Oswaldo Montenegro é
daqueles artistas, que uns gostam, outros são indiferentes á sua obra. Nunca encontrei
alguém que dissesse não gosto, ou ele é ruim. Á quem diga que suas canções são
cansativas, enjoativas, sempre a mesma toada. Ora o Legião Urbana, tocava suas
canções com três acordes, os Ramones idem, nem por isto deixaram de ser
criativos e brilhantes. Me identifiquei com Oswaldo desde que o compositor
apareceu na mídia. A primeira canção que ouvi, foi Bandolins, no Festival da
Tupi.
Foi apatia no primeiro
contato. Busquei informações sobre o cara, sua obra. Naquele tempo, dividia com
meu grupo de Jovens da Igreja Católica, as preferências culturais. Oswaldo
Montenegro foi uma delas. Seu estilo Trovador da Idade Média, com mistura de instrumentos,
como o próprio Bandolim, a Flauta Transversal, com sua voz aguda e ao mesmo
tempo serena me conquistou. As letras com uma linha típica dos anos 70, do lema
Paz e Amor, sempre foram motivo para reflexão acompanhado de um bom vinho e uma
companhia agradável.
Mas o primeiro, disco do
cara, que pude ouvir inteiro, foi o Álbum, Oswaldo Montenegro de 1980. O
adquiri um ano depois. Um disco delicioso, que não da para destacar, esta ou
aquela música, como a melhor. Já de cara, ouvi uma dez vezes o LP inteiro. Na
capa o próprio cantor com seu violão. Quando o disco saiu, Oswaldo ainda não
tinha participado do Festival MPB Shell da Rede Globo. Quando venceu aquele
certame com Agonia, a gravadora reeditou o disco com a canção entre as faixas e
destaque na capa. Ouça e veja aqui Agonia do parceiro de Oswaldo, Mongol: http://migre.me/g5AQR .
O disco tem um desfile de
canções que falam de Amor, Juventude, Brasília, dos Hippies. Musicas que
denunciam a ditadura, em uma linguagem lírica, não tanto militante. Os arranjos
são feitos pelo próprio Oswaldo, com o auxilio de sua mulher a época, a
instrumentista Madalena Salles. Alias Madalena é citada em varias letras de
Oswaldo Montenegro, entre elas Pra Longe de Paranoá. Músicos de primeira
participam do disco, além é claro de parceiros e amigos, como Zé Alexandre, que
dividiu com ele a interpretação de Bandolins e Mongol.
Mas apesar de gostar da obra
toda, tem uma canção que me chama mais a atenção. Daquelas que gostaria de ter
feito. Intuição pode ser encarada com daquelas músicas que você trabalha para
motivar um grupo de trabalho ou estudo. Daquelas que você escuta quando precisa
sacudir a poeira e dar volta por cima. O trecho “Canto uma canção que aguente
esta paulada e a gente bate o pé no chão”, é significativo, deste olhar que a
canção oferece. Esperança, tendo o canto como um elixir para esta busca
constante. É sempre bom lembrar que Intuição, foi escrita ainda na Ditadura.
Click e veja esta obra prima: http://migre.me/g5AXB
.
Intuição
Canto uma canção bonita,
Falando da vida, em 'Ré maior'.
Canto uma canção daquela
De filosofia,
Do mundo bem melhor.
Falando da vida, em 'Ré maior'.
Canto uma canção daquela
De filosofia,
Do mundo bem melhor.
Canto uma canção que agüente
Essa paulada, e a gente
Bate o pé no chão.
Canto uma canção daquela
Pula da janela
Bate o pé no chão.
Essa paulada, e a gente
Bate o pé no chão.
Canto uma canção daquela
Pula da janela
Bate o pé no chão.
Sem o compromisso estreito
De falar perfeito,
Coerente ou não.
Sem o verso estilizado,
O verso emocionado
Bate o pé no chão...
De falar perfeito,
Coerente ou não.
Sem o verso estilizado,
O verso emocionado
Bate o pé no chão...
Canto uma canção bonita
Falando da vida, em 'Ré maior'.
Canto uma canção daquelas
De filosofia,
E mundo bem melhor
Falando da vida, em 'Ré maior'.
Canto uma canção daquelas
De filosofia,
E mundo bem melhor
Canta uma canção que agüente
Essa paulada, e a gente
Bate o pé no chão.
Canto uma canção daquela
Pula da janela
Bate o pé no chão.
Essa paulada, e a gente
Bate o pé no chão.
Canto uma canção daquela
Pula da janela
Bate o pé no chão.
Sem o compromisso estreito
De falar perfeito,
Coerente ou não.
Sem o verso estilizado,
O verso emocionado
Bate o pé no chão...
De falar perfeito,
Coerente ou não.
Sem o verso estilizado,
O verso emocionado
Bate o pé no chão...
Canto o que não silencia
É onde principia a intuição
E nasce uma canção rimada
Da voz arrancada
Ao nosso coração
É onde principia a intuição
E nasce uma canção rimada
Da voz arrancada
Ao nosso coração
Como, sem licença, o sol
Rompe a barra da noite
Sem pedir perdão!
Hoje quem não cantaria
Grita a poesia
E bate o pé no chão!
Rompe a barra da noite
Sem pedir perdão!
Hoje quem não cantaria
Grita a poesia
E bate o pé no chão!
E hoje quem não cantaria
Grita a poesia
E bate o pé no chão!
Grita a poesia
E bate o pé no chão!
Sem o compromisso estreito
De falar perfeito,
Bate o pé no chão
Sem o verso estilizado,
O verso emocionado
Bate o pé no chão...
De falar perfeito,
Bate o pé no chão
Sem o verso estilizado,
O verso emocionado
Bate o pé no chão...
Canto uma canção bonita
Falando da vida, em 'Ré maior'.
Canto uma canção daquela
De filosofia,
Do mundo bem melhor.
Falando da vida, em 'Ré maior'.
Canto uma canção daquela
De filosofia,
Do mundo bem melhor.
Canto uma canção que agüente
Essa paulada, e a gente
Bate o pé no chão.
E hoje quem não cantaria
Grita a poesia.
Bate o pé no chão...
Essa paulada, e a gente
Bate o pé no chão.
E hoje quem não cantaria
Grita a poesia.
Bate o pé no chão...
Nenhum comentário:
Postar um comentário