terça-feira, 27 de novembro de 2007

CÂMARA DE VEREADORES APROVAM MOÇÃO DE APLAUSOS AO FESTAFRO

Vejam abaixo, Moção de Aplausos, apresentada pelo Vereador José Carlos Pinto de Oliveira (PT) e aprovada por todos os Vereadores, na noite de ontem na Câmara Municipal de Limeira.

MOÇÃO DE APLAUSOS

“Moção de APLAUSOS a Secretaria Municipal de Cultura, aos Vencedores e Participantes do III FESTAFRO Limeira.”


Considerando que, a cultura Afro tem contribuído para o avanço de consciências contra o racismo e o preconceito de todas formas, no Brasil e no Mundo;

Considerando que, vários ritmos e estilos musicais, são de origem africana e com isto enriquecendo a cultura mundial;
Considerando que, o mês de novembro, dedicado a reflexão da Consciência Negra, tendo como principal referência, Zumbi dos Palmares, bem como a influência que tambores, a dança e a religião Afro desencadeou no Brasil;

Considerando que, nossa cidade tem entre seus fundadores, negros escravos e ao longo de nossa existência vários descendentes, foram e são responsáveis pelo desenvolvimento de nosso município ;

Considerando que, em Limeira temos varias manifestações culturais e em particular na musica, que são fortemente influenciados pela cultura Africana e seus derivados Brasileiros;

Considerando que, a musica em especial, é um elemento importante, para a difusão de concepções e visão de mundo, bem como uma forma de manifestar sentimentos;

Considerando que, a realização do III FESTAFRO, Festival de Musica Popular Brasileira, organizado pela Secretaria Municipal de Cultura de Limeira, cumpriu, como as edições anteriores, seu papel de divulgar a cultura Afro e contribuir para o avanço de consciências desprovidas de qualquer forma de discriminação;

Considerando que, alem do aspecto de evento conscientizador, o FESTAFRO, é um verdadeiro celeiro de grandes talentos da musica alternativa Brasileira, aquela que não tem espaço na mídia grande e oficial, onde artistas que estão na estrada há mais de 20 anos, mostram seu amor a arte e a cultura popular;

Considerando que, o FESTAFRO tem sido também um espaço para o aparecimento de novos talentos, em especial de nossa cidade;
Considerando que, este Festival e outros promovidos pela Secretaria, consiste em um espaço importante para a divulgação de artistas, novos e que em função das regras mercadológicas não conseguem mostrar seus trabalhos na mídia oficial ;

Considerando que, o Festival teve a inscrição de mais de 100 musicas de oito estados do País, alem de musicas de nossa cidade;

Considerando que, mais uma vez o Festival foi um sucesso, onde foram vencedores na categoria Nacional a canção ESPERANÇA, das compositoras Márcia Tauil e Mana Tesari na categoria melhor Música de Limeira, a homenagem ao líder popular Glostora, a canção NEGRO POETA, dos compositores Wilson Cerqueira e Janjão;

Submetemos à apreciação do Plenário, na forma regimental, a presente Moção de APLAUSOS, a Secretaria Municipal de Cultura, aos Vencedores e a todos os Participantes do III FESTAFRO, com cópia, para o Exma. para a Ministra da Secretária Especial de Política de Promoção da Igualdade Racial, Srª. Matilde Ribeiro, para o Exmo. Ministro da Cultura Senhor Gilberto Gil, para o Exmo. Prefeito Municipal Silvio Félix da Silva, o DECADE- Departamento da Cultura Afro-, para o COMICIM, para a Irmandade Cultural Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Comissão de Mulheres Ilê Dandara, Instituto Odoya, Quilombo Central, Pastoral Católica Afro, Negro em Evidencia, Comunidade Afro ABANJÁ.

Plenário “Vereador Vitório Bortolan”, aos 26 dias do mês de Novembro de 2007.


Justificativa

Iniciativas como o FESTAFRO, não só são de relevante importância, para a sociedade Brasileira e em especial Limeirense, como é uma bela contribuição para as artes e a cultura como um todo.

Alem de ser um espaço onde através dos ritmos, que são desde o samba mais moderno ao tradicional, passando pelo Reggae ao Rock, pela Bossa Nova, pelo Chorinho, o HIP HOP e varias outras formas, também tem sido um espaço de divulgação do trabalho de vários artistas, que não tocam nas rádios e não aparecem nos grandes programas de televisão.

