequeno, mas as canções ingênuas (hoje tenho esta impressão), sobre carrões coloridos e garotas e garotos embalando paixões, marcaram minha infância.

Mas a primeira música que cantarolei sobre a Jovem Guarda foi Pare o Casamento. Cantada por uma loiraça linda, com uma voz nem tanta, a canção uma versão da Americana Stop the Wedding de Resnick – Young, com letra em português por Luiz Keller, foi um dos maiores sucessos de Wanderléia, a Ternurinha da Jovem Guarda, que passou a comandar com Roberto e Erasmo o programa homônimo.

Divertida e com temática dos namoricos e paqueras típicas dos anos 60, Pare o Casamento teve sua primeira gravação no LP de Wandeca , o quarto solo da carreira, A ternura de Wanderléia pela gravadora CBS em 1966.
O Kid Abelha em uma das regravações que mais gosto, gravou o clássico no disco Coleções de 2000, que aliais, além desta pérola, tem clássicos de Tim Maia, Jorge Bem Jor, Paulo Diniz, Mutantes, Rita Lee e outros. Imperdível. Antes que me esqueça, Wanderléia foi responsável por meu primeiro Tesão. Claro alguns anos depois.

ARRASTÃO


Esta música, foi umas das que me fez interessar por Festivais de Música Popular Brasileira. Iniciava-se no Brasil em 1965, o iria se denominar um celeiro de surgimento de grandes nomes da MPB, até aquele momento recheada dos Sambas canções, Boleros e de novidade a Bossa Nova, uma mistura do Jaz Americano com nosso Samba e de temas comuns a crescente classe média carioca.


O primeiro deles em importância é o Festival de Música Popular Brasileira da extinta de TV Excelsior de São Paulo. A Televisão vai ter um papel decisivo, tanto para a popularização de nossa música, como de um estilo musical que então surgia que retratava a questão social, a cultura regionalista do Brasil em contraste com o que vinha sendo feito até então. A chamada música de protesto, vai ter vez e voz nos Festivais da Canção. Estamos já em plena ditadura Militar.


O Festival foi realizado entre março e abril ou seja em plena comemoração de 1 ano do golpe militar de 1964. Arrastão vence o Festival e revela para o País, uma gauchinha, ainda vesga, que a época tinha 20 anos: ELIS REGINA.


A canção é do até então desconhecido Edu Lobo, com o já consagrado poeta e fundador da Bossa nova Vinicius de Moraes. A canção que emprega sentimentos religiosos e culturais dos pescadores, inaugura um estilo musical que utiliza de metáforas para denunciar ou até conscientizar.


O Arrastão da música, nada tem haver com a criminalidade e sim uma ação coletiva e em movimento, com a clara intenção de mudar comportamentos políticos. Edu e Vinicius, falavam da Ditadura.

UPA NEGUINHO


Uma canção de protesto, mais uma na Interpretação de Elis Regina e mais uma composição de Edu Lobo, agora em parceria com o Teatrólogo, Ator e Compositor Gianfrancesco Guarnieri.


Upa Neguinho, foi gravada primeiramente em 1966, no disco “Dois na Bossa, Vol.2”, obra em que Elis canta ao lado de Jair Rodrigues, companheiro da Pimentinha, no programa da TV Record “O fino da Bossa”.


Alias este “LP”, é gravação ao vivo do programa. No mesmo ano Upa, saiu em compacto simples, onde era o lado A, nobre no chamado disco pequeno e o lado B a canção “Tristeza que se foi”. Sucesso de primeira grandeza, “Upa Neguinho” retratava como tema principal A LIBERDADE, conceito já tão decantado naqueles tempos de Ditadura Militar. A escravidão Negra serviu como palco para os autores trabalharem este tema.


A canção é tocada no mundo inteiro e tem varias regravações. Destaco uma de 1998 na voz da cantora e compositora Joyce do CD “Astronautas- Canções da Elis”. Informações no site da artista: www.joyce-brasil.com .

A BANDA


Meus avós maternos que hoje moram no céu, viverão a vida na terra na rua Rio de Janeiro na Vila Esteves em Limeira. Lá passei quase toda minha infância e parte da adolescência. Foi então na casa de Vó Nina, que tomei conhecimento da marchinha quase carnavalesca e de seu autor.
Foi através da extinta revista Intervalo, especializada em Televisão. Sou do tempo das Bandas que tocavam nos coretos (em Limeira aos domingos ainda tem exibição), valsinhas, marchinhas e outros ritmos musicais. A letra de a Banda tocou-me desde o principio, embora o sentido mais polido da canção obtive mais tarde.


Escrita em 1966, Chico Buarque transpôs em letra e música, o panorama das pessoas simples e seu cotidiano, bem como faz uma leitura do momento político em que o País passava.


A Banda foi inscrita no 2º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record e foi protagonista de um ineditismo. Chico Buarque dividiu com Disparada de Geraldo Vandré e Theo de Barros o primeiro lugar.


Fala-se a lenda que a Banda teria sido a vencedora, mas a pedido de Chico Buarque e também de apelo popular, o Júri do Festival teria decidido pela divisão do prêmio. Nara Leão musa da Bossa Nova e da canção de protesto, interpretou a música na finalissima.

“A Banda”, foi gravada no mundo inteiro, por vários interpretes e recentemente a cantora Fernanda Porto, gravou em ritmo POP. Para saber mais da Banda e da carreira de um dos maiores artistas de nossa música clic em: http://www.chicobuarque.com.br/