Assim, a cultura Afro e descendente, tem mais um momento de consagração e explosão, mostrando que nossa musica é sem duvida nenhuma a melhor do mundo e que a comunidade negra, tem nas artes um forte aliado no combate ao preconceito e a discriminação.

Plenário “Vereador Vitório Bortolan”, aos 26 dias do mês de Novembro de 2007.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

DESTAQUES DO III FESTAFRO LIMEIRA




Márcia Tauil: Cantora de São José do Rio Pardo. Esta no circuito festivaleiro, há muitos anos, vencendo inclusive Festivais de renome, como o de São José do Rio Preto e o ultimo Viola de Todos os Cantos. Dona de uma voz poderosa, brincando o tempo todo com seus agudos, desde o principio do FESTAFRO, não havia duvidas de que seria a melhor interprete do Festival. Mas embora a canção que defendeu Esperança, composição sua com sua parceira eterna Mana Tessari, tenha uma letra interessante, não era em minha opinião para vencer a fase nacional do FESTAFRO. Outras canções estavam mais de acordo com o temário do evento. Mais sem duvida, Márcia foi um Show a parte, alem de ser uma pessoa muito simpática. Taí um Show que gostaria de ver inteiro.

Beto Santos: Já falei deste cantor e compositor, quando o mesmo venceu o II FESTAFRO, de 2006. Na estrada há mais de 30 anos, Beto gravou seu primeiro CD, também no ano passado. Como sempre perfeito no palco, com uma interpretação que enche os olhos de quem vê e admira musica de boa qualidade. Sou fã do Beto. A composição que ele apresentou no Festival, foi Idéias e ideais ou aos nossos líderes, uma ode, uma bela homenagem aos lideres dos direitos civis e do combate ao racismo: Martin Luther King, Steve Biko e Nelson Mandela. Preciso e politicamente correto, Beto contagiou o publico com seu reggae. Idéias ficou em segundo lugar da fase nacional. Era uma das minhas preferidas para o primeiro lugar. Estou devendo ao Beto a organização de um Show inteiro aqui na cidade.

Zero 16: Para mim o principal destaque do Festival. Quando do anuncio das classificadas, soubemos que haveria um Hip Hop, todos e eu também torcemos o nariz, imaginando aquela coisa repetitiva e enjoativa, como geralmente são os Rap. Quebramos a cara. Quando o grupo Zero 16 de São Carlos subiu ao palco, minha aversão ao gênero, deu lugar a um olhar mais observador. Fiquei encantado com os garotos, que vieram com uma musica a Terra do Sem, que ao mesmo tempo, denuncia os que transformaram este País em uma terra de Sem Terras, Sem Casa, Sem emprego, Sem Comida e por aí afora, também propõe saídas, através de ações afirmativas, a política de cotas para os negros. Um arranjo perfeito, embora a canção é muito longa. Mereceu o terceiro lugar do Festival. Detalhe: os meninos estavam vendendo seu CD, no final do Festival, para poder ir embora pra casa. Isto mostra a situação do artista Brasileiro, principalmente o que não aceita estar sobre o controle das majors da industria fonográfica.

Xampu da Bahia: Apesar de utilizar no nome artístico, o estado Baiano, o cantor é do Rio de Janeiro. Uma das melhores letras do Festival, Senzala, mostra o processo de escravidão negra no Brasil. O cotidiano dos escravos nos cafezais e na casa grande. Merecia algum premio, não levou nada. O balanço reggae contagiou a platéia, que cantou junto o refrão. Refrão por sinal incompreendido, pelas mulheres e por alguns homens, que entenderam que aquilo “lava a roupa mulher, enxugue a roupa mulher, que seu varão vem a pé”, fosse uma alusão machista. Porem a frase é parte do contexto da letra. Acho que o júri teve esta compreensão. Uma pena.


Dentinho: Outro que merecia uma melhor sorte. No canta Limeira, deste ano, o cantor de Joinville/SC, também teve a sorte lhe abandonando. Seu violão quebrou, no inicio da apresentação de Folias de Guedes, uma quadrilha, que contava uma festa do interior catarinense, destas tradicionais, com muito folclore. No canta Dentinho, cantou sem acompanhamento e não se classificou para a final. Neste FESTAFRO, Dentinho foi pra final, com a musica, Dos Porões a Alforria. Canção lindíssima que merecia uma premiação. Dentinho tem um grupo folclórico de nome Arueira. È petista militante, confessou a mim, que Lula e Getulio foram os melhores governantes deste País. Dentinho, prometeu vir a Limeira e participar da Folia de Reis, organizada pelo meu parceiro Wilson Cerqueira.

Toc Percussivo: Marcos Lima, o marquinho é um lutador e de um coração super generoso. O seu projeto de trabalhar com crianças pobres em Limeira, as tirando das ruas ensinando a tocar um instrumento de percussão é fantástico. Sem um mínimo de interesse de ganhar dinheiro, marquinho há quatros anos tem mantido o Projeto e o grupo originário dele. Pena que nossas autoridades ainda não se atentaram para este belo trabalho. No FESTAFRO, Marcos Lima inovou, abandonou o estilo Cordel e Olodum e resolveu homenagear Tim Maia e Jorge Bem Jor. Apresentou uma Soul Music, com o toque das Alfaias. A canção dele e do violonista Robson, Rua Sarará, levantou o publico. Achei a letra um pouco sem brilho. Merecia um premio.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

O RESGATE DA HISTÓRIA VENCE O FESTAFRO


Hoje é que começo a tomar ciência de que a musica NEGRO POETA, em parceria com meu amigo Wilson Cerqueira, venceu o III FESTAFRO. A gente fica meio sem chão, tentando assimilar uma conquista incontestável.

Foi um final de semana mágico. Eu diria místico. Parece que todas as entidades divinas, desceram ao palco do Teatro Vitória e cantaram e dançaram o Partido Alto em homenagem ao Glostóra. Energias positivas vindo do cosmos e da alegria do publico, foi fundamental para duas apresentações sem erros, com muito profissionalismo, mas principalmente paixão.

Levamos seis meses para compor Negro Poeta. No inicio tive duvidas se conseguiria informações suficientes, para falar de um Homem que estava acima de seu tempo, que foi capaz de colocar em pauta, o debate do preconceito e da exclusão social, de uma forma plural e com muita alegria. Tinha medo de não conseguir passar a mensagem, de que pessoas simples, mas com um coração solidário, são responsáveis por verdadeiras revoluções. Glostóra, foi uma destas figuras Históricas, que do seu jeito, provou que os negros e os pobres em geral, devem ser incluídos na sociedade.

Devo o sucesso da empreitada, em primeiro lugar, ao companheiro Galdino Clemente, filho do nosso Tim apelido de infância, que em nenhum momento, colocou obstáculos ao nosso projeto. Pelo contrario fez parte dele, com muita simpatia e generosidade, forneceu as informações, indicou caminhos, que com eles fosse possível elaborar a letra do Samba.

Em segundo meu parceiro, Cerqueira, que transbordou em sensibilidade musical, propondo o resgate de um estilo de samba, quase que sepultado nos dias de hoje, pelos artistas, que preferem formulas fáceis que agradem ao mercado. Wilson Cerqueira, foi o nosso maestro que conduziu o grupo Som da Terra, a vitória. A musica é um elixir para este Penapolense, que no palco, ao lado de suas filhas maravilhosas, Viviane e Raquel, cantou divinamente. Comentei ao longo das duas apresentações, que vi os olhos de Pai e Filhas, brilharem o tempo todo, irradiando uma energia, a qual não consigo explicar.

A banda toda, tocou com alma, como se Glostóra estivesse ali, para conferir e receber a Homenagem.

Mas que destacar, a participação especial, do Tio Barnabé, o Sr. José Francisco. Nosso objetivo, era com a personificação do Glostóra, através de um ator, poder explicar, em especial para as novas gerações, de quem a letra da canção falava.

Tio Barnabé, foi sensacional. Não só encarnou o personagem, lembrando-o muito, como ganhou os corações e mentes da garotada que estava no Teatro. Vi o baixista Max do Grupo Cirandeiros, aplaudir de pé o Seu Francisco, como vi minha filha maravilhada com este Senhor, que tem sido esquecido por nossas elites, que insistem em enterrar a História, principalmente a dos pobres.

Vencemos o FESTAFRO, ganhando o premio de melhor musica de Limeira e o premio de Consagração Popular. Mais do que a premiação, nossa satisfação, foi a de poder contribuir para a preservação da memória Histórica de nosso povo. Memória esta que em tempos em tempos, tem sido destruída, por forças dominantes.

Mais uma vez me diverti muito, fazendo musica com seriedade.

A todos e todas que torceram por nós e que nos ajudaram nesta caminhada, nosso muito Obrigado.

E que Glostóra, onde estiver, continue emanando muita alegria e muita fé.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

AMO AS MULHERES QUE CANTAM- IV


JOOS STONE: A ADOLESCENTE DA MUSICA NEGRA


Uma inglesinha que desde criança de colo, ouvia Aretha Franklin e se deliciava com a Soul Music da Americana. Mais tarde já na pré adolescência, Joos, não se fez de rogada, foi para os Estados Unidos, conhecer a musica negra, e tentar a carreira de cantora.


Confesso que quando a ouvi pela primeira vez, tive a mesma reação de todos. Mulher Negra em fase adulta. Só podia ser negra, para cantar com aquele timbre de voz e com muita experiência. A terra da Rainha surpreendeu mais uma vez.


Se não bastasse, os Betlhes e os Stones, passando pelo punk, agora em pleno século XXI, presenteia o mundo com uma nova Aretha, provavelmente sua substituta. Negra que nada. Branquela, arquétipo inglês e europeu. Adulta, muito menos, na flor da adolescência. Tinha 16 anos quando lançou este que é seu primeiro disco e grande sucesso é de 2003. The Soul Sessions, traz releituras de vários papas da Soul Musica, alem da participação de uma lenda viva do gênero, Betty Wright.

Se não bastasse tudo isto, a negra ou melhor a inglesinha é muito linda.

O DISCO: THE SOUL SESSIONS- 2003

1
THE CHOCKIN' KIND
2
SUPER DUPER LOVE
3
FELL IN LOVE WITH A GIRL
4
VICTIM OF A FOOLISH HEART
5
DIRTY MAN
6
SOME KIND OF WONDERFUL
7
I'VE FALLEN IN LOVE WITH YOU
8
I HAD A DREAM
9
ALL THE KING'S HORSES
10
FOR THE LOVE



AMO AS MULHERES QUE CANTAM- III


A CANTORA DA RESISTÊNCIA


Despertei para a História Argentina e em particular para a de Evita Perón, com a versão Brasileira do musical da Broadway que levou o nome da diva e primeira dama do país vizinho, esposa de Juan Carlos Peron, um dos maiores caudilhos da História Latino Americana.


Não assisti ao espetaculo, mas li sobre, bem como chamou minha atenção a cantora que fazia a protagonista. Claudia. Considerada pela industria fonografica, como demasiadamente elitizada para o mercado, a mesma foi injustiçada e marginalizada, exatamente por não fazer concessões. Sua carreira teve inicio nos anos 60, nos grandes Festivais de MPB.


Foi responsavel por cantar canções de grandes compositores, entre eles Roberto e Erasmo Carlos, Marcos e Paulo Sergio Valle, Taiguara, entre outros.Passeava por varios estilos musicais e emprestava a eles sua voz firme e concisa. Este disco foi o de maior sucesso em sua carreira, sendo Claudia, considerada por Roberto Carlos a maior interprete de JESUS CRISTO.



O DISCO- JESUS CRISTO (1971)


1
Jesus Cristo

(Erasmo Carlos - Roberto Carlos)

2
Amigo

(Fred Falcão - Arnoldo Medeiros)

3

Ossain

(Jocafi - Ildazio Tavares - Antônio Carlos)

4
Frente fria

(Paulo Sergio Valle - Marcos Valle)

5
Seresta no castelinho

(Sandra Barreto - Klécius Caldas)

6
Mudei de idéia

(Jocafi - Antônio Carlos)

7
Mais que perfeito

(Abílio Manoel)

8
Moeda, reza e cor

(Marco Versiani - Dom Salvador)

9

Baobá

(Ciro Pereira - Mário Albanese)

10
A voz do violão

(Horácio Campos - Francisco Alves)

11
Com mais de 30

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

GLOSTÓRA “ O PERSONAGEM ”




“ Abaixo um breve relato do personagem do qual fala nossa musica “Negro Poeta”, concorrente ao III FESTAFRO, escrito pelo filho de Glostóra”.


Hélio Aparecido Clemente, o popular “Glostóra” nascido na cidade de Limeira no ano de mi novecentos e trinta e três (1933) Filho de Esméria Clemente e tendo como progenitor Tonico de Moura. Menino criado longe dos pais que eram separados, o pai era boêmio e aventureiro, da Mãe pouco se sabe, embora ele falasse dela com respeito e admiração.


Glostóra menino ou melhor “ Tim ” apelido de garoto, colocado pelos parentes, tinha tudo para não dar certo ( hoje dar certo é ter muito dinheiro e pouco caráter ).Naquele tempo não, naquele tempo dar certo era ser honesto, ser digno de respeito. Viveu parte de sua infância na rua, morando ora na casa de outro ou em pensão que naquele tempo funcionava em ambientes familiares, Católico fervoroso foi coroinha da Igreja Matriz de Nossa senhora de Dores, cantava até em latim. Mas o sincronismo religioso era presente em sua vida. Sem preconceitos de nenhuma espécie, Glostora, freqüentava a religião afro, a Umbanda.


Na sua ainda adolescência, tinha que encarar trabalho braçal pesado, com abrir a base de enxadão e picareta as galerias de esgoto, como trabalhador braçal da prefeitura. Foi abrindo valetas que viu a hipertensão se manifestar. Como a estrutura de seguridade social era justa, manifestada a incapacidade para o trabalho, aposentou-se pelo extinto “IAPI ‘por invalidez aos 18 anos, e aos dezoito anos se casou com Maria de Souza, Mulher de coragem e grande personalidade, desse casamento teve 04 Filhos; Maria da Dores, José Galdino, José Roberto, Sérgio Adriano.


O apelido GLOSTÓRA, vem da marca de um gel, que naquele período era mais conhecido como brilhantina. Na verdade nosso personagem usava o produto, por ser fã do cantor Norte Americano de Jazz e boleros, Nat King Cole.


Foi também com dezoito anos que deu início a realização da Festa 13 de Maio, em comemoração a Lei Áurea .O evento era realizado de forma singular: O primeiro passo era a eleição da Rainha da Festa, sendo escolhida a concorrente que conseguisse vender mais votos. A rainha e o presidente da Festa , no caso ele, eram acompanhados por soldados armados de espadas, “lembrando o soldadinho de chumbo ”.


Fazia parte da programação o plantio de arvores em escolas, praças, plantas doadas pela Dienhberguer – Fazenda Citra , bem como condecorações de pessoas com troféus doados pela relojoaria do Peixinho, chope doados por Antonio do Santos e Chico da Antártica. Almoço com doações do comércio, e vizinhos. Participavam do almoço as crianças do Nosso Lar e Casa da Criança,populares de toda parte da cidade e região,autoridades locais e regionais, como o ex. prefeito de Araras ,Ivan Zurita, os irmãos Aguiar de Barros Camargo “ Irmãos Coca Cola ”. Uma Salva de 21 tiro as cinco da Manhã , em frente a Igreja de São Benedito. Havia também o grande e tradicional baile do 13 de Maio.


Amante do Carnaval, fundou várias escolas de Samba, gostava de uma gafieira , foi fundador do Grêmio Recreativo Limeirense,da Panela de pressão,times de Futebol. Enfim Glostóra era uma personalidade da alegria, um grande pé de valsa.


Glostóra era por personalidade um humanista. gostava muito de auxiliar as pessoas necessitadas por isso era muito procurado, por ele ninguém ficava na rua sua casa acolhia muita gente.Uma das figuras mais populares da cidade, Glostóra era também um grande orador, discursava muitíssimo bem.


Por todas essas qualidades tornou-se um ícone da cultura popular de nossa cidade, bem como um visionário, capaz de colocar em um tempo, onde a marca da escravidão e do preconceito, caracterizavam-se em uma relação Casa&Senzala, o debate do combate ao racismo e do pluralismo das raças, mesmo nossa ilustre liderança popular não tendo consciência disto. Portanto Glostóra, personifica em sua trajetória de vida, aquelas pessoas que desprovidas de interesses próprios e de qualquer forma de preconceito e com isto contribuem para que este mundo possa ser mais justo e igualitário.


Por: Galdino Clemente- Coordenador do IEG- Instituto Educacional GINCGA

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

MAIS FESTAFRO

Saiu a ordem de apresentação no III FESTAFRO, Festival temático de MPB. Minha musica em parceria com o Wilson Cerqueira, se apresentara no Sábado, dia 17. Amanhã posto um pouco da História do Glostora, nosso Homenageado.

1ª Semifinal
16 / 11 / 2007

1- Música: Um história de vida eu quero contar
Autor da Letra: Ângelo H. Morbidelli
Autor da Música: Ângelo H. Morbidelli
Intérprete: Ângelo Morbidelli e banda
Cidade / UF: Limeira / SP

2- Música: Acorda Brasil
Autor da Letra: Teleu
Autor da Música: Teleu
Intérprete: Grupo Samba Quente
Cidade / UF: São Paulo / SP

3- Música: Ainda Moleque
Autor da Letra: Leandro Coelho
Autor da Música: Leandro Coelho
Intérprete: Banda de Argila
Cidade / UF: Campinas / SP

4- Música: Branco e Negro são vermelhos
Autor da Letra: Tavinho Limma
Autor da Música: Tavinho Limma
Intérprete: Thiago Augusto
Cidade / UF: São Paulo / SP

5- Música: Para um novo amanhecer
Autor da Letra: Flávio Jacon de Vasconcellos
Autor da Música: Flávio Jacon de Vasconcellos
Intérprete: Cirandeiros e amigos
Cidade / UF: Limeira / SP

6- Música: Zumbiando
Autor da Letra: Diorgem Ramos
Autor da Música: Diorgem Ramos
Intérprete: Geo
Cidade / UF: Governador Valadares / MG

7- Música: Alegria Tropical
Autor da Letra: Sebastião Pereira
Autor da Música: André Gonçalves Melo
Intérprete: André Gonçalves Melo
Cidade / UF: Assis / SP

8- Música: Nagô
Autor da Letra: Jairo Cechin
Autor da Música: Jairo Cechin
Intérprete: Lia Cordoni
Cidade / UF: Santo André / SP

9- Música: África
Autor da Letra: Jarleo Barbosa
Autor da Música: Jarleo Barbosa
Intérprete: Jarleo Barbosa
Cidade / UF: Goiânia / GO

10- Música: Príncipe Negro
Autor da Letra: José Osmar (Lula)
Autor da Música: José Osmar (Lula)
Intérprete: As Nastácia
Cidade / UF: Limeira / SP

11- Música: Esperança
Autor da Letra: Márcia Tauil
Autor da Música: Mana Tessari
Intérprete: Márcia Tauil
Cidade / UF: São José do Rio Pardo / SP

12- Música: Qual é a cor da canção ?
Autor da Letra: Bilora
Autor da Música: Bilora
Intérprete: Diorgem Ramos
Cidade / UF: Contagem / MG

13- Música: Terra do Sem
Autor da Letra: Julio Cezar Lopes de Souza e Alex Vargas da Trindade
Autor da Música: Pablo Mendonza, Jonathan Magri e Fábio Silvatti
Intérprete: Zero 16
Cidade / UF: São Carlos / SP

14- Música: Da rua sarará
Autor da Letra: Marcos Lima
Autor da Música: Marcos Lima e Robson Barbosa
Intérprete: Toc Percussivo
Cidade / UF: Limeira / SP

2ª Semifinal
17 / 11 / 2007

1- Música: Curriculum Vitae
Autor da Letra: Otacílio César Monteiro
Autor da Música: Emanuel Massaro
Intérprete: Fábio Bilato e Grupo Reminiscências
Cidade / UF: Limeira / SP

2- Música: Alquimáfrica
Autor da Letra: Nivaldo Dávilla
Autor da Música: Nivaldo Dávilla
Intérprete: Dávilla e Banda
Cidade / UF: Guarulhos / SP

3- Música: Senzalas
Autor da Letra: Xampu da Bahia
Autor da Música: Xampu da Bahia
Intérprete: Xampu da Bahia
Cidade / UF: Casimiro de Abreu / RJ

4- Música: Negro Querubim
Autor da Letra: Josué R. Gomes
Autor da Música: Josué R. Gomes
Intérprete: Josué R. Gomes
Cidade / UF: São Paulo/ SP

5- Música: O amor não tem raça e cor
Autor da Letra: Silvano
Autor da Música: Fran Venâncio
Intérprete: Grupo Aves de Rapina
Cidade / UF: Limeira / SP

6- Música: Idéias e ideais ou aos nossos líderes
Autor da Letra: Diná Nascimento
Autor da Música: Beto Santos
Intérprete: Beto Santos e Banda Kiona
Cidade / UF: São Paulo / SP

7- Música: Dos porões a alforria
Autor da Letra: Domiciano Lopes de Souza (Dentinho)
Autor da Música: Domiciano Lopes de Souza (Dentinho)
Intérprete: Dentinho
Cidade / UF: Joinville / SC

8- Música: Zanzibar
Autor da Letra: José Carlos Bento e José Carlos Bento Júnior
Autor da Música: José Carlos Bento e Norton Sitis Bento
Intérprete: Bento
Cidade / UF: Ilha Solteira / SP

9- Música: Negro Poeta
Autor da Letra: Janjão
Autor da Música: Wilson Cerqueira
Intérprete: Grupo Som da Terra
Cidade / UF: Limeira / SP

10- Música: A mulata e o boi
Autor da Letra: Marcelo Lavrador
Autor da Música: Marcelo Lavrador
Intérprete: Marcelo Lavrador
Cidade / UF: São Paulo / SP

11- Música: Samba Tipo Exportação
Autor da Letra: George Almeida Pagassini
Autor da Música: George Almeida Pagassini
Intérprete: George Almeida Pagassini
Cidade / UF: São Paulo / SP

12- Música: Soberano Cristo Negro
Autor da Letra: Rafael P. dos Santos
Autor da Música: Rafael P. dos Santos
Intérprete: Rafael P. dos Santos
Cidade / UF: Limeira / SP

13- Música: Tranças
Autor da Letra: Reinaldo Vargas
Autor da Música: Reinaldo Vargas
Intérprete: Reinaldo Vargas
Cidade / UF: Rio de Janeiro / RJ

14- Música: Canção do Exílio
Autor da Letra: Ubiratan Sousa e Souza Netto
Autor da Música: Ubiratan Sousa
Intérprete: Ubiratan Souza e Kátia Teixeira
Cidade / UF: São Luiz / MA

15- Música: Sinal
Autor da Letra: Elton Fontanin e Nilo Mendes
Autor da Música: Elton Fontanin
Intérprete: Penúltima Dose
Cidade / UF: Limeira / SP

terça-feira, 6 de novembro de 2007

AMO AS MULHERES QUE CANTAM- II


A RAINHA DO BLUES

O blues é um de meus gêneros favoritos neste momento. Sua força para invadir os tímpanos é impar e inconfundível. Minha paixão pelo ritmo mistureba da batida afro com as guitarras do Rock In Rool, não é antigo.


Descobri depois dos trinta anos. Acho que precisava de um impulso devastador em minha vida. O Blues para mim tem este efeito.


No Blues destaco muito as guitarras e o Baixo, mas minha referencia é as mulheres. Adoro Billy Holliday cantando Blues ou Etta James soltando o vozeirão. Deliro ao som de corais femininos de Blues Gospel. Koko Taylor não conhecia. Ouvi pouco.


Mas este disco datado de 1984, ganhador de quatro prêmios Grammys, soltando o verbo para ouvir, cantar e divulgar o trabalho da verdadeira diva e Rainha do Blues Rock.


O DISCO- QUEEN OF THE BLUES- 1984

1) Evil (Dixon, Hoochie Coochie Music/Arc Music) (4:58)


2) Beer Bottle Boogie (Scott, Screen Gems-EMI Music) (3:33)


3) I Cried Like A Baby (Brown, Herman & David, Screen Gems-EMI Music) (5:11)


4) I Can Love You Like A Woman (Or I Can Fight You Like A Man) (Dollison, Arc Music) (3:48)


5) Flamin' Mamie (Dixon & Page, Hoochie Coochie Music) (3:27)


6) Something Inside Me (Holiday, Racer Music) (3:43)


7) The Hunter (Jones, Wells, Cropper, Jackson & Dunn, Irving Music) (3:26)


8) Queen Bee (Moore, Excellorec Music c/o AVI) (3:46)


9) I Don't Care No More (Taylor, Kumite Music) (3:08)


10) Come To Mama (Mitchell & Randle, Irving Music) (4:44)

AMO AS MULHERES QUE CANTAM- I


UMA PAULISTA CANTANDO O SAMBA CARIOCA, COM TEMPERO MINEIRO

È do conhecimento de todos e todas que sou fanzoca da mineira Clara Nunes, sambista que uniu a pegada carioca do samba partideiro e de terreiro, com as tradições dos tambores de minas. Quando ouvi este disco, levei um tremendo susto.


Pensei que clara teria ressuscitado em carne e osso, tremenda semelhança de estilo e ritmos, encontrados neste que é o primeiro trabalho de Mariana Aydar. Quem indicou que ouvi-se, esta Paulista, filha de Mario Manga musico do grupo Premeditando o Breque e de Bia Aydar, produtora musical, foi a nossa fofa futura Historiadora Marcelinha Jones.


Confesso que vi enormes semelhanças com o feito por clara nos anos 70. Porem utilizando de sintetizadores e efeitos computadorizados, distingue um pouco.


Não acho mal, pelo contrario o disco de nome KAVITA 1 de 2006 é um show que mostra para as novas gerações uma estirpe de compositores do samba magníficos, como: João Nogueira e Paulo César Pinheiro, Leci Brandão, Theo de Barros, João Donato, Edmundo Souto e Danilo Caymmi, Eduardo Gudim, alem de composições próprias e canções de contemporâneos como Chico César.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

TERCEIRO FESTAFRO: ESTAMOS CLASSIFICADOS



O Terceiro Festival de MPB, com temática Afro, organizado pela Secretaria Municipal de Cultura, será realizado este ano, nos dias 16, 17 e 18 de Novembro, no Teatro Vitória. No ano passado fiz a letra para a Musica assinada pelo companheiro Wilson Cerqueira, “Quilombo, Quilombola”, ficamos com o premio de Consagração Popular.

Este ano, após seis meses de pesquisas, inscrevemos e passamos pela seleção, com a musica, “NEGRO POETA”. Ela será defendida pelo Grupo Som da Terra, o mesmo que interpretou o Quilombo, agora acrescido de convidados especiais.

A canção é um tributo a uma Liderança popular, o Glostóra, pai do militante do Movimento Negro Galdino Clemente. Glostóra, faleceu em 1978, mas deixou uma História repleta de contribuições as comunidades negras e pobres. Conhecido por ser o primeiro negro a organizar no dia treze de Maio, comemorações e atividades relacionadas a abolição na cidade de Limeira, Glostóra, é hoje para as novas gerações um desconhecido.

Foi neste sentido, que resolvi, trabalhar este tema para a composição da musica. Descobri que muito tem se escrito sobre a História de Limeira, porem muito pouco sobre os pobres e suas lideranças. Cresci ouvindo falar de personagens populares, alguns cheguei a conhecer, como Geni Preta, Perigoso, Zé Mario, Pedro Loco e o próprio Glostóra. No entanto a forma como se falava destas pessoas, soava o pejorativo, a chacota, a total falta de respeito.

Hoje tenho a convicção de que estes Homens e Mulheres, ao seu tempo e de sua maneira de compreender o mundo, contribuíram para o desenvolvimento da cidade, não com poder econômico, nem tão pouco político, mas com cultura, resgatando tradições do povo, enfrentando preconceitos e discriminações.

A primeira idéia era de conformar uma letra falando de todos eles, mas percebi que não seria justo com a trajetória de cada um, estaria diluindo em poucos versos esta contribuição importante. Com a aproximação do FESTAFRO, escolhi o personagem que para mim estava mais próximo, teria maior facilidade para colher dados. Procurei Galdino, que prontamente ajudou na pesquisa, fornecendo as informações necessárias para a formatação da letra.

Com a letra pronta, entreguei ao parceiro na musica e na vida, Wilson Cerqueira. O ritmo é um Partido Alto, um Abre Alas, com um toque choroso e suave de Paulinho da Viola, sem deixar de incentivar o Samba no Pé.

Nas próximas postagens vou tecer mais sobre a vida do Glostóra, o qual pretendo em breve lançar um e – book, sobre sua vida. Por enquanto, leiam a letra da canção abaixo:

NEGRO POETA

AUTOR DA LETRA: JANJÃO

AUTOR DA MÚSICA: WILSON CERQUEIRA

INTERPRETE: GRUPO SOM DA TERRA

O batuque explode no céu
É a unidos do glostóra REFRÃO
Pedindo um pouco de mel
Pra limpar a garganta e contar a história

Pretos velhos e São Benedito
Abençoaram o neguinho
Que lavava sem atrito
Degraus da igreja com brancos e índios
Nasceu da aliança divina
A festa da libertação
E todos comemoravam
Era 13 de maio da abolição.

O poeta da palavra
Admirava Castro Alves
Rui Barbosa e Patrocínio
Grandes referências e celebridades
Na festa a mesa era farta
Doações nunca faltou
O povo comia e bebia
Tudo repartia alegre sim sinhô.

Reis afros apareciam
Testemunhando a História
E todos apreciavam
E por lá ficavam até romper a aurora
O branco era a vestimenta
O negro a comunidade
A festa sua grande paixão
Era muita emoção era felicidade

Criou-se espaço de dança
De vida e esperança pra todas as raças
O surdo marcava o compasso
Sobrava espaço pra arte e pra graça
È o carnaval sonhador
Sem espaço pra dor e a exclusão
Ele é parte da nossa história
É o nosso glostóra é o nosso irmão